quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Um ano de Pura Magia

Já fiz retrospectiva. Já disse e redisse o que achei de 2010. Não pretendo encher o saco de vocês remoendo o pó desse ano semimorto paupérrimo de resultados. A hora é de reflexão lá pelas bandas do Ninho do Urubu e, pelo menos segundo Maldonado, o foco já está sendo recuperado. O que eu quero mesmo, agora, do fundo deste coração rubro-negro, é exaustar algumas coisas que fizeram de 2010 um ano extremamente especial para mim. Esse ano não foi conturbado apenas para o futebol do Flamengo. Minha vida foi sacudida com mudança de emprego e de cidade ao final de 2009 e não digeri nada disso muito bem durante esses últimos 12 meses. Mas justamente no turbilhão dessa expectativa toda, veio o convite de colaborar com oMagia Rubro-Negra.


Eu me lembro exatamente da euforia que me assolou enquanto ouvia a voz mansa do@fabiojusttino ao celular fazendo o convite. “Não acredito que esses caras me querem com eles! É o MAGIA, caramba!”, eu pensava repetidamente, “será que eu dou conta?” Comecei devagar, como convidada, totalmente intimidada pela responsabilidade. Meu primeiro texto foi às vésperas do Hexa, exaltando a seriedade com que elenco e comissão técnica estavam conduzindo os prepativos para o último jogo de 2009. E lhes convido a recapitular comigo alguns desses momentos.




Com Fernando Holanda e Fábio Justino à espera do início de Flamengo x Grêmio (06/12/09 - Foto de Bruno Cazonatti)




Filha de um tricolor apaixonado, escrevi sobre o Fla-Flu (aquele, de fevereiro), o principal clássico mundial em minha humilde opinião. Confiei cegamente na conquista da Libertadores (demonstrando isso por mais de uma vez). Busquei inspiração em ícones do passado, como Maria Lenk, nos heróis do Primeiro Título Brasileiro e até nos “simples” números desses 98 anos de história do futebol Rubro-Negro.


Falei do meu avô, falei de amigos, falei da Charanga, falei de Zé Lins, falei daNação (esse, áliás, foi um dos textos que mais gostei de escrever). Fiz alguns pré-jogos e, entre eles, destaco o do dia em que enfrentaríamos o Corínthians no returno do Brasileirão. Acompanhei os bastidores de momentos fantásticos desta equipe que ama o Flamengo acima de tudo e vibrei com eles, apesar da distância. O ponto alto dessa mágica retrospectiva: o convite para participar, com um texto inédito, dolançamento da Cápsula do Tempo e do Museu Flamengo. Chorando, escrevi um dos textos mais importantes da minha vida (não o mais belo deles, infelizmente), ciente de que o amor que herdei do meu avô havia, graças ao Magia Rubro-Negra, sido notado pelo nosso Flamengo!


Peguei o ritmo sim, porém sigo intimidada, convencida de que nem o Flamengo nem o Magia merecem palavras vãs ou testemunhos meia-boca. Mais intimidada me sinto ainda – até hoje – quando chega o aviso de que existe um novo comentário no post e agora, ao fim do ano, porque vejo em cada linha desses comentários, um rosto conhecido. Pessoas que saíram das telinhas de comentários, de trás dos avatares, arrobas ou emails, diretamente para a minha vida e para o meu coração. Amigos que terei para toda a vida. E novamente, graças ao Flamengo e ao Magia. Sigo intimidada sim, pelo respeito à grandiosidade dos dois, mas sobretudo motivada pelo carinho, pelo reconhecimento e pela certeza de que esse foi o primeiro ano de muitos. Por tudo isso, cada linha escrita, cada feedback recebido e cada novo amigo conquistado, eu serei sempre grata a 2010.


Que venha 2011 com suas novas emoções! E o que peço a ele? Apenas a volta do futebol! Muita raça, muita vontade e, sobretudo, muito amor e muito respeito ao Manto Sagrado. Meus novos amigos e eu merecemos. E cobraremos!


Um excelente e fantástico 2011 para cada um de vocês e suas famílias e até 2011!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Patrícia Amorim: 1 ano

Há exatamente um ano atrás eu me emocionava com a posse da ex-nadadora. “Que o meu coração rubro-negro pulse muito forte e possamos levar o Flamengo à grandeza que ele merece ter. O Flamengo parou de crescer durante um tempo, mas isso acabou. O Flamengo será maior do que ele é hoje” – dizia ela. Naquele instante acreditei no início de uma nova década de ouro, como foi 80. O Flamengo superior aos grandes. Zeus entre os deuses. Muito acima de qualquer mortal.




Posse de Patrícia Amorim em 22/12/09




Não foi bem assim. Ao fim do primeiro ano de Patrícia Amorim à frente dO Mais Querido, o que deu certo e o que deu errado? Longe de bancar a sabichona, só posso lhes dar minha humilde opinião baseada em coisas que leio, escuto e questiono por aí. Algumas coisas não foram surpresa. Priorizou os esportes olímpicos e deixou o futebol “caminhar sozinho”. O que eu esperava? Equilíbrio. Outras gestões faziam o extremo oposto. E eu também achava desnecessário. Mas Patrícia pecou por achar que o futebol Hexa-Campeão poderia se autogerir. Incompetência ou ingenuidade, eu não saberia dizer.


Andrade e Marcos Braz pagaram a conta da indisciplina de um elenco com o ego inflado pelo título recém adquirido. Seguiu-se um período de incertezas até que veio a grande cartada da moça: sem alarde, de uma hora para outra, anuncia a volta de Zico ao Flamengo. Discurso de autonomia e confiança mútua. Mas o Galo não foi blindado pela presidente e saiu em meio à mais uma de tantas histórias (ou estórias) mal contadas no Flamengo. Mesmo errando nas suas contratações, saiu apoiado pela torcida e ela seguiu achando que poderia não se envolver tanto com o futebol.


O futebol concluiu 2010 com uma performance pífia, para muitos vergonhosa. Não fosse a sorte e a proteção do atento padroeiro, estaríamos no desvio obrigatório da estrada secundária, aquela da qual não se volta sem lama até a alma. O fracasso no Carioca, na Libertadores e no Brasileirão ofuscaram o brilho do sucesso de praticamente todas as demais categorias esportivas onde o clube se fez representar, justamente as mais queridas da senhora presidente. Se ela acertou ao apostar em tais categorias, ela errou – e muito – ao não capitalizar com essas vitórias. Fotos de Cielo com as cores do Mengão são cada vez mais raras. Diego Hypólito então, nem se fala. Nem os rapazes do Basquete, com exceção de Marcelinho, talvez, têm suas imagens espalhadas mídia afora com o Flamengo em destaque.


O Marketing evoluiu? Sim. A parceria com a Olympikus segue de vento em popa - nunca vendemos tantas camisas originais – e o Museu Flamengo está finalmente saindo do papel. O Marketing do Flamengo, assim como Patrícia, precisa aprender que não existe auto-gestão. Não adianta sentar na cadeira executiva à frente de uma bela mesa lustrosa e achar que, por ser O Mais Querido, não há muito mais o que fazer. Errado! Além da gestão da imagem dos atletas, existe o combate à pirataria e um programa de fidelização para tocar. O modelo Cidadão Rubro Negro não funcionou e precisa ser remodelado com urgência.




Patrícia, uma semana após a saída de Zico




Chego agora ao porém mais desastroso deste primeiro ano de Patrícia. Sabia-se desde 2009 que não teríamos o Maracanã a partir do segundo semestre de 2010. Assim como as renovações de contratos que todos sabíamos quando venceriam, deixou-se para cuidar do assunto às vésperas da tragédia. E nada me irrita mais do que tragédia anunciada, porque evidencia-se assim a falta de vontade. Semanas após o burburinho causado pelas negociações de estádios e terrenos Rio afora, já se abafou o caso e seguimos achando que nada será feito. Uma torturante inércia.


Está tudo errado? No futebol, sim. No clube, nem tanto. Salários em dia é um ponto positivo. Excesso de vazamento de infomações durante as negociações é um exemplo do que temos de mais negativo. E isso a presidente deveria saber como resolver. O que quero de 2010? O equilíbrio que citei lá no início. Quero perceber que há a vontade de acertar. Quero perceber que Patrícia Amorim está de corpo e alma dentro do Flamengo (hoje não vejo isso em seus olhos). Quero a gestão profissional e apaixonada que acreditei ser possível em 22 de dezembro de 2009. E assim, quero ver o nosso Flamengo vencedor novamente!


Encerro desejando aos meus amigos do Magia Rubro Negra e a cada um de vocês, um Natal repleto de alegria e felicidade! Que vocês tenham, na companhia de seus amados, momentos fantásticos de paz e harmonia e, assim, forças renovadas para o 2011 emocionante que temos pela frente!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Muita Informação

Muita informação, meus amigos. Muita informação! Na semana em que voltamos os olhos para o passado e homenageamos saudosamente as estrelas de primeiríssima grandeza do futebol mundial, seguimos ansiosos a acompanhar especulações do mais cruel dos mercados: o vai e vem de jogadores mundo afora. Nomes brotam e desaparecem todos os dias das fontes mais confiáveis (sic) da imprensa brasileira. Torcedores clamam por gringos, jogadores de base, de outras bases e boa parte clamam esperançosamente pela volta de nomes consagrados (sic). Desculpem, devo estar com soluço. Mas como eu ia dizendo, é muita informação.


Queria que tudo isso fosse boato espalhado pelos nossos dirigentes estrategistas para criar buzz enquanto negociam de verdade e secretamente os nomes que fariam a diferença que tanto desejamos, mas sabemos que não é assim. Nosso Flamengo desaprendeu as técnicas da negociação sigilosa. Pior, desaprendeu técnicas básicas de negociação e seguimos com nossos corações na sala espera do cardiologista da família rubro-negra.



