terça-feira, 30 de agosto de 2011

Entreturnos

Mesmo após a conquista invicta e antecipada do Campeonato Carioca poucos - além obviamente da Nação Rubro-Negra - levavam fé de que o Mengão faria uma boa campanha no Brasileirão. Frente aos demais clubes, nossos reforços pareciam duvidosos e muita gente apostou que seríamos o cavalo paraguaio da temporada. Chegamos ao fim do primeiro turno e, para a decepção ou desespero de muitos, estamos na disputa ponto a ponto pela liderança do Brasileirão. Na fotografia desta virada para o returno, como apenas uma derrota em 19 jogos, é nosso o melhor ataque (somos o único clube a ter 2 nomes na artilharia a marcarem mais de 8 gols) e o melhor saldo de gols.

Estamos felizes? Pela lógica, deveríamos estar mais felizes do que os torcedores de, no mínimo, 18 outros clubes brasileiros, mas de fato, exigentes como somos, a sensação geral é de insatisfação. E dá para condenar os insatisfeitos? Primeiro, porque queremos vitórias, queremos show, queremos evolução, a cada treino e a cada jogo e, segundo, porque se fizemos tudo isso com uma zaga capenga e um ataque de oficio desacreditado, o que poderíamos estar fazendo com um time (no todo) mais arrumado? Certamente estaríamos confeccionando faixas de “Hepta Invicto”.

No início do campeonato a comissão técnica estabeleceu a meta de 7 pontos a cada 3 jogos. Hoje estamos com mais de 10 pontos de defasagem e aparentemente a própria comissão técnica ainda não ligou sequer o sinal amarelo. Tivemos um pico de produtividade, entre a 12a. e a 15a. rodada para logo em seguida encarar a atual e pior sequência da campanha, com 3 pontos em 4 jogos. Em algum momento nestes últimos 4 jogos, nossa maior força se desfez: o toque de bola no meio de campo. Acho que seria simplificar demais assumir que esses últimos 4 adversários apenas adiantaram a marcação. Sim, é claro que houve mérito dos adversários, mas houve também muito demérito nosso.

Além dos 4 pontos cedidos para o Bahia e Atlético PR no início do turno, fazem falta agora os 2 pontos do empate infantil contra o Figueira. Também não dá para encerrar o turno e não falar das lambanças do Wellington, dos gols não feitos pelo Deivid, do redimento abaixo do esperado do Léo Moura e do excesso de cartões infantis que levamos e que nos desfalca com frequência. Como eu disse assim que cheguei neste espaço, acredito sim que o time está fechado, muito provavelmente até o fim do ano e eu estou fechada com eles. Sigo achando que temos que continuar a fazer a diferença aqui do lado de fora e confiar que o Luxemburgo vai colocar os interesses do Mengão acima de tudo, como tem que ser.

Em compensação também não posso deixar de falar da grata surpresa de ter um garoto como o Luiz Antonio encarando a responsabilidade sem titubear, da serenidade de Renato Abreu que muitos acreditavam que frequentaria mais o banco do que a titularidade mas que tornou-se indispensável para os esquemas do Luxa, do gigantismo de Junior Cesar, e – e óbvio - do retorno Jedi de Ronaldinho Gaúcho entortando marcadores por esse Brasil afora e decepcionando toda uma gama de experts em futebol que achavam que o dentuço chegaria apenas para vender camisa, cumprir tabela e encerrar a carreira.

O que espero do segundo turno? A mesma coisa que esperava do primeiro:
Seriedade – a gente tenta ser humilde mas não consegue, já flamengava Bussunda. Mas em nenhum momento teve salto alto neste primeiro turno, nem dos jogadores, nem da comissão técnica. Deixaram a fanfarronice para a Nação e nossa parte estamos voltando a fazer.
Raça – quero ver em campo o tempo todo o Flamengo que jogou contra o Santos, que não perdeu a cabeça com um placar adverso e manteve seu esquema de jogo. Raça para, se necessário, jogar com 10 contra um dos times “sensação” e não deixá-los marcar apesar da chuva de escanteios e bolas aéreas – teoricamente, nossa maior fraqueza.
Compromentimento – ou alguém viu assuntos do Mengão fora das páginas de esportes nessa temporada?
Não abusar da sorte – É a única "postura" (não achei palavra melhor) que precisa ser mudada. Não dá pra cumprir os três requisitos aqui de cima e não aproveitar as molezinhas que a sorte nos dá. Cada derrapada do atual lider tem sido acompanhada por uma derrapada nossa. Bora mudar isso?

