terça-feira, 26 de outubro de 2010

Uma verdade inconveniente

Tô legal com esses caras. São tudo mermo ‘um bando de lôco’, meu! Vou mandar a real: a torcida desses gambás não é fiel por conta da etimologia da palavra fidelidade. Tem mais a ver com o “crer no improvável”, a “fé cega”: eles vivem em uma realidade paralela, acreditam numa verdade que lhes é conveniente, idolatram uma mitologia própria. O que lhes dizem, se for do seu agrado, vira verdade. Assim é fácil, né? Disseram a eles que tinham uma torcida tão numerosa quanto a Nação, eles acreditaram; disseram que eles ganhariam uma Libertadores da América, eles acreditaram; disseram que eles são “campeões mundiais”, eles acreditaram (eles têm sim um “título mundial” num campeonato piloto cujo vice foi… deixa pra lá, mas daí a serem Campeões Mundiais Interclubes é muito diferente); disseram que eles seriam campeões brasileiros no ano “centernada”, e eles acreditaram também! Isso não é fidelidade: é ingenuidade!


Bora cair na real? Como levar a sério uma torcida que menospreza o Zico para idolatrar o Neto? Esse pessoal não fala sério. Não bate bem da bola. Estão todos ouriçadinhos porque o técnico – aquele que os tirou da segunda divisão, devo lembrar – está na seleção. Segunda divisão! Me perdoem a falta de humildade, mas meu time nunca me deu esse desgosto. E por que diabos uma torcida que atende pela alcunha de fielvira-e-mexa aparece dando as costas para o time que alega tanto amar? Essafidelidade é tão questionável que até São Jorge pediu arrego, mexeu os pauzinhos no plano superior e ajudou a mandar os caras pro outro lado da metrópole.



Não tenho nem um pouco de medo desse bando de insanos. Eles mudaram de técnico e a magia se desfez. Nós mudamos de técnico e estamos acertando nosso passo, voltando à ordem natural das coisas. Que ordem é essa? É a verdade absoluta na qual eles se recusam a acreditar: a supremacia é indiscutivelmente Rubro-Negra! Tirando a derrota no primeiro turno, estávamos há nove jogos – desde de 2006 – sem perder pro gambás prepotentes no Campeonato Brasileiro (lembrando que não houve confronto em 2008 porque… ah, claro, eles estavam na segunda divisão!). Nesse meio tempo, jogamos a brilhante campanha deles na Libertadores tobogã abaixo em pleno Pacaembú e hoje vamos jogar mais uma pá de cal nas suas parcas pretensões de ganhar mais alguma coisa esse ano. Para a fé cega deles, temos uma faca amolada.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Inspire-se com a Charanga Rubro-Negra!

Sim, eu sei que é dia das Crianças, mas não posso deixar passar em branco o aniversariante ilustre da semana: há 68 anos nascia a Charanga Rubro-Regraa primeira torcida organizada do Flamengo e do Brasil. A ocasião era o Fla x Flu da final do Carioca de 1942 e nossos heróis – reunidos por Jaime de Carvalho – não intencionavam necessariamente o título de “filarmônica futebolesca”. Sobre a sua duvidosa musicalidade, o rubro-negro Ary Barroso simplesmente comentou: “Me desculpem, mas isso não é banda nem aqui nem no caixa-prego“.


Reza a lenda que tal iniciativa não foi aceita de imediato pelo meio esportivo justamente porque a Charanga se posicionava justamente atrás do gol adversário e a barulheira desafinada decorrente dos instrumentos não funcionava apenas para apoiar o Mengão, mas para desestabilizar a concentração do goleiro rival.



Com o passar dos anos a Charanga passou a ser o centro das festas das arquibancadas, levando faixas, bandeiras e muita cantoria para inspirar diversas gerações de rubro-negros dentro e fora dos gramados, e serviu como embrião do que conhecemos hoje como o movimento de torcidas organizadas de todo o Brasil.


Viajo fácil no tempo para tentar imaginar a paixão que, em sua forma mais pura, movia essas pessoas num tempo em que se torcia sem TV, sem replay, sem internet e etc e tal. Num tempo de uma outra imprensa onde jornalistas eram cronistas ou poetas e exaltavam o futebol à despeito da rivalidade.