Há duas semanas falava de minha esperança de que 2010 não seja um ano esquecido e sim aprendido. E, no turbilhão dessa semana, temos mais uma prova disso. Um estudo mostra que, mesmo crescendo, a marca Flamengo está bastante desgastada. Tragédia anunciada, na verdade, já que sobrevivemos a esta desastrosa temporada na base da sorte. Não adianta fazer menos da pesquisa que estabeleceu valores e também não vou questionar agora se aquele “clube” que levou o Brasileiro mais “amaracutaiado” dos últimos tempos poderia se valorizar tanto. Quero focar no Flamengo. E convenhamos (somos apaixonados, mas não somos estúpidos): tudo o que nos aconteceu neste ano, sem exceção, desde a inexistência gerencial do departamento de futebol, às contratações equivocadas, ao comportamento antiprofissional dos jogadores e ao desempenho pífio em todas as instâncias, certamente arranharam (e digo “arranharam” porque sou otimista) sim nossa estimada marca. E o que mais me irrita é ver que, na ânsia por um 2011 melhor eu veja rubro-negros torcendo pela volta de um dos responsáveis pela no nosso patrimônio, ou sofrendo porque o cara pode ir para outras bandas. Dá um tempo! Querem mesmo criar mais uma dependência por um cara que não se garante 100% do tempo? Para mim é muito simples: para jogar no Mengão, tem que ter muita vontade de jogar pelo Mengão! Sempre! E ele não tem mais vontade de jogar, nem aqui, nem ali, nem acolá. Vida que segue. Dele e nossa.


Nós, torcedores também temos que valorizar nosso patrimônio e parar de esperar migalhas de atenção de pseudo-estrelas. Vamos pensar grande, pensar no futuro, focar em nomes que não nos usem de trampolim ou de consultório terapêutico. Insisto na renovação. No colocar o Flamengo acima de tudo e de todos. No respeito incondicional aos 115 anos de história. E quem não levar isso em conta deve ser limado de tudo o que diz respeito à Gávea.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Grandeza do Flamengo

“Molas anda a tomar o Flamengo para a graça dos seus bonecos. E a mim, para um motivo de comovedora solicitude às dores do meu clube. O fato é que o Flamengo anda a sofrer. Mas acredito que não sofra de doenças que possam levá-lo a estado de gravidade.
O que existe no nosso clube é apenas um acidente da vida. O nosso time andou a levar suas cargas de pau, a merecer, de fato, surras de adversários sem grande credencial. Acredito que tudo se resolva bem. Hílton Santos, apesar de todos os seus gestos ditatoriais, é, no fundo, um flamengo de bom coração. E, para ser um bom flamengo, primeiro que tudo, carece o cidadão de ser um homem do povo, capaz de gestos democráticos, sem atitudes de mando agressivo.
O Flamengo é da paixão do povo. E aí está a sua grandeza.” (José Lins do Rego)




Imagem: http://baptistao.zip.net




Zélins foi o primeiro grande escritor brasileiro a escrever sistematicamente sobre futebol num tempo em que os intelectuais achavam que o velho esporte bretão era indigno de sua literatura. Quisera eu ter um décimo do talento e da clareza do moço para, nesse momento, saber o que lhes dizer. Resolvi recorrer à pequena crônica de 25 de maio de 1946, transcrita acima. Deixo livre à reflexão de cada um de vocês as palavras deste paraibano, “cronista apaixonado, nada isento, despudoradamente comprometido com sua paixão pelo Flamengo” – nas palavras de João Máximo. Queremos seriedade e profissionalismo, sim, mas tais predicados isolados não funcionam no Flamengo. O Flamengo precisa de bons homens do povo, bons homens de bom coração e, consequentemente, de bons flamengos. Dentro e fora dos gramados. Homens e mulheres que, à despeito de sua classe social, nunca se esqueçam a essência do Flamengo. Do ser Flamengo. Andamos a sofrer, como andávamos em 1946 e, da mesma forma, a cura está em nossas mãos. Ou em nossos corações.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O que não nos mata, nos fortalece!

Alívio. Só essa palavra resume o que senti quando o placar do Estádio da Cidadania mostrou as seguintes palavras: “Com os resultados da rodada, o FLAMENGO permanece na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro em 2011!”. À minha volta, os torcedores que ainda estavam por lá bradaram “SEGUNDA É O C@R@LHO!!!” Olhei para o lado e minha amiga chorava. Chorei com ela. Não de emoção, de exultação ou de extrema e incontrolável felicidade, como chorei em 6 de dezembro do ano passado. Chorei de alívio. Um pouco de raiva também, mas principalmente de alívio. Não vou comemorar nem alardear orgulho (isso, só pelo FlaBasquete, atualmente) pela conquista [sic]. Mas vou confiar que a lição foi aprendida pois, num outro aperto como esse, podemos não ter tanta sorte.


A Nação é apaixonada, fanática, mas não é burra e não vai me xingar por falar que tivemos sorte. Depender da incompetência alheia e, mesmo assim, se safar, pra mim é sorte, sim! Contar com a ajudinha de São Judas Tadeu de vez em quando tudo bem, mas explorar o pobre santo desse jeito é muito abuso. E jogar todo o trabalho de uma década fora com esse desempenho pífio em 2010, é desrespeitoso. Sim, eu acho a retrospectiva da década bastante satisfatória, você não?




  • 5 Campeonatos Cariocas (valendo a hegemonia de 31 títulos!)

  • 1 Copa do Brasil (ganhando do vice-mor na final!)

  • Participação em 4 Libertadores.

  • 1 Campeonato Brasileiro (o nosso Hexa na Raça!)



Então, Nação, nada de entrar nessa de que nada presta. E, se o o ditado for certo ao dizer que o que não mata, nos fortalece, 2010 terá sua função em nossa história. Assim, antecipo para vocês o meu desejo de fim de ano para o nosso Mengão: nada de esquecer 2010 e sim aprender o que tiver que ser aprendido, dispensar quem tiver que ser dispensado e, doa a quem doer, retomar o brilhantismo a que estamos destinados. Com barca, degola, ou a metáfora que melhor lhes convier, que venha 2011!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Inspiração

Como previ na semana passada: a despeito do Futebol, as comemorações do 115º aniversário do Mais Querido, Amado, Idolatrado, Consagrado, Homenageado e Invejado Clube de todo o universo foi carregado de emoções! E a vida segue confirmando o clichê: o meu, o seu, o nosso Flamengo é e sempre será maior do que a soma de quaisquer fatores imagináveis. Pegue qualquer variável e jogue numa equação. Resolva essa equação como aprendeu na escola e você encontrarárá um valor infinitamente menor do que o valor correto. Desista de compreender, de definir e apenas viva esse sentimento único na história da humanidade: ter o Flamengo na sua vida.


O que vi nesses dias foi muito além do resultado dos eventos oficiais em si. Não vou poetizar. Vou simplesmente listar aqui. E eu sei que você vai entender.




  • As crianças do Cultura na Cesta, disciplinadinhas e concentradas na quadra, mas eufóricas com as canções quando estavam na torcida.

  • As famílias inteiras que não só voltaram a frequentar os estádios, mas que seguem o Flamengo onde ele estiver.

  • A humildade e simpatia sem fim dos bravos heróis do FlaBasquete, rubro-negros até a alma, que dão toda a atenção do mundo aos torcedores.

  • O pessoal da Fla-Lages/SC que viajou quilômetros para comemorar bem perto do time do coração no momento em que este realmente precisa dos seus torcedores mais fiéis por perto.

  • Os torcedores que cantaram emocionadamente junto e, algumas vezes, até mais alto do que Arlindo Cruz, Diogo Nogueira, Dudu Nobre, Rogê e Bebeto.

  • Ver em execução – finalmente – o Museu Flamengo, tratado com toda magnanimidade que a história gloriosa do Mengão merece.

  • Ter os amigos que o Flamengo nos deu – ou melhor, nos dá porque eles chegam a todo momento – sempre por perto, quando a nossa vida parece que está de cabeça para baixo, nos inspirando e nos ajudando mesmo sem saber que o fazem.


Eu só tenho a agradecer por fazer parte do Magia Rubro-Negra que me aproximou ainda mais do objeto dessa paixão incondicional e ao Flamengo em si por me arrebatar de emoção no coração e ser essa brisa inspiradora na minha vida.



'Inda bem que eu sou Flamengo
Mesmo quando ele (ou eu mesma) não vai bem
Algo me diz em rubro-negro
Que o sofrimento leva além
Não existe amor sem medo
Boa noite!
(Djavan)

Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Prepare-se: É pra comemorar SIM!

Tudo bem que 2010 é o ano a ser esquecido para o futebol rubro-negro. Depois do Hexa na Raça, ficamos nós no vácuo, trocando de técnicos, fazendo contas e sofrendo com a falta de objetividade do nosso ataque. Mas sou festeira e, para mim, aniversário é sempre uma data a ser comemorada. Ou vocês acham que vou deixar de expor meu rubronegrismo hexagerado nos 115 anos dO Mais Querido só porque o futebol na Gávea anda urucubacado? Nem pensar! E como Deus não dá asa a cobra (não é isso que diz o ditado?), estou longe do Rio para cumprir toda uma agenda fervorosa, cheia de pura flamenguice!


Minha sugestão, para começar: colar na Campeoníssima Equipe de Basquete do Mengão! Eles tem uma maratona de jogos pelo Carioca justamente nessa semana. Começa hojeàs 20h30, lá no ginásio do Clube Municipal contra o Cabo Frio e,amanhã, é a vez do Iguaçu, no mesmo bat-local e no mesmo bat-horário. Estivesse eu no Rio, iria certamente aos dois jogos! Entrada franca e todos os nossos heróis bem ali, ao alcance de nossas máquinas digitais, super simpáticos e acessíveis. Vai por mim! No domingo, dia 14, por sua vez, ninguém me segura: estarei ás 11h no Tijuca Tênis Clube para ver o embate contra o próprio Tijuca. Este jogo de domingo, por sinal, está no calendário oficial de eventos comemorativos do Clube, em disputa, oTroféu “Nação Rubro-Negra – Flamengo 115 anos”. Não vai? Tá vacilando!



Equipe de Basquete do Flamengo

Na segunda-feira, aí “mermão”, tem um dia inteirinho de festejos para todos os gostos:


7h – Alvorada no Centro de Excelência do Remo do Flamengo, na Lagoa Rodrigo de Freitas


9h – Futebol: Sub-11 do Flamengo x Escolinhas Fla


9h30 – Missa na Capela São Judas Tadeu, na sede social do clube (Gávea)


10h – Chocolate rubro-negro, na Boca Maldita, na sede social do clube (Gávea)


10 às 15h – Recreação no Espaço Infantil Urubinha


10h30 – Futebol: Funcionários do Flamengo x Imprensa


11h – Reco-reco, na Boca Maldita, na sede social do clube (Gávea)


12h30 – Futebol: Artistas rubro-negros x Artistas


12h30 às 16h30 – Almoço em homenagem aos 115 anos do Flamengo, no salão nobre da Gávea


14h30 – Futebol: Master do Flamengo x Amigos do Adílio


Acha que acabou? Claro que não! Ainda na segunda-feiraàs 20h, no Vivo Rio, tem showzaço comandado por Arlindo Cruz e convidados. E que convidados, saca só:



Estão aí, todos os eventos oficiais para ninguém reclamar depois que não sabia disso ou daquilo. É só se programar, escolher o manto que mais lhe agrade e comparecer! Agora, se você não mora no Rio, vai trabalhar ou por algum outro motivo não puder cumprir essa agenda, então faça o seu próprio evento: marque com os amigos no bar, faça um churrasco, reveja todos os vídeos e DVDs com a família. Comece hoje e só pare no dia 15. Tudo é válido nesse feriadão do Mengão. Aproveite para registrar o momento e mandar aqui pra gente (paixão@magiarubronegra.com.br). Quem sabe você não aparece aqui no Magia?