Tenho plena ciência dos problemas que temos ainda a resolver e total confiança de que somos capazes de virar essa curva para a ascendente novamente. Há muito trabalho a ser feito e sabemos perfeitamente como fazê-lo. O resultado aparecerá muito em breve, podem apostar. E que a força esteja conosco.

Em tempo: Engrosso a corrente e a torcida pela pronta recuperação do Ricardo Gomes! Força aí, moço! 
Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

domingo, 28 de agosto de 2011

Sou mais o Mengão!


Parece que chega o Natal, mas não chega a hora do jogo. Aparentemente, este vai ser um dos domingos mais longos já registrados. Eu estou pilhadaça com esse jogo de hoje. Acho que todos estamos. Eu poderia aqui citar momentos históricos, gols antológicos, apresentar retrospectos que serão sempre questionados com o previsível argumento da suposta onipresente Fla-Press, mas acho que seria encher muito a bola da caravela remendada. Passo.
Aí vocês me perguntam: "ué, Cláudia, mas então qual é dessa pilha toda?" Bom, eu lhes respondo: eu estaria nessa pilha independente do adversário. Porque estou sentindo o grupo fortalecido e motivado. À despeito dos conhecidos problemas que sempre debatemos aqui, ali e acolá, o mandante deste clássico se mostra dono da situação. Não existe essa de campeão de primeiro turno e não existe campeonato particular. Ou seja, não existe fanfarronice. Nos reinos da Gávea impera a serenidade e seriedade: o objetivo é embolsar mais estes três pontinhos e seguir a vida rumo ao Hepta.
Num puro exercício de futurologia: digo que os caras vão pirar na marcação do Ronaldinho. Por isso, se Luxemburgo eu fosse, em vez do Botti, eu colocaria o Negueba ao lado do dentuço para aproveitar o espaço deixado pelos 2 marcadores que certamente estarão grudados no moço. Assim vai rolar uma molezinha pro Deivid também, que vai ter tudo para ganhar uma moral com a Nação. O restante do exercício de futurologia não é nenhuma novidade: a nossa zaga vai dar uns sustos mas o adversário, no fim das contas, não vai aguentar a pressão, afinal eles só pensam nisso: para eles existe o tal "campeonato particular" desde sempre.
A imprensa está tratando esse jogo como uma espécie de tira-teima do tal equilíbrio entre as duas equipes. Se há tal equilíbrio, eu sinceramente não vejo, mas nós já saímos na frente esgotando os ingressos no segundo dia de vendas. Assim como o saudoso Henfil já sabia há anos, nós sabemos fazer a diferença:

Em tempo: 
1. Mil perdões pela demora na postagem. Este últimos dias foram um tanto corridos e acabei não dando conta de antecipar a postagem para o jogo do fim de semana.
2. Parabéns aos rubro-negros do Flamanolos pelo primeiro aniversário do Blog! Sou fã. ;o) 
Hoje, ainda mais, sou mais o Mengão!
Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sai Uruca (mais uma)!


