quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Muita Informação

Muita informação, meus amigos. Muita informação! Na semana em que voltamos os olhos para o passado e homenageamos saudosamente as estrelas de primeiríssima grandeza do futebol mundial, seguimos ansiosos a acompanhar especulações do mais cruel dos mercados: o vai e vem de jogadores mundo afora. Nomes brotam e desaparecem todos os dias das fontes mais confiáveis (sic) da imprensa brasileira. Torcedores clamam por gringos, jogadores de base, de outras bases e boa parte clamam esperançosamente pela volta de nomes consagrados (sic). Desculpem, devo estar com soluço. Mas como eu ia dizendo, é muita informação.


Queria que tudo isso fosse boato espalhado pelos nossos dirigentes estrategistas para criar buzz enquanto negociam de verdade e secretamente os nomes que fariam a diferença que tanto desejamos, mas sabemos que não é assim. Nosso Flamengo desaprendeu as técnicas da negociação sigilosa. Pior, desaprendeu técnicas básicas de negociação e seguimos com nossos corações na sala espera do cardiologista da família rubro-negra.



Há duas semanas falava de minha esperança de que 2010 não seja um ano esquecido e sim aprendido. E, no turbilhão dessa semana, temos mais uma prova disso. Um estudo mostra que, mesmo crescendo, a marca Flamengo está bastante desgastada. Tragédia anunciada, na verdade, já que sobrevivemos a esta desastrosa temporada na base da sorte. Não adianta fazer menos da pesquisa que estabeleceu valores e também não vou questionar agora se aquele “clube” que levou o Brasileiro mais “amaracutaiado” dos últimos tempos poderia se valorizar tanto. Quero focar no Flamengo. E convenhamos (somos apaixonados, mas não somos estúpidos): tudo o que nos aconteceu neste ano, sem exceção, desde a inexistência gerencial do departamento de futebol, às contratações equivocadas, ao comportamento antiprofissional dos jogadores e ao desempenho pífio em todas as instâncias, certamente arranharam (e digo “arranharam” porque sou otimista) sim nossa estimada marca. E o que mais me irrita é ver que, na ânsia por um 2011 melhor eu veja rubro-negros torcendo pela volta de um dos responsáveis pela no nosso patrimônio, ou sofrendo porque o cara pode ir para outras bandas. Dá um tempo! Querem mesmo criar mais uma dependência por um cara que não se garante 100% do tempo? Para mim é muito simples: para jogar no Mengão, tem que ter muita vontade de jogar pelo Mengão! Sempre! E ele não tem mais vontade de jogar, nem aqui, nem ali, nem acolá. Vida que segue. Dele e nossa.


Nós, torcedores também temos que valorizar nosso patrimônio e parar de esperar migalhas de atenção de pseudo-estrelas. Vamos pensar grande, pensar no futuro, focar em nomes que não nos usem de trampolim ou de consultório terapêutico. Insisto na renovação. No colocar o Flamengo acima de tudo e de todos. No respeito incondicional aos 115 anos de história. E quem não levar isso em conta deve ser limado de tudo o que diz respeito à Gávea.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

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