Lembre-se: “Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo!” Ou ainda: “Saudemos todos, com muito ardor, O pavilhão do nosso amor!” São 115 anos de história para celebrar. E nossa história, nossas vitórias e nossas glórias, ninguém tira de nossos corações. Nunca se esqueça disso!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

2010 ainda não acabou

Faltam seis jogos pro fim do Brasileirão mais longo dos últimos tempos e o Flamengo não dá descanso para os nossos corações. Dois empates bobos e seguimos daqui, coração na ponta do dedos, fazendo as contas. Toró se foi. Gosto dele, do sorriso largo e de sua entrega total sempre que solicitado (mesmo que muitas vezes estabanada). Leva um Brasileiro, uma Copa do Brasil e, se não me engano, um tri-Carioca na bagagem. Que seja feliz! O garoto merece. E é bom que estejamos nós também preparados para as renovações que certamente o Luxemburgo irá promover no elenco muito em breve. Enquanto isso encaremos o Ceará. Adversariozinho xinfrim mas em seu momento mais tinhoso. Confiante, com quatro pontos a mais, querendo se firmar na série A e jogando em casa – onde só perdeu uma vez durante todo o campeonato.



Vou chover no molhado dizendo que é hora de partir pra cima? Vou! Mas e daí? Precisamos de 7 pontos em 6 jogos para espantar a assombração que insiste em rondar a Gávea. Luxa fala da Sul-Americana. Não duvido que seja possível mas, para isso, tem que acertar o pé e parar de empatar. Tem que partir pra cima e detonar o tal vovozão sem piedade. Invadir o Castelão e fazer bonito. Em campo e na arquibancada! Esse vai ser o jogo número 100 do maior ladrão de bolas da atualidade: o nosso Williams. Tudo bem que ultimamente ele tem revezado muitos maus momentos entre suas roubadas fantásticas, mas mantenho minha fé de que é só uma fase que já, já vai passar. O cara tá sendo sondado por outros clubes mas garante que ficar e fazer mais pelo Mais Querido. A magnética agradece!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Uma verdade inconveniente

Tô legal com esses caras. São tudo mermo ‘um bando de lôco’, meu! Vou mandar a real: a torcida desses gambás não é fiel por conta da etimologia da palavra fidelidade. Tem mais a ver com o “crer no improvável”, a “fé cega”: eles vivem em uma realidade paralela, acreditam numa verdade que lhes é conveniente, idolatram uma mitologia própria. O que lhes dizem, se for do seu agrado, vira verdade. Assim é fácil, né? Disseram a eles que tinham uma torcida tão numerosa quanto a Nação, eles acreditaram; disseram que eles ganhariam uma Libertadores da América, eles acreditaram; disseram que eles são “campeões mundiais”, eles acreditaram (eles têm sim um “título mundial” num campeonato piloto cujo vice foi… deixa pra lá, mas daí a serem Campeões Mundiais Interclubes é muito diferente); disseram que eles seriam campeões brasileiros no ano “centernada”, e eles acreditaram também! Isso não é fidelidade: é ingenuidade!


Bora cair na real? Como levar a sério uma torcida que menospreza o Zico para idolatrar o Neto? Esse pessoal não fala sério. Não bate bem da bola. Estão todos ouriçadinhos porque o técnico – aquele que os tirou da segunda divisão, devo lembrar – está na seleção. Segunda divisão! Me perdoem a falta de humildade, mas meu time nunca me deu esse desgosto. E por que diabos uma torcida que atende pela alcunha de fielvira-e-mexa aparece dando as costas para o time que alega tanto amar? Essafidelidade é tão questionável que até São Jorge pediu arrego, mexeu os pauzinhos no plano superior e ajudou a mandar os caras pro outro lado da metrópole.



Não tenho nem um pouco de medo desse bando de insanos. Eles mudaram de técnico e a magia se desfez. Nós mudamos de técnico e estamos acertando nosso passo, voltando à ordem natural das coisas. Que ordem é essa? É a verdade absoluta na qual eles se recusam a acreditar: a supremacia é indiscutivelmente Rubro-Negra! Tirando a derrota no primeiro turno, estávamos há nove jogos – desde de 2006 – sem perder pro gambás prepotentes no Campeonato Brasileiro (lembrando que não houve confronto em 2008 porque… ah, claro, eles estavam na segunda divisão!). Nesse meio tempo, jogamos a brilhante campanha deles na Libertadores tobogã abaixo em pleno Pacaembú e hoje vamos jogar mais uma pá de cal nas suas parcas pretensões de ganhar mais alguma coisa esse ano. Para a fé cega deles, temos uma faca amolada.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Inspire-se com a Charanga Rubro-Negra!

Sim, eu sei que é dia das Crianças, mas não posso deixar passar em branco o aniversariante ilustre da semana: há 68 anos nascia a Charanga Rubro-Regraa primeira torcida organizada do Flamengo e do Brasil. A ocasião era o Fla x Flu da final do Carioca de 1942 e nossos heróis – reunidos por Jaime de Carvalho – não intencionavam necessariamente o título de “filarmônica futebolesca”. Sobre a sua duvidosa musicalidade, o rubro-negro Ary Barroso simplesmente comentou: “Me desculpem, mas isso não é banda nem aqui nem no caixa-prego“.


Reza a lenda que tal iniciativa não foi aceita de imediato pelo meio esportivo justamente porque a Charanga se posicionava justamente atrás do gol adversário e a barulheira desafinada decorrente dos instrumentos não funcionava apenas para apoiar o Mengão, mas para desestabilizar a concentração do goleiro rival.



Com o passar dos anos a Charanga passou a ser o centro das festas das arquibancadas, levando faixas, bandeiras e muita cantoria para inspirar diversas gerações de rubro-negros dentro e fora dos gramados, e serviu como embrião do que conhecemos hoje como o movimento de torcidas organizadas de todo o Brasil.


Viajo fácil no tempo para tentar imaginar a paixão que, em sua forma mais pura, movia essas pessoas num tempo em que se torcia sem TV, sem replay, sem internet e etc e tal. Num tempo de uma outra imprensa onde jornalistas eram cronistas ou poetas e exaltavam o futebol à despeito da rivalidade.


Sou uma saudosista incorrigível e lembrar da Charanga sempre me inspira. Que ela inspire também toda a Nação – da qual ela é célebre personagem – e que tenhamos nós a garra e a raça de apoiar o Flamengo sempre e incondicionalmente. Sim, raça, a mesma raça que adoramos exigir dos jogadores. Nesta reta final do Brasileirão, a bola também está conosco!








Fonte: Flapedia

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A hora do luxo: Que venha o Luxa!

Fim da era Silas após dez partidas de sofrimento. Depois de um técnico estagiário e de um técnico trainee, agora ganhamos um Técnico PHD: a peso de ouro chegou Vanderlei Luxemburgo. De Nova Iguaçu para o mundo, Luxa conquistou seu último Brasileirão em 2004. Desde 2005 tem estado em evidência mais pela expectativa que sua chegada provoca do que pelos resultados alcançados propriamente ditos. Sua última passagem pela Gávea foi em 1995, ano do nosso centenário onde conquistamos não mais do que a Taça Guanabara. Muita estrela em campo, e o Luxa (na época, já estrela) não correspondeu.


Luxemburgo volta hoje à Gávea nos braços da Nação. São inúmeras as manifestações da torcida favoráveis à volta do professor já há várias rodadas do Brasileirão. Não é errado dizer que muitos até torciam pela derrocada do galo mineiro não pela rivalidade em si, mas para que o técnico fosse disponibilizado ao mercado mais rapidamente. E cá está ele!



Magia Neles, Vanderlei!


Chego a acreditar que não existe melhor hora para a volta do Luxa ao sagrado solo rubro negro. Essa é a hora da redenção luxemburgoniana: nervoso para provar que não está decadente; ansioso para compensar sua passagem desastrosa de 95; tinindo para provar ao mundo todo o amor de seu coração rubro negro e tirar O Mais Querido dessa medíocre ressaca do Hexa. Dizem até que uma das grandes frustrações do professor é não ter conquistado nenhuma Libertadores da América. Será que é com o Mengão que o bom e velho Luxa realiza o sonho?


Não se iluda meu querido, porque o trabalho vai ser árduo e a pressão infinita. Mas a Nação confia em você. E essa é a sua hora, Luxa!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Idiossincrasias – Ai meu Flamengo…

E o Flamengo perde Zico. Mais uma vez. Eu queria ter a clareza e a objetividade necessárias para escrever sobre isso. Mas só tenho decepção. Rubro-negros ou não, todos falam no possível rebaixamento do Flamengo no Brasileirão (meu coração não me engana: é possível, mas não é provável). Mas hoje, sofremos um rebaixamento moral. Deixamos um dos maiores ídolos da nossa história à mercê de politiqueiros de quinta.


Zico provou que estava certo ao não querer se reaproximar do futebol brasileiro. Confiou que com Patrícia Amorim isso seria diferente, mas jogou a toalha em 4 meses. Culpá-lo? Nunca! No Japão ele teve total liberdade e privacidade para trabalhar e praticamente inventou o futebol japonês. Aqui, sua terra natal, não conseguiu respirar sem ser achincalhado com cobranças imediatistas e denúncias que são sempre acompanhadas de muito barulho por terem pouca veracidade.


Como pudemos permitir que algo assim acontecesse? E como ainda podemos deixar essas pessoas, cujos interesses pessoais são maiores do que o nosso amor pelo Clube, mandem e desmandem no Flamengo? O que podemos fazer para mudar isso? Não consigo pensar em nada.


O Flamengo sobreviverá à mais uma despedida do Galinho? Claro! Viveu anos sem ele e viverá outros tantos. Mas vai ser muito difícil esconder a cicatriz que vai sobrar dessa crueldade com nosso ídolo maior. Estou triste, frustrada e envergonhada. E a vida segue. Me resta confiar que vamos ao menos ser capazes de tirar alguma lição disso tudo.