Lá vamos nós de volta à Sulamericana! Mais noventa minutos de experimentos do pofexô. Thiago e Airton estão fora e Léo Moura e Junior Cesar ganham folga, ou melhor, serão poupados. Junior Cesar sentiu a coxa ainda em campo contra o Inter mas o Léo Moura eu não faço ideia se é folga, castigo, exame de próstata ou batizado da vó do cunhado da prima da mãe dele. Não sou de polemizar, mas estou com muito menos paciência com o moicano tremendo vacilão do que com o Deivid. Mas volto nesse assunto no próximo post. Foco no furacão, Cláudia. Então, como no primeiro jogo, Ronaldinho fica no banco devendo entrar no segundo tempo, Gustavo, Alex Silva e Jael entram como titulares num provável 4-4-2 basicão.
De qualquer forma, seja por questões estratégicas ou circunstanciais, o fato é que não teremos "força total" hoje em Curitiba. Não que eu não confie no time misto, mas é o grupo titular que entrosado, embalado, vem - no mínimo - impondo respeito. Mas uma hora o povo tem que jogar pra ganhar ritmo e confiança, certo? Por isso estou muito inclinada a acreditar nessa galera que está aí querendo muito mostrar serviço. E mais: acho que a tal vantagem de jogar pelo empate cai por terra quando se joga na Arena da Baixada. Esse estádio tem escudo de proteção que faz inveja ao departamento de Estado norte-americano. Ô lugarzinho mais urucubacado esse! Ok, antes que vocês me cornetem, eu mesma me respondo: dizer que é urucubaca é simplificar demais a coisa, é dar desculpa pra incompetência. Sim, eu sei. Não deixa de ser. Mas lembro também que estamos em plena temporada de extermínio aos tabus e similares. Logo, se é assim que tem que ser, vai ser na Arena que carimbaremos a classificação.
Como venho dizendo sempre: sou mais o Mengão!

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido

sábado, 20 de agosto de 2011

Às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais!

Todo mundo já remoeu a derrota. Não vou aqui ficar batendo no assunto como especialista porque se o fosse estaria ganhando algum com minha tal sabedoria. Na verdade, essa derrota não me deixou preocupada. Nem um pouquinho preocupada. Para mim não foi nenhuma tragédia, nenhum divisor de águas e nem tampouco sintoma de crise ou prenúncio de derroacada. O time esteve uma bosta mas ele não é uma bosta. É como diz a música: "às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais". A bronca já passou, meu Mengão. Volta lá e mostra quem manda!


Agora é foco no Inter (sem essa de time reserva). E hoje foram confirmadas as ausências do Airton, por algumas semanas, e do Thiago Neves, por tempo indeterminado. Isso sim me preocupa. Indenpendente do esquema de jogo adotado pelo Luxa, alguns pilares nunca mudaram: Ronaldinho, Thiago Neves, Willians e Renato Abreu. Quando um desses está fora, a coisa fica apenas incoveniente, mas quando dois ou mais se ausentam, a coisa fica preocupante. Essa é a base da equipe, o quarteto que inspira segurança.


Obviamente sentiremos a falta do Thiago. O problema é que já estamos sentindo a faltaa do Thiago há semanas porque o moço não vem rendendo. Ele fez a diferença desde a sua chegada justamente por seu preparo físico e habilidade. Ele "engrenou" muito mais rapidamente do que o Ronaldinho e conquistou a (ressabiada) Nação de primeira mas, de uns tempos pra cá, ele desacelerou. Não estou bem certa se ele cansou ou se ele se desmotivou com seu corte da seleção. Como há males que vem pra bem, que ele descanse e volte inteiro para o segundo turno e a Sulamericana.


Bom, não preciso lembrar que faltam só dois jogos para o fim do primeiro turno e depois disso, o bicho pega pra valer. E aqui faço coro com o leirtor Zicao-CRF: a Nação precisa comparecer! A gente sabe que o Engenhão é desconfortável, longe do gramado, contramão, que jogo no meio da semana é tarde, mas sem a Camisa 12, o Flamengo não é mesmo. Se com 7 mil no Engenhão já fizemos isso, imaginem com 50 mil (imagens do @leomagamon do Magia Rubro Negra):


[youtube http://www.youtube.com/watch?v=4A3Cg6YPi64] 


Em tempo: hoje acontece mais uma edição do Chopp da Nação, um encontro organizado pelas rubro-negríssimas Cida e Leninha lá no Bar dos Chico's, pertinho do Maracanã. Blogueiros, twitteiros e muita gente legal por lá, trocando ideias a partir das 14h e assistindo o jogo em FLAmília, como dizem com orgulho as anfitriãs. Tá de bobeira, aparece lá: Bar dos Chico's - Rua General Canabarro, 119 - Tijuca/Maracanã.


 


Em tempo: o título do post foi inspirado num tweet do Marcelo Espíndola, momentos após o fim do jogo de quinta, ou melhor, na quinta.


Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.


Às vezes. Só às vezes...

Quanta coisa desde a quinta-feira passada! Um emparte amargo contra o Figueirense e o fim da invencibilidade no jogo contra o Atlético Goianiense. O que os dois tiham em comum? Organização e obediência tática. Os dois times não tentaram inventar nenhuma fórmula mágica e simplesmente adiantando a marcação, conseguiram anular a robustez do meio campo rubro-negro. Com a pouquíssima objetividade devido à falta de um centroavante e a insegurança irregularidade da zaga, a posse de bola tem sido o grande lance do Flamengo nesse Brasileirão. Ao adiantar a marcação, as duas equipes nos tiraram o controle da posse de bola e nos deixaram entregues aos nossos próprios erros. Contra o Figueira, o oportunismo ainda fez alguma diferença, mas o Atlético Goianiense não deu chance ao oportunismo e conseguiu ainda expor toda as deficiências rubro-negras em uma única apresentação.

Até então, um setor cobria o outro, um jogador brilhava e compensava um outro apagado e tudo ia muito bem, com a confortável regularidade que se exige de um time que objetive ser campeão após 38 rodadas. Figueira apenas rascunhou mas os goianos conseguiram simplesmente não tomar conhecimento do Mengão. Mérito deles. Problemas nossos.

O Luxa tinha dois desfalques, insistiu numa estreia e optou por um 3-6-1 que ainda me dá arrepios. Eram três zagueiros e dois volantes para brincar de “deixa que eu deixo”, dois laterais inoperantes (JC fez sua pior partida desde que chegou) e um atacante isolado. Nada funcionou. Ninguém compensou, ninguém para citar como excessão. Nem preciso remoer isso. Quem viu o jogo sabe o que foi e as análises estão por toda parte. A única coisa que devo acrescentar é que, diferente da grande maioria, senti mais falta do Renato Abreu do que do Gaúcho. Com os volantes na armação, nem Zico daria jeito naquele Flamengo.

Agora se fala em dependência. Não nego que o desempenho do Ronaldinho inspire a equipe. Mas acho que, se existe essa dependência, ela é mais psicológica. Na prática mesmo precisamos, ou melhor, somos dependentes de quatro titulares: Ronaldinho, Thiago Neves, Renato Abreu e Willians. Sem um deles ainda somos fortes, sem dois deles (dependendo da combinação) a situação é preocupante. Com os quatro em campo, a tendência é que a zaga fique mais protegida, os laterais possam jogar mais livres, e se estiverem bem – o que normalmente acontece mais pela esquerda do que pela direita – estaremos super no lucro, e o ataque acaba aparecendo.

Não estou preocupada. Nem um pouquinho preocupada. Para mim essa derrota não foi nenhuma tragédia, nenhum divisor de águas e tampouco seja sintoma de problemas maiores ou prenúncio de derrocada. O time estava uma bosta mas não é uma bosta. Longe disso. É como diz a música: “às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais”. A bronca já passou, meu Mengão. Volta lá e mostra quem manda.

Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Só o Mengão importa!

Minha intenção inicial era aparecer por aqui ontem à noite. A conexão não ajudou muito e bateu aquela dor de cabeça de sono e cansaço. Em vez de arriscar falar besteira só pra dizer que postei, resolvi adiar para o horário de almoço de hoje. Já aviso logo que hoje estou menos paz-e-amor do que vocês têm me visto por aqui. Dando uma circulada internet afora agora pela manhã, percebi muito torcedor mexido ou insatisfeito com a rodada de ontem. Sinceramente não entendi muito bem essa reação. O que mais li/ouvi por aí foi um tal de “não foi uma boa rodada”. Cara, não entendi nada! Como assim, primeiro, se a rodada não acabou e, segundo, se o único time que importa ainda não entrou em campo?! Ah, já sei, só se foi pro cartolafc de cada um...