Sou uma saudosista incorrigível e lembrar da Charanga sempre me inspira. Que ela inspire também toda a Nação – da qual ela é célebre personagem – e que tenhamos nós a garra e a raça de apoiar o Flamengo sempre e incondicionalmente. Sim, raça, a mesma raça que adoramos exigir dos jogadores. Nesta reta final do Brasileirão, a bola também está conosco!








Fonte: Flapedia

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A hora do luxo: Que venha o Luxa!

Fim da era Silas após dez partidas de sofrimento. Depois de um técnico estagiário e de um técnico trainee, agora ganhamos um Técnico PHD: a peso de ouro chegou Vanderlei Luxemburgo. De Nova Iguaçu para o mundo, Luxa conquistou seu último Brasileirão em 2004. Desde 2005 tem estado em evidência mais pela expectativa que sua chegada provoca do que pelos resultados alcançados propriamente ditos. Sua última passagem pela Gávea foi em 1995, ano do nosso centenário onde conquistamos não mais do que a Taça Guanabara. Muita estrela em campo, e o Luxa (na época, já estrela) não correspondeu.


Luxemburgo volta hoje à Gávea nos braços da Nação. São inúmeras as manifestações da torcida favoráveis à volta do professor já há várias rodadas do Brasileirão. Não é errado dizer que muitos até torciam pela derrocada do galo mineiro não pela rivalidade em si, mas para que o técnico fosse disponibilizado ao mercado mais rapidamente. E cá está ele!



Magia Neles, Vanderlei!


Chego a acreditar que não existe melhor hora para a volta do Luxa ao sagrado solo rubro negro. Essa é a hora da redenção luxemburgoniana: nervoso para provar que não está decadente; ansioso para compensar sua passagem desastrosa de 95; tinindo para provar ao mundo todo o amor de seu coração rubro negro e tirar O Mais Querido dessa medíocre ressaca do Hexa. Dizem até que uma das grandes frustrações do professor é não ter conquistado nenhuma Libertadores da América. Será que é com o Mengão que o bom e velho Luxa realiza o sonho?


Não se iluda meu querido, porque o trabalho vai ser árduo e a pressão infinita. Mas a Nação confia em você. E essa é a sua hora, Luxa!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Idiossincrasias – Ai meu Flamengo…

E o Flamengo perde Zico. Mais uma vez. Eu queria ter a clareza e a objetividade necessárias para escrever sobre isso. Mas só tenho decepção. Rubro-negros ou não, todos falam no possível rebaixamento do Flamengo no Brasileirão (meu coração não me engana: é possível, mas não é provável). Mas hoje, sofremos um rebaixamento moral. Deixamos um dos maiores ídolos da nossa história à mercê de politiqueiros de quinta.


Zico provou que estava certo ao não querer se reaproximar do futebol brasileiro. Confiou que com Patrícia Amorim isso seria diferente, mas jogou a toalha em 4 meses. Culpá-lo? Nunca! No Japão ele teve total liberdade e privacidade para trabalhar e praticamente inventou o futebol japonês. Aqui, sua terra natal, não conseguiu respirar sem ser achincalhado com cobranças imediatistas e denúncias que são sempre acompanhadas de muito barulho por terem pouca veracidade.


Como pudemos permitir que algo assim acontecesse? E como ainda podemos deixar essas pessoas, cujos interesses pessoais são maiores do que o nosso amor pelo Clube, mandem e desmandem no Flamengo? O que podemos fazer para mudar isso? Não consigo pensar em nada.


O Flamengo sobreviverá à mais uma despedida do Galinho? Claro! Viveu anos sem ele e viverá outros tantos. Mas vai ser muito difícil esconder a cicatriz que vai sobrar dessa crueldade com nosso ídolo maior. Estou triste, frustrada e envergonhada. E a vida segue. Me resta confiar que vamos ao menos ser capazes de tirar alguma lição disso tudo.


♪ Flamengo SEMPRE eu hei de ser! ♫



Nota: Publicado originalmente no Tudo em Simas.