♪ Flamengo SEMPRE eu hei de ser! ♫



Nota: Publicado originalmente no Tudo em Simas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pra cima deles, Mengão! É só vidro verde.

Sim, meus queridos. Eu sei que, por mais nós adoremos as fortes emoções do esporte bretão, não é bem esse tipo de drama que a gente espera. Nosso Mengão está testando as nossas coronárias jogo após jogo com atuações pífias e estratagemas que estão longe de parecer esquema tático.


Porém, e sempre tem um porém, vamos nos lembrar que, se é quando se acha que a coisa está feia que o Flamengo mostra a sua força, esta é a hora mais propícia do ano: sequência de más atuações, pressão da torcida e da imprensa e, no nosso caminho, mais uma vez o Esmeraldino de Araque a quem vencemos pela a última vez só lá em 2007. Prato cheio para toda a torcida contra.



Que se deleitem, porque essa farra está para acabar! O Goiás não ganhou nem arrancou bravamente um empate contra o Flamengo por mérito próprio em nenhuma dessas ocasiões. Ou o Mengão entrava em pane e perdia sozinho a peleja, ou a arbitragem resolvia que o jogo por si só estava sem graça e resolvia aparecer mais que os jogadores. Mas deixem que eles entrem achando que esse vai ser mais um jogo assim. Estão muito mal-acostumados.


Melhor assim, pois eu quero mesmo é ver o Mengão esmigalhando essa vidro verde metido a pedra preciosa na base da marreta magnética. Depois não digam que não avisei.


♪ Vai pra cima deles, Mengão! ♫

Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Emociona que eu gosto!

O que há por trás dessa imagem? Pouca coisa. Só tudo o que espero de quem defende o Manto: vontade, persistência, comprometimento, respeito, amor. Estou sendo exigente? Claro que não. Isso devia constar em contrato, exigindo testemunhas idôneas em cartas de referência.


O time está se organizando. Com isso, e com um trabalho sério de preparação física, devemos diminuir a correria e vamos nos sustentar melhor e mais tempo em campo. O ataque desencantou. O técnico ainda está se ambientando. A zaga se perdeu um pouco, mas não acho que seja uma crise. Para mim foi cansaço mesmo. Mas se tem vibração, se tem o compromisso, se tem essa emoção, eu não tenho a menor dúvida de que todo o resto tem se ajeita.



Foto: Nina Lima/VIPCOMM

É isso, Renato! Vibre muito, pode se emocionar que nós estamos com você. Você sabe da cobrança por sua forma física. Você sabe da cobrança pelos seus chutaços lindos. Mas agora você já sabe o caminho. Agora você já sabe que não desaprendeu. Agora você sabe que está em casa novamente. Agora você reencontrou o poder do Manto! Espalhe essa lição e sinta-se em casa, querido artilheiro!




E já que você ofereceu, eu peço: coloca tudo isso bem ali, na ponta da chuteira e me emocione novamente! Sempre!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Daqui pra frente tudo vai ser diferente!

Costumo ser uma pessoa extremamente objetiva. É notório que algo precisa ser feito. E JÁ! Eu sei, você sabe, toda a Nação está ciente. Obviamente o Flamengo, em si, também sabe. Silas cantou a pedra: não vai tolerar insubordinação. Pet – ídolo – refletiu, pediu a palavra e se retratou. Ninguém está garantido na titularidade. Ganha a posição quem der o sangue pelo Manto. Quem mostrar o peito arfando em rubro-negrismo. Uma mudança de postura. Não dá ser diferente. Daqui pra frente, sim, tudo vai ser diferente!



Ano passado nossa arrancada para o Hexa começou na segunda terceira rodada do returno. Hoje o cenário é bem diferente. Torcedores que adoram se autodenominar de nossos rivais (porque só assim acham que conseguem se alçar ao nosso nível) já comemoram um pseudo namoro nosso com a segundona mas isso nem de longe se passa na minha cabeça. Isso simplesmente não vai acontecer. Eu sei que é complicado manter o otimismo, mas eu não tenho a menor dúvida que – mesmo sendo aparentemente muito mais devagar do que o coração rubro-negro deseja – os ventos estão mudando. Os antigos precisam sair da acomodação e os novos precisam saber que o Manto pesa. E devem urgentemente saber lidar com isso. Pelo que vi, estão todos sendo chamados na responsabilidade. Eu sigo confiante. E confio, repetindo que, daqui pra frente tudo vai ser diferente. Tudo PRECISA ser diferente.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A Nação não é uma torcida qualquer

Vamos dar um pulinho na sala de aula? O que é Nação para você? Por conceito, nação refere-se ao conjunto de pessoas que se sentem unidas pela origem, pelos interesses e por seus ideais e aspirações comuns. Podem até lhes falar que para ser uma nação deve haver uma só raça, língua e/ou religião, mas os grandes estudiosos são categóricos ao afirmar que esses não são fatores essenciais para determinar o caráter fundamental de um grupo qualificando-o como uma nação. Vale mais a identidade da história e da tradição (a nação não tem apenas o presente), o passado comum. Na verdade, o elemento primordial, aquele que se mostra como condição (mesmo que subjetiva) para a evidente existência de uma Nação é ovínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer viver coletivo. Ou seja, o querer essa coletividade; o ter a consciência de sua "nacionalidade".


Isso não sou eu, Cláudia, falando ou inventando para vocês. Qualquer antropólogo, sociólogo ou outro estudioso das ciências sociais pode lhes confirmar. Mas lendo essas definições anteriores, você não pensa imediatamente na Nação Rubro-Negra? Não há melhor exemplo de Nação! Não somos a Nação apenas por sermos 33 milhões de apaixonados. Somos uma Nação porque temos o Flamengo em comum e assim o desejamos: queremos "gritar ao mundo inteiro a alegria de ser Rubro-Negro". Podemos ter vários endereços, várias culturas, falarmos diferentes idiomas ou sotaques, mas temos uma só história e a mesma tradição em comum: o Flamengo.


E fazemos mais do que simplesmente torcer pelo Flamengo. Comparecemos. Podemos ser organizados (são "só" 25 Torcidas Organizadas espalhadas peço mundo) ou não, mas comparecemos. Temos o recorde mundial de público em uma partida de futebol. Temos 7 dos 10 maiores públicos do Campeonato Brasileiro. Temos os 10 maiores recordes de público do Campeonato Carioca. A torcida do Flamengo não tem apenas o recorde de público entre times no Maracanã, mas a Nação tem o recorde de público em outros 13 estádios com capacidade para mais de 20 mil pessoas espalhados pelo país. Estão entendendo onde eu quero chegar? Mesmo em 2001 que, salvo o Tri no Carioca, foi um ano pavoroso, tivemos a maior média de público do campeonato. Entre 2004 e 2006 ficamos entre o 15º e o 11º lugar. O que esperar de 2007? Nada. E tudo. A Nação se fez presente e o Mengão arrebentou estarrecendo a imprensa - que já o considerava praticamente rebaixado - ao terminar a temporada em 3º lugar. Esta atuação da verdadeira e única camisa 12 do mundo rendeu à Nação o título de Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro.


Percebem? Nós temos o poder de fazer acontecer! Há quem repita religiosamente que "torcida não ganha jogo" mas ninguém é louco de subestimar nosso poder. Somos visados, invejados, atacados por gentinha que adora focar em um jogo ou misturar competições, fabricando verdades convenientes simplesmente porque o nosso amor é maior do que o deles ou de qualquer outro. Não somos uma torcida qualquer. Somos A Nação. Aqui não tem lugar para quem só aparece quando o time está cima para tirar o cheiro de naftalina da camisa. Aqui só tem quem respeita a história e a tradição do MAIOR CLUBE DE TODOS OS TEMPOS. Percebe a diferença?



Cá estamos nós, mais uma vez com o coração na mão. Uma sequencia de resultados ruins em 7 partidas, quebrada apenas por uma magra vitória sobre o Ceará definitivamente não é nada animador. Mas precisamos nos comportar de acordo com a grandeza que representamos. Não somos como aqueles pobre coitados que não tem do que se orgulhar e invertem as faixas ou viram as costas para o time na primeira bola perdida. Somos maiores que isso. E se quisermos continuar a ser o principal Patrimônio do Flamengo, temos que agir com a nobreza que tal título nos impõe. Cantemos "Flamengo eu sempre hei de ser" como está no hino e, nesse caso, SEMPRE DEVE SER TODO DIA. Simples assim.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um Tijolinho pra chamar de meu

Quando alguém me chama de “Flamenguista doente” costumo dizer que tal expressão não existe, que doente é quem não torce pelo Mengão e que, por isso, sou apenas mais uma rubro-negra APAIXONADA. E o fato de sermos apaixonados fanáticos pelo Flamengo, não nos impede de reconhecer que o grandiosidade da história do Flamengo se deve, na maioria das vezes, à entrega de elencos que suaram sangue pelo Clube, cujos gestores nunca fizeram muita questão de esconder seu amadorismo. A chegada da Olympikus no ano passado já trouxe um brisa de ar refrescante, com novas linhas de produtos, mais acessíveis, dando chance a todo torcedor de não mais optar pela pirataria para usar as cores do Mengão. Também tivemos o lançamento do programa Cidadão Rubro-Negro que, apesar de estar longe de ser perfeito, representa um enorme avanço do clube na tentativa de se aproximar da sua apaixonada torcida.


Otimista incorrigível que sou, é inevitável perceber a iminência de novos tempos, novos ares na gestão do clube e no relacionamento com a torcida, principalmente depois da Volta de Zico. Na última semana, tivemos mais um anúncio animador: para viabilizar a construção do nosso desejado e merecido Centro de Treinamento, será lançada a campanha Abrace o CT, nos moldes das “brick campaigns” americanas. Por lá, tais ações são extremamente comuns em escolas primárias ou secundárias e mesmo em grandes clubes, onde o benemérito tem seu nome gravado nas paredes do local construído em troca de uma colaboração em dinheiro. Não se iludam pois não costuma ser exatamente uma pechincha e os valores costumam variar (bastante até) de acordo com a localização onde colaborador deseja exibir sua alcunha. Mas essas campanhas costumam ser bastante efetivas se conduzidas com seriedade. E por isso confio no sucesso dessa empreitada rubro-negra: nosso Zico já demonstrou antes a sua contrariedade em recorrer à torcida para resolver os imbróglios financeiros do Mengão (ele falou nisso aqui no MRN, olha lá) pois acredita que a Nação já faz sua parte pagando pelos ingressos e comparecendo aos jogos, mas ele endossou essa iniciativa que será extremamente importante para a produção caseira de novos craques, 100% comprometidos com o manto sagrado.