Na boa, alguém realmente contava com "a ajuda" de um timeco comandado pelo Cuca? Me poupem, gente! Mas contar que o resultado do garnizé, que só faz cacarejar há 39 anos, interferisse no resultado de quem esta no alto da tabela é pura perda de tempo e de energia. Ou melhor, ficar contando com o resultado alheio, minha gente, não é coisa nossa. Uma hora, todos tropeçam, e bola mesmo quem está jogando é o nosso Mengão! Podemos secar, torcer contra, beleza, é divertido. Mas não gastem energia com isso não: só o Mengão importa! Eles é que adoram perder o sono fazendo nossas contas, não o contrário.



E, mudando de assunto, agora há pouco se deu o inevitável: Ronaldinho Gaúcho está de volta à seleção, ou melhor, ao time da CBF. Foi-se o tempo em que a camisa canarinho arrebatava minha atenção e até (um pedaço do) meu coração. Tornou-se um ajuntado de jogadores que mal conheço, para não dizer uma creche de garotos superestimados. E o técnico gambá – que se alguma sabedoria ou competência tivesse não seria gambá – mais uma vez mostrou a que veio: o populismo e o bairrismo. Mas o que vocês esperavam dele? Desde o início o que o “povo” – ou a imprensa – pediam dele, ele atendeu. Não tem personalidade. Para fazer contraponto com seu antecessor, optou por ser o bom moço. Porque seria diferente agora? Ah, o clamor "popular"!...


Sinceramente, com a corda no pescoço do jeito que está, ele seria burro se não convocasse nossa estrela. Salvo a quantidade de cartões amarelos, os números do Gaúcho são excelentes. Todos de olho e, se ele não o convoca e paga outro mico, adeus salário no fim do mês. Trata-se de sobrevivência, nenhuma relação com o jogo do dia sete de setembro. Acho mesmo que a seleção não deveria ser prioridade sobre os clubes porque a paixão pelo futebol é, antes de mais nada, de origem clubística. Mas hoje não há nada a ser feito. Se o jogador é convocado, ele tem que ir. Paciência. Um outro lado da questão – e que é de conhecimento de todos – é que um fator determinante para a volta de Ronaldinho Gaúcho ao Brasil foi justamente sua vontade de voltar á seleção. E o Flamengo fez e faz parte da sua estratégia chegar lá. Não dá para negar (mesmo que não concordemos, afinal o Flamengo deve estar sempre acima de tudo) que essa é uma das principais motivações para o desempenho do dentuço na temporada. Ou vocês acham mesmo que é só puro amor?


Só sei que O Mais Querido sempre cedeu jogadores para a “antiga” Seleção Brasileira, atual time da CBF. Na verdade, somos o clube que mais cedeu jogadores à seleção em jogos oficiais e não oficiais. Tenho certeza de que vamos tirar esse “desfalque” de letra. Não vou entrar no mérito das teorias conspiratórias, cada um que eleja a sua preferida. Hoje temos é que pensar no genérico goianiense e despachar mais esse pro fundo da tabela. Vamos dar as boas vindas (finalmente!) ao Pirulito e partir com tudo (apesar da escalação com três zagueiros) pra cima desse rubro-negro de meia tigela.


Finalizando, cada capítulo que, a princípio, parece adverso, só me deixa mais certeza de que o Hepta virá. E com mérito todo nosso.


Sou mais o Mengão!


Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

domingo, 14 de agosto de 2011

Perdemos o foco

Antes de falar do jogo contra o Figueira, primeiro eu preciso agradecer a todos os leitores e leitoras do blog pela força e pelo carinho com que eu tenho sido tratada por aqui. Acho até que posso falar pelo Jefferson também. Este espaço é realmente especial, como tudo o que se refere aO Mais Querido, e cada comentário de vocês me tem servido de inspiração para escrever mais e melhor.


Falar do jogo de hoje está se mostrando mais complicado do que eu imaginava. Eu confesso que não estava muito intimidada pelo bom retrospecto recente do Figueirense e já contava com estes 3 pontos na nossa conta. E também acho que a equipe em si não entrou em campo com esse pensamento. Não ganhamos o jogo de hoje, não pelo pecado do “salto alto” ou porque não jogamos bem, mas porque nos deixamos envolver por adversário bem organizado que usava a mesma arma que temos usado nessa vitoriosa temporada: a posse de bola. Um artífício que o Figueira usou e abusou hoje foi a inversão de jogadas - recurso que eu acho subutilizado pelo Mengão - dificultando bastante a marcação e expondo o cansaço da nossa equipe.


