terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Hexa

São 20:10 do dia 6, o dia do Hexa. Estou a caminho do sul fluminense, meu novo endereço. Amanhã começo definitivamente em meu novo emprego e tenho mil coisas para resolver. Mas como pensar nessas coisas, mudança, estrada, trabalho, fábrica e coisas assim depois da tarde que vivi? Passei um dos maiores perrengues da minha vida para entrar no Maracanã. Arquibancada vibrante, colorida e barulhenta. Que torcida linda, guerreira e apaixonada! É a maior do mundo mas é também a mais bonita.


Consegui um lugar nas arquibancadas verdes perto de 15:30 e o povo já estava de pé, cantando. E só cantaram exaltação ao Flamengo. Ninguém sequer ensaiou entoar as tradicionais músicas para provocar os rivais cariocas ou paulistas. Era dia de Mengão e só ele importava. Eu sabia que isso era um presságio de que algo muito bom estava a caminho.


Quando nossos gladiadores entraram em campo eu me arrepiei inteira. O coro de “Mengão do meu coração” era uníssono, a Nação fazia a sua parte e entrava em campo junto com o time. E logo veio a certeza de que não seria nada fácil quitar essa fatura. Nada de entrega. Estávamos para enfrentar o Grêmio sem corpo mole. E o elenco do Flamengo… Muitos erros bobos, erros de passe, marcação deficiente. Mas a você, leitor do Magia que ainda não conhece, vou me apresentar: tenho um quê de Poliana e tendo a ver sempre o lado positivo das
situações. Essa profusão de erros só se explica com ansiedade e nervosismo. E isso me dá a certeza de esses moços são rubro-negros de coração. Nenhum jogador puramente profissional ficaria nervoso desse jeito. Faria sua parte do trabalho e dane-se o Maracanã lotado e o resto do mundo. Eles não. Queriam lutar e simplesmente não evoluíam.


Não adiantava mandar bolas aéreas porque na área tricolor porque a zaga gremista ganhava todas as cabeçadas. Não conseguiam chutar uma bola de fora da área sem que ela explodisse em um dos homens de azul preto que se multiplicavam do nada a nossa volta. Não conseguiam evoluir com uma jogada porque os passes se perdiam no caminho ou sagazes larápios faziam a festa nas costas dos nossos jogadores desatentos e desconcentrados (arrisco dizer até que o Juan era o alvo preferido dos ladrões de bola, só ele não percebia isso).


Quando sofrimento… Aos 21 minutos, tudo começou a mudar: gol do Grêmio em uma bobeada homérica da zaga rubro-negra e, praticamente ao mesmo tempo, gol do Inter no Beira-Rio. Nesses breves instantes de silêncio no Maracanã, fez-se a luz em minha cabecinha desconexa: acabara-se ali o favoritismo. Naquele instante o Inter era o campeão brasileiro. Era oficialmente o fim da nossa alardeada vantagem. E a
Nação bem sabe que na adversidade o Flamengo cresce. E a nova certeza que se assomou do meu coração: o Flamengo seria sim Hexacampeão Brasileiro. David empatou e Angelim virou. Grande Angelim! Um dos meus preferidos. O escolhido dos céus para estar ali e receber com categoria o escanteio cobrado pelo Pet. Eu chorava. Tremia e chorava. Novamente o caneco estava ali, ao alcance das nossas mãos suadas. Bastava sobreviver aos próximos intermináveis vinte minutos até o fim do embate.


Somos campeões, Nação! Fizemos uma campanha consistente, ganhamos confrontos diretos, aprendemos com nossos erros e lutamos até o fim! Nada de jogo fácil, foi suado até o fim. E ninguém vai ousar tirar esse mérito da gente! Agora lhes resta apegar-se à velha celeuma da Copa União de 87 para diminuir nossa história. Que percam o sono inventando verdades convenientes. Pura balela. Vão engolir vários argumentos toscos. Não vivemos do passado. Se gostavam de alardear que vivíamos das glórias do nosso passado, agora vão engolir um tempo presente de muita garra: indiscutível hegemonia carioca, uma Copa do Brasil e um Brasileirão. E alguém tem dúvida de que o futuro será ainda mais brilhante?


Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer. Se depender do Flamengo, morro feliz!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Presente de Aniversário

O Aniversário era do Clube de Regatas do Flamengo, mas quem ganhou o presente da Olympikus, foi a Nação. Ontem, aniversário de 114 do Flamengo, foi lançado o Totó do Mengão. É um game que pode ser jogado online ou ser baixado por qualquer rubro-negro que curta o bom e velho futebol de mesa. Na festa de lançamento, esta humilde rubro-negra e mais outros 29 blogueiros torcedores, fomos convidados a fazer 1000 gols para que o jogo fosse liberado para a Nação. Isso aconteceu em mais ou menos 2 horas da mais divertida jogatina. O jogo é muito fácil de aprender: é só usar as setas para direcionar e chutar e a barra de espaços para “roletar”. A interface é fantástica: podemos escolher entre os 17 jogadores do atual elenco, entre os 3 uniformes oficiais e entre as opções táticas disponíveis. Também é possível ver os replays dos gols com os avatares do jogadores em dribles e jogadas fantásticas, incluindo um gol olímpico do Pet. O capricho com que o game foi feito é comprovado nesses e outros detalhes, como a narração de Silvio Luiz (“Olho no lance!”) e a presença de Uruba & Urubinha e das organizadas mais famosas do Mengão - RaçaJovem,Urubuzada e Fla-Manguaça - com suas faixas, seus cantos e suas festas com bolas vermelhas e pretas no Maraca – lugar onde se passa o game. A festa oferecida pela Olympikus contou também com a presença de jogadores da equipe FlaMaster, Aílton, Gilmar Popoca, Carlos Henrique e Manguito, que conversaram com os blogueiros e se divertiram tentando ganhar uma partida. A propósito, eu ganhei uma (4 x 3).