Estou realmente animada com o lançamento da campanha do Tijolinho, aguardada para setembro. Imagine as possibilidades: pode ser presente do dia dos pais, das mães, a galera do trabalho fazendo vaquinha para dar um tijolinho pro Rubro-Negro que se aposenta e por aí vai… Já vou fazer meu pé de meia e já comecei até a imaginar o que escrever no meu Tijolinho:




O que você vai escrever no seu?

Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Vaza, Vozão!

Já escrevi aqui no Magia sobre o meu avô, sobre o Vovô Garoto e – para variar um pouco – hoje estou aqui para o pré-jogo do Mengão contra o Vozão. Coisas do destino não acham? Nem cabe falar de rivalidade. Mas não se enganem, porque também não cabe piedade. O “Vozão” pode até ser simpático, mas está simplesmente no lugar errado, na hora errada. Vamos para cima deles com tudo! São os terceiros da tabela mas estão há seis jogos sem ganhar. Hora da pressão total! Perderam PC Gusmão em junho, demitiram Estevam Soares na semana passada e acabaram de anunciar a contratação do instável Mário Sérgio, ele mesmo – que assumiu o Inter para ser nosso vice em 2009, lembram?


Quem está por lá também é Diego, que vem com aquele papo batido de profissionalismo e tal para encarar o Mengão. E, enquanto eles vão jogar sem Misael e Magno Alves, nós muito provavelmente veremos a estreia de Renato Abreu e Leandro Amaral, ambos com condicionamento duvidoso, mas tinindo de vontade de mostrar serviço. Também podemos ter Maldonado que foi liberado pelo departamento médico. Sigo confiante de que vai ser nesse sábado o início de mais uma escalada rumo às cabeças! O Vozão vai voltar pro Ceará desorientado, o coitado… E já vou avisando que não adianta nem apelar para o estatuto do idoso: a surra vai ser das boas! E eu vou estar lá para ver!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Isso aqui é Flamengo, caramba!

Semana passada dividi com vocês a minha angústia com o fato de que alguns “torcedores” rubro-negros estão adorando os tropeços do Mengão para alardiar a desgraça e minar o trabalho do Zico no clube. Me parece que, após a derrota para o Corinthians, o coração rubro-negro – triste com a sequência sem vitórias – está se tornando um terreno fértil para esses abutres jogarem suas sementes. Assim que o jogo acabou começaram a pipocar mensagens sobre “certeza de zona de rebaixamento”, “segunda divisão” e “assim não dá para torcer”. Isso me enfurece mais do que a falta de mira nas conclusões do Vinícius Pacheco. Vamos comentar, questionar, cobrar, o que quiserem. Mais ficar bancando os “arautos da tempestade iminente”, isso eu só tolero em histórias infantis.


Não é o primeiro perrengue que passamos e não será o último. São sempre dolorosos. Como dizia Nelson Rodrigues: “o adepto de qualquer outro clube recebe um gol, uma derrota, com uma tristeza maior ou menor, que não afeta as raízes do ser. O torcedor rubro-negro, não. Se entra um gol adversário, ele se crispa, ele arqueja, ele vidra os olhos, ele agoniza, ele sangra como um césar apunhalado.” Mas o fato de “sangrarmos” significa que somos mais apaixonados. Ponto. Não nos dá nenhum direito a choramingar pitangas e nos virar contrar o Flamengo.


Volto a insistir: paciência, Nação! Também quero um técnico de verdade em vez do “estagiário” mas tenho total consciência de que o Zico não deve substituí-lo no meio do campeonato (muito menos no meio do primeiro turno). Somos os campeões de erros de passe e isso para mim só se ajeita com treino. Muito treino. A zaga até tem funcionado de forma razoável mas só vai engrenar mesmo quando o ataque der trabalho aos adversários e, com isso, uma folga ao Lomba e cia. Os reforços até agora não convenceram ninguém e a chegada de Leandro Amaral e Renato Abreu não me parecem assim tão promissoras (falta de ritmo de um e pança do outro) mas eu espero queimar minha língua (como já aconteceu outras várias vezes). Acho que qualquer mudança na comissão tecnica só vai acontecer depois da estreia e da adaptação dos dois. Como disse o colega Fabrício na sua coluna de ontem: É hora de acordar! Sabemos que ainda dá tempo. Mas a Nação não pode nunca deixar de comparecer, apoiar e mostrar como se torce de verdade.


Isso aqui é Flamengo, caramba! Não tem lugar para chorões.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Tudo pode mudar

Todo mundo já falou e repetiu que esse fuzuê todo de “bacalhau favorito” é o maior embuste do futebol brasileiro. Não vou engrossar o coro. Eu estou aqui para falar só do Mengão! Só O Mais Querido me interessa. Não vou dizer que fiquei satisfeita com o empate, mas sinceramente acho que não foi de todo ruim. Foi pouco sim. Mas, pior do que o resultado, mais me entristece é saber que arautos da desgraceira torcem por tropeços do time para minar, ou melhor sabotar, o trabalho do Galinho nos bastidores. Ao contrário do nosso ataque, esses caras são super competentes. Espalham boatos, vazam informações maldosamente precipitadas para a imprensa e para a torcida e não vão sossegar enquanto não estamparem “CRISE NA GÁVEA” em todos os jornais.


Sempre digo aqui: nada no Flamengo é simples e com o trabalho do Zico não seria diferente. Seriedade incomoda demais, dentro e fora da Gávea e volto a conclamar a confiança da Nação na reestruturação do Flamengo. O grupo se esforça, tanto que a torcida não grita por raça. A Nação reconhece que quem está ali respeita o manto e está dando o sangue pelo Mengão. Falta a liderança mas não tenho a menor dúvida de que muito em breve teremos um técnico de verdade que vai organizar o elenco e transformar esse grupo de jogadores na maravilhosa equipe à altura do nosso Mengão. E isso é só o começo porque, deixando o Galinho atuar, sabemos que em breve teremos nosso merecido CT em funcionamento entre muitos outros projetos que vão sair do papel.


Liderança e organização. Muito em breve. E como diz a música: no balanço das horas, tudo pode mudar. Eu confio.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Para o Rubro-Negro, todo dia é Dia do Amigo

É fácil definir amizade: relacionamento entre duas pessoas, com ou sem laços românticos ou familiares, que envolve conhecimento mútuo, afeição, lealdade e altruísmo. Uma definido completa, quase retirada de um artigo científico. Para mim é mais simples: amigo é um irmão que você teve a honra de escolher, alguém que está ali ao seu lado e por quem você é capaz de dar a vida se for necessário. Não importa a quantidade, um só amigo já vale para abrilhantar nossa vida. E, além dos amigos de escola, da faculdade, da rua, do trabalho, olhamos para o lado e vemos que também fizemos amigos graças ao Flamengo.


Os leitores mais antigos do blog sabem que somos, Vivi Mariano e eu, apenas as caçulinhas aqui na família Magia Rubro-Negra. Cheguei aqui há menos de seis meses e fui recebida com todo carinho por todos da equipe. Por conta da distância geográfica eu quase não os encontro. Mas já sinto por cada um deles um carinho enorme e incondicional – digno dos meus amigos de longa data – que só se explica se misturarmos nossa paixão pelo Flamengo nessa equação. É muito mais do que senso de cooperação em torno de um interesse em comum. A exaltação ao Flamengo e à Nação nutrem o respeito e a admiração mútuos e aumentam nossa essa amizade a cada projeto, a cada ideia, a cada texto publicado. E esse sentimento é tanto que não conseguimos segurar só entre a gente. Precisamos conhecer os leitores, parceiros e demais blogueiros, ver seus rostos no “Sorria”, apertar suas mãos no #NacaoTwitter, enfim, dar um abraço fraterno, apertado e emocionado em cada um de vocês que divide conosco a alegria de ser rubro-negro.


Por isso é tão fácil entender o sucesso de iniciativas como o #NacaoTwitter: porque para o rubro-negro, o Dia do Amigo é todo dia! Nosso coração é enorme e cabe toda uma Nação. É só chegar de peito aberto que já vira irmão, amigo de infância. E é com ele que rimos, choramos, sofremos, rezamos, xingamos e festejamos. E quando o nosso Flamengo extrapola o entrosamento e reflete dentro de campo as amizades que promove desde as divisões de base, aí é pura Magia! Não tem para ninguém. Deveria vir acompanhada de um aviso de um ministério qualquer: amizade rubro-negra faz mal para o adversário.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O início: Que Beleza!

Como a maioria absoluta de vocês, sou rubro-negra desde que me entendo por gente. Filha e neta de rubro-negros apaixonados e por isso, não há uma única vez que eu fale do MENGÃO sem que me lembre com todo o carinho do mundo do meu avô: Seu Beleza.


Agora me diga você: o que esperar de um sujeito com um apelido desses? Uma figura querida por todos na vizinhança. Pedreiro, batalhador, patriarca apaixonado e avô carinhoso. Ele respirava Flamengo. Vivia o Flamengo. Sorria e chorava com o Flamengo num tempo em que o futebol era muito mais do que 11 marmanjos querendo ser exportados para a Europa ou para o Oriente Médio. Ele viu o primeiro Tri-Campeonato Carioca (42/43/44) com Mestre Ziza, Domingos da Guia e companhia. Viu o segundo tri (53/54/55) com Zagallo e também viu a estreia do Galinho em 72. E como ele amava esse clube, campeão na terra e no mar! Foi assim que eu nasci com este gene indescritível e inabalável e inexplicável e incurável, incubado na minha existência: a PAIXÃO pelo Clube de Regatas do Flamengo.


Meu avô era minha principal companhia para – assistindo ou apenas ouvindo os jogos – torcer pelo MENGÃO. Ele narrava junto. Gritava. Suava. Espraguejava. Coitado do braço do sofá. Pobre da mesinha de centro. E eu lá ao lado dele atenta a tudo, torcendo louquinhamente.


Não fui ao Maracanã quando criança – uma frustração sem cura, aliás – mas esses jogos no colo do Seu Beleza eram tão intensos que o Maracanã se transportava para a nossa sala de estar, lá em São João de Meriti. Por ali desfilaram todos os ídolos e todos os títulos que, a partir de 78, encantariam o Brasil e o Mundo.


Sei que cada um de vocês tem uma história parecida para contar. Da influência do pai, da mãe, dos avós ou dos irmãos nessa paixão. Mas também sei que nada disso seria suficiente se não estivéssemos falando do MAIS QUERIDO! Das cores vibrantes do Manto mais famoso do mundo, que carrega 115 anos de vitórias.