Enquanto eles eram eficazes, nós éramos eficientes. Nosso primeiro gol foi lindo, começando e terminando com Deivid, passando por Thiago Neves, Ronaldinho e Léo Moura. Também foi o Deivid que, na dúvida se seria ou não gol olímpico do Gaúcho, entrou com bola e tudo para garantir um placar confortável com apenas 6 minutos do segundo tempo. Não retrancamos, não nos acomodamos, mas subestimanos o adversário até então ineficiente. Assim como habilidades individuais fazem a diferença para uma vitória, erros individuais também podem ser fatais. Hoje erraram Angelim e Felipe, respectivamente no primeiro e no segundo gol. E erraram muito os jogadores que perderam a cabeça reclamando do juiz em vez de jogar bola. O cara já começou errado ignorando dois lances seguidos no início da partida: a agressividade do Túlio na falta sobre o Thiago Neves e a falta assintosa recebida pelo Renato Abreu. Se era notória a predisposição do indivíduo para amarelar qualquer rubro-negro que chegasse perto dele, cada nova insistência de argumentação era, além de previsível e obviamente infrutífera, também improdutiva porque gerava uma inútil sensação de frustração ainda com a partida em curso o que certamente tirou o foco da equipe.


Assim, de prima, o empate cedido desceu amargo pra mim porque poderíamos ter superado a organização do Figueira se não tívéssemos perdido o foco culpando as lambanças da arbritragem. Fica mais essa lição a ser aprendida. Mas seguimos no topo com uma vitória de desvantagem, único invicto, melhor ataque e o artilheiro e o vice-artilheiro do Campeonato. Ainda somos a referência, o time a ser batido. Sigo confiante de que estamos no caminho certo e que precisamos mais do que nunca trabalhar com inteligência porque os adversários estão de olho nas nossas deficiências e certamente vão atacá-las assim que dermos abertura para isso. Mas eu sou mais o Mengão! Sempre! E um dos motivos está na foto a seguir. Quem mais no mundo tem esse poder?




[caption id="attachment_353" align="aligncenter" width="300" caption="Foto: globo.com"][/caption]

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tá é bom demais!

Falar do jogo de ontem vai ser uma das tarefas mais simples desde que me meti a blogueira do mundo da bola: um primeiro tempo de dar pena dos braços do sofá de tanta pancada que o pobre levou e um segundo tempo redentor com a entrada da “Tropa de Elite Osso Duro de Roer” rubro-negra. O rubro-negro definitivamente não curte a Sulamericana e fez da partida de ontem o mais vazio dos jogos do Mengão na temporada. Além de não curtir o torneio em si, a incerteza de ver ou não o time completo que vem fazendo toda a diferença no Brasileirão em campo afastou o público da tentadora oportunidade de chegar em casa pra lá de 1 da madruga em pleno meio de semana. De qualquer forma, vimos de tudo um pouco ontem e podemos tentar arriscar algumas considerações não tão conclusivas assim.


O time titular está cada vez mais redondinho. Para brincar de time misto o Luxa vai ter que queimar bastante a mufa. Sem Ronaldo, Thiago Neves, Renato e Willians ao mesmo tempo, o Mengão simplesmente não funciona. Fato. O Furacão ontem estava mais para brisa e nem assim nossos reservas conseguiram evoluir com alguma eficiência. Luiz Antonio, sem jogar desde o jogo contra o Santos, voltou no mesmo pique, com bastante personalidade, sem medo de ousar, mostrando serviço (ou qualquer outro clichê que você queira encaixar aqui) e segue encantando cada vez mais a todos. Jael, em sua primeira partida inteira, mostrou disposição e versatilidade dando muito mais trabalho ao adversário do que o cascudo Kleber Santana à nossa zaga. E, falando em zaga, o zagueirão Gustavo, depois do nervosismo dos primeiros minutos, mostrou quando foi necessário que seu tamanho é sim documento e que temos sim – finalmente, felizmente, salve, salve, aleluia! – alternativa para o patético Wellington.