Tente você também: http://www.totodomengao.com.br ouhttp://www.olympikus.com .


Saudações Rubro-Negras!












Nota: Publicado originalmente no Tudo em Simas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Salve São Judas Tadeu! E não só ele…


Salve toda uma nação: a Nação Rubro-Negra. Hoje, 28 de outubro, dia de São Judas Tadeu. Ele, o padroeiro do Flamengo e meu próprio, pois em sua igreja eu fui batizada. Ele, que emprestou sua data para que celebremos na Cidade do Rio de Janeiro (oficialmente) – e em vários cantos do mundo – o dia do Flamenguista.


Sou Flamenguista desde que me entendo por gente. E falar do Flamengo pra mim é mais do que emocionante porque se trata de trazer meu avô de volta à vida: Seu Beleza, o pai da minha mãe, que também é Flamenguista. Agora me diga você: o que esperar de um sujeito com um apelido desses? Uma figura querida por todos na vizinhança. Pedreiro, batalhador, patriarca apaixonado e avô carinhoso. Ele respirava Flamengo. Vivia o Flamengo. Sorria e chorava com o Flamengo num tempo em que o futebol era muito mais do que 11 marmanjos querendo ser exportados para a Europa ou para o Oriente Médio. Ele viu o primeiro Tri-Campeonato Carioca (42/43/44) com Mestre Ziza, Domingos da Guia e companhia. Viu o segundo tri (53/54/55) com Zagallo e também viu a estréia do Galinho em 72. E como ele amava esse clube, campeão na terra e no mar! E assim eu nasci com este gene indescritível e inabalável e inexplicável e incurável, incubado na minha existência: a paixão pelo Clube de Regatas do Flamengo.


Mas o que é ser Flamenguista? Vou recolher-me ao clichê desta perguntinha óbvia para o dia de hoje e tentarei respondê-la à altura da Nação:


Ser Flamenguista é, antes de mais nada, ter coração. Não me refiro ao músculo cardíaco, mas à bomba pulsante, vibrante que acelera duas vezes por semana no peito de 35 milhões de rubro-negros que têm o privilégio de sentirem-se vivos desta forma arrebatadora.


Ser Flamenguista é envolver-se em cada partida. Mais: é transformar cada partida numa batalha, numa final de campeonato. É ser fiel e torcer simplesmente porque o time está em campo e ponto. É aplaudir até lateral, se ele foi perseguido na raça.


Falando em raça, ser Flamenguista é ter ‘raça’ no vocabulário e no estilo de vida. É não se conformar, não se acomodar. É trabalhar o dia inteiro e ainda ter força para gritar sempre – coro unido, uníssono e muito alto – nas noites de quartas ou quintas. É saber que a vida é cheia de altos e baixos e seguir em frente, reconhecendo que no futebol essa montanha-russa é muito mais vertiginosa, mas sem nunca se deixar abalar e manter firme a paixão.


Ser Flamenguista é ser o único a saber exatamente o que vai encontrar ao chegar às arquibancadas no Maracanã: a festa mais linda de todas. A Nação embalada pelos cânticos mais emocionantes. Homens, mulheres e crianças que – sem apelos, campanhas ou promoções – batem ponto no templo do futebol para cantar e torcer pelo esquadrão mais pressionado do futebol: aqueles rapazes que crescem em campo e viram guerreiros para defender o mais querido do mundo.


Ser Flamenguista é sangrar junto com o time. E aqui, dou voz a ninguém menos do que Nelson Rodrigues: “O adepto de qualquer outro clube recebe um gol, uma derrota, com uma tristeza maior ou menor, que não afeta as raízes do ser. O torcedor rubro-negro, não. Se entra um gol adversário, ele se crispa, ele arqueja, ele vidra os olhos, ele agoniza, ele sangra como um césar apunhalado.”


Já disse aqui antes que nada tenho contra outros clubes brasileiros. Gosto de futebol levado a sério e quero ver partidas maravilhosas tanto no Carioca quanto no brasileirão. Times de primeira linha para que quando eu grite “É CAMPEÃO!” não haja a menor das ressalvas. Sei que a maioria não é assim. Que quem não ama simplesmente odeia o meu Flamengo. Nada posso fazer. Na verdade tenho pena de gente inteligente que se dá ao trabalho de se preocupar com meu time a ponto de partir para ofensas pessoais – que sempre acabo relevando. Tenho pena daqueles cujo amor ao próprio time não se basta como o meu amor pelo Flamengo me completa.


Meu nome é Cláudia Simas. Nascida sob o signo rubro-negro e o ascedente em Zico, a estrela maior. Eu sou apaixonada, vibrante, batalhadora e feliz. Eu sou Flamenguista, de sangue e carteirinha.


E hoje é o meu dia, o seu dia, o nosso dia, Nação! O Dia do Flamenguista. Graças a São Judas Tadeu!


Saudações Rubro-Negras.


Nota: Publicado originalmente no Tudo em Simas.