Sou de uma geração privilegiada que viu o MENGÃO conquistar as Américas e o Mundo. Mas isso não é coisa do passado. Nossas crianças hoje estão perto de vivenciar a mesma coisa que eu e muitos de vocês. A propósito, vocês se lembram do Vagner Love dizendo que realizava um sonho de infância por poder vestir a camisa do Flamengo? Da foto de um menino chamado Léo Moura ao lado do Zico?


Que outra instituição consegue propiciar momentos como esse, transformando sonhos de criança em realidade e assim transformando, com isso, a vida de toda uma Nação? Nenhuma, minha gente. Ne-nhu-ma.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Acabou o Amadorismo

Enquanto o mundo mantém fixos seus olhos exclusivamente nas sedes da Copa do Mundo da África do Sul, os corações rubro-negros voltam suas atenções para o nosso próprio cantinho.


Nesta semana começa a gestão de Artur Antunes Coimbra à frente do Futebol Rubro-Negro. A Nação ainda está eufórica, em total estado de graça com a volta do Galinho, inclusive eu mesma, mas todos sabemos que sua missão não vai ser fácil. Porque nada no Flamengo é fácil. A torcida – pelo menos a minha – é pela unidade acima de tudo. Pelo respeito ao que Zico representou e representa para o Mengão.


Nestes primeiros dias de trabalho, ele já demonstrou que pretende conduzir a gestão na conversa, ou melhor, usar o diálogo como sua principal ferramenta de trabalho. Chegou conversando muito com jogadores, comissão técnica e com a imprensa. Deu a entender que Rogério fica e que os contratos devem e irão ser cumpridos. Pretende, além de um segundo nome forte para gerenciar o futebol ao seu lado, priorizar o ataque do time na reposição do elenco.


A palavra de ordem é postura. “Para estar no Flamengo, tem que querer jogar”, diz o Galo ao exaltar a dedicação de Vagner Love para permanecer no Clube. O discurso é de profissionalismo total. Para trabalhar com ele tem que querer atuar no Mengão e cumprir os compromissos com o clubes.


Simples, não? Não é assim no nosso dia a dia? Temos que cumprir os horários e honrar os termos do contrato de trabalho que assinamos. Precisamos “vestir a camisa” da empresa onde trabalhamos. Não só mostrar serviço, mas é mostrar total devoção ao nossos clientes, chefes e companheiros de trabalho. De outra forma, tchau. A porta da rua é cortesia da casa para qualquer um pobre mortal.


Nenhum trabalho é fácil e ser jogador de futebol no Flamengo é muito mais do que um sonho um pessoal: reflete no amor de toda uma Nação. Como dizem web afora: não é para fracos.


Não vejo grandes prejuízos em acirrar um pouco a disciplina. E acho que não vai demorar muito tempo para que alguns comportamentos comecem a ser tratados com o devido rigor. Uma coisa é um jogador despontar como liderança. Outra coisa é o jogador achar que é o dono da bola, irritar-se e fazer birrinha com tudo e com todos e querer ser respeitados por mandos e desmandos. Se eu me chamasse Bruno, eu abriria meus olhos e fecharia minha boca.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Parada no campo sim, no orgulho nunca!

Todo mundo se lembra do Centenário do Mengão em 1995, certo? Mas é só daqui a dois anos que celebraremos o centenário do Futebol no Flamengo. Foi ali na Campos Sales na Tijuca, bem no campo do América, que começou a mais emocionante, apaixonante e vitoriosa história do futebol brasileiro, que transformou o Mengão no clube gigantesco que conhecemos hoje, arrebatando fãs de todas as classes sociais, de todas as profissões e de todas as partes do mundo. O clube onde todo jogador brasileiro (mesmo que ele não admita) – e até alguns estrangeiros – sonha jogar um dia e ser recebido com o carinho da Magnética em pleno Maracanã lotado de vibrantes corações rubro-negros.


Não há como negar a grandiosidade dos nossos 98 anos de história no esporte bretão: são 2.968 vitórias em 5.582 jogos (mais vitórias do que os 1.290 empates e as 1.323 derrotas somados). Gols? Foram exatos 11.323 gols feitos nesses quase 100 anos contra 6.730 sofridos. E jogadores convocados para a seleção brasileira? Ninguém tira onda com o Mengão: 117 atletas convocados apenas para os jogos oficiais (contra seleções de outros países). Se contarmos partidas não-oficiais, contra combinados, times regionais ou clubes) nossos atletas sobem para 122 convocações, mantendo o primeiro lugar absoluto. O maior fornecedor de craques para a seleção canarinho de todos os tempos!


Agora vem a pausa para o Mundial. Já rola o papo de saudade dos jogos das quartas e dos fins de semana acompanhando o Mengão. Mas a torcida continua! Vamos continuar aqui acompanhando este intervalo bem propício para revisão de estratégias, de elenco e, principalmente, de postura. Vamos continuar rezando para que nosso S. Judas ilumine o Galinho e sua gestão engrene bem rapidinho para que o Brasil presencie mais um Bi-Campenoanto Brasileiro do Mengão!


Eu tenho orgulho deste Time, deste Clube e desta História! E vocês?


Fontes
Flapédia (aqui)
Memória E.C. (aqui )

Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Onde você estava?

Se você é Rubro-Negro e tem mais de 30 anos, vou te propor uma brincadeira: quer apostar que eu sei o que você estava fazendo há exatos 30 anos? Estava se esgoelando pela rua aos gritos de É CAMPEÃÃÃÃÃÃÃO!!! Exatamente, queridos leitores! Há 30 anos atrás o Campeonato Brasileiro terminava no meio do ano e, assim, nosso primeiro título brasileiro comemora hoje, 1 de junho, seu 30º aniversário.


Eram 164 mil representantes da Magnética espremidos no Maracanã dispostos a anular a violência e a catimba do adversário e presenciarem a canja de galinha que se cozinharia no então maior do mundo.



Nada mais profético e animador do receber o nosso Galo justamente no aniversário de nosso primeiro Brasileirão, não acham? Sempre nas adversidades o Flamengo mostra sua melhor performance. Em 1980 vínhamos de uma derrota esquisita de 1×0 para o Atlético-MG. Estávamos apreensivos, preocupados até com a vida de Rondinelli – o deus da Raça – que estava internado com fratura na mandíbula (presente do Éder). Em 2010 estávamos consternados com tanta esquisitice. O time campeão desmantelado, a diretoria apática, sem o tetra-carioca, sem a Libertadores.


Em 1980, Nunes e Zico fizeram os gols que nos trouxeram o título. Em 2010, Patrícia e Zico.


Hoje, 1 de junho de 2010 eu vi o mesmo sorriso aberto e vitorioso no rosto do maior jogador rubro-negro de todos os tempos que vi no rosto do jovem atleta, na mesma noite de 1980.


Tenho certeza de que não é só uma coincidência. E você?


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Acefalia

Imagina a cena: um grupo de jovens fortes e saudáveis, num barco perfeito, remando um para cada lado. Ou o barco está sem comando e cada um rema para um lado porque acha que pode, assim, tirar o barco do lugar, ou tem comandante demais que faz com que os remadores fiquem completamente perdidos e remem bravamente sem direção específica. Resultado: ninguém sai do lugar. E o grupo de remadores fica exposto assim aos caprichos da natureza selvagem à sua volta: passáros atacando o grupo, correnteza, chuva, o desgaste do próprio barco, etc. Para piorar a cena, uma cachoeira conhecida bem ali na frente. É uma metáfora dramática? Sim, mas não tem Poliana que resista a um jogo como o de ontem.


Preciso mesmo identificar todos os personagens desta cena? Acho que todo rubro-negro já sabe exatamente do que estou falando. O grupo corre desesperadamente em campo sem a menor  orientação estratégia. Sim, porque fazer chuveirinho na área adversária não é estratégia, é desespero. Comando tem. Até demais. Todo mundo berra e ninguém tem autoridade para colocar as coisas em seus devidos lugares. E ainda tiram a autoridade de quem tem deveria tê-la. A diretoria precisa resolver suas pendengas internamente. Estão dando muita trela para a imprensa deitar e rolar. E dentro de campo, o grupo corre para compensar. Para mostrar que está unido. Que não abandonou a raça. Sem direção, sem orientação, repito, não vão a lugar algum.


Marcos Braz não fez mais nada além de abastecer estas crises. Gostava dele. Mas virou um fanfarrão cheio de frases de efeito. A Presidente ajeita os aspectos administrativos do clube mas parece ser do clube do “tá tudo bem, deixa as crianças se entenderem, amor…” A diretoria do Flamengo me causou a maior vergonha alheia de todos os tempos com essa palhaçada de “vai rola demissão a qualquer momento, é só esperar”. Ridículos. Esqueceram que têm a missão mor de zelar dO Mais Querido, dos seus interesses e do seu patrimônio e, em vez disso, abrem o tanque de tubarões. Isso é inaceitável. Do Andrade eu não tenho o que falar. Gosto do cara e acho que ele não merece ser o bode expiatório desta situação. Perdeu a autoridade, “o conceito” por causa da ingerência da diretoria. Fato. O elenco está acéfalo. Bruno não é líder. Nunca foi. É um garoto mimado que acha que a torcida não entende de futebol e mulher pode apanhar de vez em quando. Não se parece em nada com Fábio Luciano (isso para mencionar apenas o último capitão). Adriano briga com o mundo e retribui sisudo o apoio incondicional de uma torcida que em nenhum momento questionou seus privilégios. Wagner Love, Léo Moura, Maldonado, David, ou seja, os mais competentes (ou comprometidos ou profissionais, chamem como quiser) se matam para compensar a falta de ineficiência dos seus pares. Cada um que faz uma partida brilhante tem um equivalente de atuação pífia, como Juan e Vinícius Pacheco. Isso não é time. Isso é um grupo de funcionários que convivem uns com os outros durante o horário do expediente.


Sobre as vaias e xingamentos, querem que a torcida reaja como? Em silêncio? Não sou a favor das vaias, mas o que mais vai ser necessário para que os responsáveis vejam que algo está muito errado? Falta liderança dentro e fora de campo. Falta honrar o Manto e a história do Flamengo. Aparentemente só a torcida quer a Libertadores (convenhamos que 35000 mil presentes em pleno feriadão com os preços dos ingressos no Aconcágua é de se respeitar). Dentro do clube, todos se esqueceram de que essa era para ser a competição mais importante do ano. Nem vou falar que tanto se alardeou que essa seria a Libertadores mais fácil de todos os tempos. Mas ainda temos chance. Yeah, legal. E depois? Vamos ser atropelados pelo Corínthians com quantos gols do Gordo para nos humilhar no Maracanã?


Quem vai fazer alguma coisa? E rápido. Com ou sem Libertadores.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Firme e Forte

Eu continuo firme na certeza de que avançaremos na Libertadores. Chegaremos aos suados 10 pontos e passaremos a nos preocupar com o nosso próximo adversário na conquista das Américas. Ontem um grupo de torcedores deu uma “prensa” nos jogadores. Conversaram com Bruno, Léo Moura, Willians, Kleberson e Adriano e arrancaram deste uma promessa de comprometimento e mudança de atitude. Sua birra com a imprensa já extrapolou o razoável. Nem o Flamengo nem a Nação merecem sua atitude sizuda. Estamos sempre do seu lado e merecemos a conhecida vibração do Imperador. Zico também esteve no Ninho do Urubu distribuindo afagos e dando apoio a todos. Só vemos isso no Mengão minha gente! Amor que não passa nunca!


A imprensa continua fazendo a sua parte e criando crises e mais crises na Gávea. Tenho a impressão de que já estão prontos os textos sobre a demissão do Andrade e só esperam a notícia sair para publicarem suas sentenças implacáveis. Torço para que isso não aconteça. Mas quero do querido Tromba uma atitude com a autoridade e a responsabilidade à altura do cargo que ocupa. Sei que boa parte da Nação tem dúvidas sobre sua permanência, mas não é o meu caso. Quero que ele fique e que a diretoria lhe dê condições para trabalhar. Ele já ajeitou a casa uma vez e eu sei que pode ajeitar de novo. Pegou um grupo estraçalhado psicologicamente pelo técnico anterior e os fez Campeões Brasileiros. Tirou o grito engasgado há 17 anos em nossas gargantas e vamos lhe virar as costas agora?


Já disse e repito que é nos cenários mais desfavoráveis que o Flamengo mostra a sua força. Hoje não vai ser diferente! Hoje é dia de lotar o Maraca. Tenho certeza de que quem aparecer por lá não vai se arrepender!


Aliás, hoje é aniversário do Andrade. Que, além de toda a felicidade que ele merece, ganhemos todos de presente uma atuação digna dos campões que somos!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Maria Lenk: Inspiração, Superação e Motivação


Se o meu post publicado ontem não foi suficiente para inflar o orgulho rubro-negro da Nação, eu agora vou pegar pesado. Há três anos morria Maria Emma Hulda Lenk Zigler. Para quem não sabe, a simpática senhora da foto era muito mais do que o nome de um parque aquático: ela foi a principal nadadora que o Brasil já viu.


Filha de um ginasta alemão, ela nasceu em São Paulo e aprendeu a nadar aos 10 anos para se recuperar de pneumonia nos dois pulmões. Aos 17, tornou-se a primeira mulher sul-americana a disputar uma Olimpíada (Los Angeles/EUA em 1932) e, à despeito do ineditismo do feito e das dificuldades financeiras (vendeu café durante a viagem e competiu com um maiô de lã emprestado), Maria Lenk emplacou de cara a classificação para as semi-finais olímpicas nos 200 metros estilo peito.


Em 1936 ela era a única mulher a dominar o nado “borboleta” (que só viria a ser oficializado em Melbourne/1056) e, no Rio, em 1939 quebrou dois recordes mundiais: 200 metros peito (2min56s90) e 400 metros peito (6min15s80) em sua preparação para os Jogos de Tóquio em 1940, que foram cancelados por causa da 2ª Guerra Mundial.


Maria Lenk nunca abandonou as piscinas. Em 1942 ajudou a fundar a Escola Nacional de Educação Física, da Universidade do Brasil, hoje UFRJ, e em 1943 organizou no Rio a primeira mostra de balé aquático, que traria para o Brasil a prática do nado sincronizado. Nadadora Master desde sua aposentadoria como professora, ela foi homenageada pela Federação Internacional de Natação em 1988 com o “Top Ten” da entidade, como uma das dez melhores atletas masters do mundo. Esta homenagem deu a nossa querida Maria Lenk um lugar no Hall da fama da FINA, sendo a única nadadora da América do Sul que consta na lista. Ainda disputou o Mundial em 2000 na categoria entre 85 e 90 anos: 100 metros peito, 200 metros livre, 200 metros costas, 200 metros medley e 400 metros livre, ganhando cinco medalhas de ouro.


Parou por aí? Não. Escreveu um livro em 2003 (Longevidade e Esporte), foi homenageada pelo COB em 2004 com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, durante o Prêmio Brasil Olímpico e, em 2005, aos 90 anos, bateu três recordes mundiais do nado de peito: 50 metros (1m25s91), 100 metros (3m12s88) e 200 metros (6m57s76).


Está eternizada desde 12 de fevereiro de 2007, quando Maria lenk deu seu nome para o Parque Aquático no autódromo do Rio de Janeiro, que receberia as provas de natação, nado sincronizado e saltos ornamentais nos Jogos Pan-Americanos. Maria Lenk superou pneumonia, preconceitos, dificuldades financeiras e toda uma época na história do esporte mundial para alcançar seus objetivos. Foi pioneira, dentro e fora das piscinas, um exemplo de superação para todos que permitirem inspirar-se. Maria Lenk nadava 1500 metros por dia e assim nos deixou, há três anos, em 16 de abril de 2007, ao deixar os últimos suspiros de seus 92 anos de vitória na piscina do Clube de Regatas do Flamengo.


Adriano e companhia precisam de inspiração? Pensem e honrem esse nome: Maria Lenk.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

No Flamengo tudo é Dramático

Na boa? Não nego que faltou vontade. Não nego que dói (fisicamente até) ver um joguinho ridículo como o de ontem. Mas sou obrigada a dizer: a revolta que me deu ontem, ao assistir a apatia generalizada só passou quando me lembrei da última vez que senti algo parecido. E foi quando perdemos para o Barueri no Brasileiro do ano passado. Preciso falar o que aconteceu depois? Acordamos para o Hexa. Foi uma derrota necessária para arrancar a marteladas os saltos das chuteiras. E mais: nas duas últimas edições da Liberta, quando chegamos embalados às oitavas, fomos devidamente esculaxados por times de nível técnico altamente questionável.


Coisas do Flamengo. Sejamos razoáveis: perdemos três jogos nessa temporada. Três jogos. Estávamos com a ilusão do “tudo vai bem” e todos sabemos que não era bem assim. Esse é o momento do tapa na cara que cada um do elenco vai se dar. Do sacudidão que o pai precisa dar nas crianças para elas saírem da recuperação e passarem de ano. Tudo no Flamengo é dramático. Até parece que é a primeira vez que estamos passando por isso. Não sei porque essa revolta toda. Passou o momento desabafo, já esperneamos e vamos sim cobrar uma mudança de atitude do elenco e tudo o mais. Mas abaixar a cabeça, jogar a toalha e achar que a temporada está perdida não é coisa de rubro-negro de verdade.


Se temos alguma chance, ela é nossa! Ou vou ter que relembrar que os matemáticos e especialistas apontavam 1% de chance pro Mengão no Brasileiro ano passado?


Somos os especialistas em agarrar chances remotas! Vamos ficar dando confiança pra torcidela “resto do mundo” se deliciar com nossa desolação ou vamos empurrar o time AGORA?


Vamos mostrar porque somos diferente de todos os outros torcedores (que só tiram a camisa do armário quando o time vence ou quando tem campanha/promoção)?


A hora é essa, Nação.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Acabou o ensaio, agora é pra valer!

Estamos a poucos pontos de firmar nossa permanência na Libertadores e, assim, nos aproximarmos da reconquista das Américas. Nesse meio-tempo a semifinal do Carioca. Pela mediocridade deste campeonato, eu tendo a achar que é nossa obrigação vencê-lo. Se todos os outros times estão podres, não podemos nos nivelar por baixo. Mas em termos de resultados, as últimas decisões do clube tem se mostrado acertadas então nem vou questionar isso. Sei que o adversário (eu me recuso a chamá-lo de rival porque essa alcunha para mim significa alguém que respeito como tal e esse time nunca será alçado por mim a tal nível) quer usar como motivação “não deixar que conquistemos o ‘sonho do Tetra’”. É claro que meu sonho é muito maior mas, particularmente, eu não gostaria de lhes dar esse gostinho.


Falando em competição de verdade, eu lamento um pouco que esse time reserva não tenha sido testado com um pouco mais de antecedência durante o Carioca como preparação para a Libertadores. Eles jogaram bem, motivados principalmente pela oportunidade de mostrar serviço. Angelim com estima renovada, Michael jogando muito sério e muito bem e D. Marques mais uma vez confirmando que não tem lugar no elenco rubro-negro. De uma forma geral, esse grupo “B” se completa em méritos e deméritos. Realmente acho que, com um pouquinho mais de atenção, as arestas seriam aparadas e teríamos dois grupos muito bons à disposição do Andrade para deixar o Mengão realmente imbatível. Salvo o ataque. E sinceramente não sei o que vai ser do Mengão ao fim da parceria Adriano-Love. Mas uma preocupação de cada vez, certo?


De qualquer forma a motivação está aí: esse grupão privilegiado – o “time a ser batido” – tem a chance de entrar para a história do futebol mundial chegando, 29 anos depois, praticamente ao mesmo nível da mais alta realeza dO Mais Querido. Quer motivação maior do que essa? Quer chance melhor do essa quando somos o atual Campeão Brasileiro? Quer ambiente melhor do que a atual quando a torcida está 100% junto com o time e as “crises” são patrocinadas pela fome sensacionalista da imprensa e não pelas contas do clube como vínhamos presenciando ano após ano? Essa é a nossa hora. Se a palavra de ordem para o Hexacampeonato foi “humildade” eu sugiro que adotemos agora a “seriedade” para o ano de 2010.


Acabou o aquecimento e apresenta-se o momento de separar homens de meninos. Seriedade sempre e o Flamengo acima de tudo!  E façamos todos e cada um a sua parte: clube, jogadores e torcida.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

domingo, 28 de março de 2010

Transformação

Há um ano acabava a parceria de 25 anos entre o Flamengo e a Petrobrás. Se não me engano, a mais longa da história do futebol mundial. As marcas da empresa já estavam arraigadas no subconsciente do rubro-negro justamente pela presença nos uniformes diversos do clube por tanto tempo. Mas também sabemos que a cada renovação ressurgia o parto não só da negociação em si, mas também da obtenção das certidões negativas necessárias para a liberação dos valores negociados junto à Estatal.


Com questionáveis gestões financeiras subsequentes, as dívidas se acumulavam ano após ano e a apresentação das certidões era sempre um tormento. No fim de cada período acabava a novela e a renovação acontecia. De um lado, a Petrobras afirmando que preferia renovar com o clube por conta da parceria iniciada em 1984 e do outro lado os dirigentes rubro-negros que adoravam alardear outros possíveis interessados mas sempre acabavam aceitando os termos da estatal. Era um casamento agonizante e seu fim, apesar de previsível, me causou arrepios. Se com um parceiro deste nível, os dirigentes rubro-negros já faziam uma super lambança nas finanças do clube, o que seria da Nação sem ele? Ano após ano, as dividas só aumentavam e todo início de temporada ouvíamos a mesma lenga-lenga de sempre de que, no ano por vir, o orçamento seria enxugado e novas fontes de renda estavam sendo orquestradas.


Minha preocupação estava justamente no que eu acreditava ser uma total incapacidade dos dirigentes em conseguir obter do zero um novo contrato de patrocínio. O cenário não era nada animador. Havíamos sido eliminados pelo Resende nas semifinais da Taça Guanabara e vimos o Botafogo levantar a taça. Márcio Braga estava afastado e o Presidente em exercício, o Sr. Delair Dumbrosck era o próprio ponto de interrogação. Mas São Judas é poderoso e o então “tal Delair” deve ser dos seus protegidos preferidos. Antes mesmo da definição do novo patrocinador – que só aconteceria no final de maio – venceríamos a Taça Rio e nos tornaríamos hegemônicos no Carioca com o 31º título Estadual (o sétimo em dez anos). O Presidente em exercício bancou a vinda de jogadores experientes como Maldonado e Álvaro, provocou um racha histórico na diretoria do Clube quando resolveu negociar a volta do Pet e efetivou o nosso querido Andrade. Muita coisa ao mesmo tempo e minha cabeça parecia que ia explodir.


O resultado desta “aventura”, todo o Brasil conhece: novas parcerias adquiridas, contratos extremamente favoráveis, contas devidamente saneadas e o Hexa-Campeonato Brasileiro. A lição que aprendi: nunca deixar de acreditar que o Flamengo é maior que tudo e que as oportunidades só aparecem para quem está com olhos abertos para enxergá-las além da sua área de conforto. Quebra de paradigmas também acontecem no futebol.


* * * * * *


Não acho que essa coisa de enrolar a renovação do Pet faça bem ao grupo. Ele já dá entrevistas sem disfarçar a insatisfação e não consigo ver nenhum benefício nisso. Mas lembram o que eu pedia em meu primeiro texto aqui no Magia? Cadê o pulso forte para dizer aos envolvidos que o Flamengo é mais importante do que o orgulho de cada um? Cadê?


* * * * * *


Não sou a favor dessa coisa de entregar o jogo de hoje contra o América para prejudicar não sei quem. Repito: o Flamengo é maior que tudo e não deve pautar suas decisões nas desventuras dos outros. Simples assim. Se a prioridade é a Libertadores, tudo bem, mas o grupo precisa estar melhor organizado até o próximo jogo semana que vem e o confronto com um empolgado América é uma ótima oportunidade de acertar as deficiências. Vai pra cima deles, Mengão!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Paixão

pai.xão
sf (lat passione) 1 Sentimento forte, como o amor, o ódio etc. 2 Movimento impetuoso da alma para o bem ou para o mal. 3 Mais comumente paixão designa amor, atração de um sexo pelo outro. 4 Gosto muito vivo, acentuada predileção por alguma coisa. 5 A coisa, o objeto dessa predileção. 6 Parcialidade, prevenção pró ou contra alguma coisa. 7 Desgosto, mágoa, sofrimento prolongado. 8 Os tormentos padecidos por Cristo ou pelos mártires
.


Essa é a definição que encontramos no bom e velho Michaellis. Mas eu não estou aqui para filosofar. A coisa é bem mais simples e muito mas objetiva: neste espaço paixão será sempre sinônimo de Flamengo. Sou rubro-negra desde que me entendo por gente. É uma relação típica dos apaixonados: gratuita, intensa e impulsiva. Neste exato momento, estou respirando profundamente, como quem acaba de sair de uma briga com o amado. Mas com a certeza de que em breve, muito breve, vai ficar tudo bem.


E essa certeza vem do fato de que o rubro-negro sabe que tudo no Flamengo é grandioso. Tudo no Flamengo é multiplicado aos milhões. Tudo no Flamengo é notícia. A Nação assusta, incomoda, provoca e impera. Tudo isso faz do Flamengo o maior adversário do… Flamengo! Nada é simples e nada é fácil para o Mengão. Cada jogo é uma batalha sangrenta. Dentro e fora de campo. Mas onde está a novidade? O que o Flamengo precisa hoje é focar apenas nas quatro linhas. O time tem uma das bases mais consistentes do país, ninguém ali é criança mas o grupo continua se deixando abalar por picuinhas extra-campo. Cadê o foco, minha gente? Parece que é a primeira vez que enfrentamos o resto do mundo!


Sinto falta da tranquilidade, humildade e um tanto de ouasadia que mostramos no fim de 2009. Somos Hexa-Campeões mas estamos perdendo o rótulo “time a ser batido”. O ano já começou e o ritmo ainda é de pré-temporada. Cadê a seriedade? Cadê o coração na ponta da chuteira? Cadê aquele Andrade que é capaz de virar o jogo no intervalo? Cadê a Presidente para chamar a responsabilidade e colocar o Flamengo acima de tudo, seja de jogadores, comissão técnica e dirigentes? Esse braço forte está fazendo falta. E espero que ele se apresente bem rápido.


Vai ser um desafio e tanto acompanhar essa trajetória aqui com vocês. Só posso garantir que aqui vai ter sempre 100% coração, compartilhando opiniões, contando casos, exaltando os guerreiros e cornetando os pipoqueiros. Vou tentar estar à altura da Nação, sem com fanatismo, mas com toda paixão que enche meu peito. E vai ser mais do que um prazer, será uma honra dividir essa paixão com vocês.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

AH! O Fla x Flu…

É sempre com muito reverência que eu paro para assistir um Fla-Flu. Trata-se quase de um rito religioso. Merece respeito, atenção total, devoção até. Afinal, é o Clássico dos Clássicos. Aquele considerado o mais charmoso do Brasil. Aquele que surgiu 40 minutos antes do nada*. Antes do despertar das multidões. O Clássico das multidões. Tem clube que até tenta se alçar ao nível da importância desta rivalidade. Tem clube que gostaria de ser “o” arquirrival do Flamengo. Impossível. Em seus 98 anos de idade, é o Fla-Flu que tem a capacidade de fazer o mundo parar de respirar. É o “ai, Jesus”…


E, em 98 anos de história, já se viu de tudo nesse confronto. Por que em 2010 seria diferente? O retrospecto recente dos dois times deixa qualquer torcedor em total alerta. Estamos falando dos dois times que foram indiscutivelmente os destaques do último brasileiro. Os dois times que, no momento do início da partida, tinham 100% de aproveitamento. Dois times, que por tudo isso, estavam em paz com suas torcidas.


Como não dedicar atenção especial à tal partida? Qualquer time cresce contra o Flamengo. Qualquer preleção é mais acalorada quando se tem à frente um jogo contra o Flamengo. Qualquer jogador elencado por um adversário quer ter seu nome na história por ter derrotado o Flamengo e “calado” o Maracanã. Por que o Fluminense seria diferente? Queriam vencer o Mengão, Campeão Brasileiro e endossar sua ótima campanha. Seu ataque eficiente e defesa eficaz lhe davam segurança. “A defesa do Flamengo é uma peneira!” alardeava inequivocamente a imprensa. E, assim, deu-se o primeiro tempo. O que era esperado acontecia. Os jogadores do Flamendo lutavam mas pareciam nem riscar a parede adversária. Pareciam remadores que trabalhavam com força mas, com total descoordenação, remavam um para cada lado e, assim, o barquinho não saía do lugar. Festa tricolor na vazada defesa rubro-negra. No esboço de uma reação (presente daquele que pretendia ser o mais novo carrasco da magnética), seguiu-se um aparente tiro de misericódia. Explosão de pó-e-arroz e gritos de olé ainda na primeira etapa.


Até então tudo previsível. Mas o Fla-Flu é o clássico do imprevisto. E o rubro-negro não é de deixar o estádio quando todo o resto do mundo dá o jogo por perdido. Não arreda o pé até o apito final. Não tira a camisa. Esteja na arquiba do Maracanã ou de olho na tela da TV pelo resto do país, ele vai persistir até o último minuto seja qual for o resultado. Porque isso é torcer. Sangraríamos com o time e engoliríamos a seco o que poderia se transformar numa goleada humilhante. Mas estaríamos lá e gritaríamos até o fim.


Porém (ah, porém…) havia alguém olhando por nós. Alguém com ciência de que algo podia ser feito. Alguém que conhecia seu elenco e sua torcida. Alguém que já tinha seu nome gravado na história de seu seu clube e desse clássico. Alguém que tem o Flamengo no coração e que por isso é diferente de todos os outros na sua posição. Alguém que podia mostrar que técnico ganha jogo: Jorge Luís Andrade da Silva.


Bastou um homem com visão suficiente para mudar o que era preciso, acertar o comando e fazer todos remarem na mesma direção. O Flamengo entrou em campo com 45 minutos de atraso. Mas entrou com o pé no peito do adversário e golpeiou sem piedade. O Império do Amor mostrou sua força novamente. E literalmente. Clássico se vence com amor e com raça. Brigando por cada lance, por toda e cada bola, no meio de quantos adversários se fizer necessário. E um Fla-Flu nunca está vencido por antecipação. O Fluminense pecou por esquecer disso ao subestimar a humildade e perspicácia de Andrade, a força de Adriano, a disposição e oportunismo de Love, a presença de um penta-campeão e a diversidade de um banco pra lá de respeitoso.


O Fla-Flu nunca vai ser um jogo para cumprir tabela. Do nada, temos apresentações antológicas. E domingo foi uma delas. Não posso dizer “eu estava lá” mas posso dizer que vivi para ver uma virada histórica: o 5 x 3 de 31 de janeiro de 2010. Um Fla-Flu para fazer o rubro-negro encher (ainda mais) o peito de orgulho. Não venceu o timeco quase rebaixado. Não chutou cachorro morto. Triunfou sobre o arquirrival, virou a mesa e bateu o time bem estruturado e a defesa inquestionável da temporada. Assim é muito melhor!


Nota: publicado originalmente no Magia Rubro Negra