Com a indiscutível inoperância do nosso esburacado plantel, Luxemburgo – que tem na Libertadores um de seus objetivos pessoais – resolveu não arriscar mais, lançou mão da artilharia pesada e, aos dez minutos do segundo tempo, o jogo voltou ser de gente grande. Minha única ressalva foi para a saída do Luiz Antônio e a permanência do Bottinelli que ontem não estava em seus melhores dias. Com o Renato no banco, el Pollo era nossa opção para, entre outras funções, surpreender com chutes de fora da área. Ele bem que tentou, mas parecia estar com a cabeça “nos aires” e era constantemente desarmado. Aí você vai me dizer, “mas ele melhorou com a entrada dos três titulares!” e eu serei obrigada a concordar, mas terei que salientar que, a partir de então, a pressão lhe saiu dos ombros, os marcadores se preocupavam agora com R10 e TN7 e, assim, meu amigo, até eu!


Não posso deixar de falar da nossa lateral direita. Léo Moura piora a cada jogo. Ontem, tirando uma cobertura que deu para uma das raras falhas do estreiante Gustavo, ele não ajudou em nada. Pelo peso de sua experiência (que lhe rendeu a braçadeira de capitão por ocasião da aposentadoria do Pet e ontem, interinamente) não se esperava menos dele do que chamar para si a responsabilidade de fazer a diferença contra os reservas do adversário. Não só isso não aconteceu como ele cometeu muitos erros, alguns altamente bizonhos, durante toda a partida. Por mais que alguns torcedores lhe atribuam crédito e etc e tal, ele está cada vez mais longe de merecer se manter o “titular absoluto e incontestável” na direita.


Tenho que falar também que me chamou a atenção, e eu gostei bastante, da postura dos jogadores “estrelas” durante o tempo que ficaram no banco. Atentos, concentrados, comprometidos (essa é a palavra ideal) com o time inteiro: campo e banco. Postura de quem sabe que o objetivo maior é o sucesso da equipe na temporada e de quem tem confiança nas escolhas do treinador que, por sua vez, tem mostrado que seus “planos e estratégias” de médio e longo prazo (que eu mesma cheguei a desdenhar) não convenceram no Carioca “de resultados” mas estão dando frutos agora que o bicho tá pegando pra valer.


Concluindo, estou muito animada com as possibilidades que se apresentam para o Flamengo. Considerando que estamos falando apenas de futebol (técnica e opções táticas) e esquecendo a tendência manager do nosso “pofexô”, os acertos de elenco que faltavam estão aí, praticamente prontos e devem mostrar resultado muito em breve. Vislumbro uma zaga mais consistente com Angelim, Alex Silva e Gustavo (que merece ser testado mais vezes) e um ataque mais efetivo com a chegada do Jael quetem tudo para ser admitido à “Tropa de Elite Osso Duro de Roer”. Difícil não se empolgar com o conjunto que se forma e com as expectativas que se criam com ele. Fim da distância de oito pontos para o líder, único invicto, melhor ataque e o artilheiro do Brasileirão, há três jogos sem tomar gol e quebrando dois tabus em menos de uma semana, um no Brasileiro e um na Sulamericana. Tabu daqui, tabu dali, ta é bom demais!


Que venha o Figueira!

Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A tal “Segundona” das Américas

Sorrisão no rosto típico de quem não vê ninguém na sua frente. É muito bom curtir a liderança e de quebra assistir de camarote VIP os pega-pá-capá entre os torcedores menos afortunados que não se decidem entre culpar o juiz, o próprio técnico, o gramado, a tabela, o tempo ou o zodíaco por seu infortúnio. Não vou bancar a chata e cortar o barato repetindo o discurso da humildade ou que ainda estamos no primeiro turno e tal. Curte aí, que tá valendo!


Hoje eu quero dar um pouquinho de atenção à iminente Copa Sulamerica 2011. Herdeira de louros já celebrados por competições do naipe da antiga Copa Conmebol, a Supercopa, a Copa Mercosul/Merconorte, aquela que conhecemos hoje simplesmente como Copa Patrocinador da vez Sulamericana perde em prestígio apenas para a badalada Libertadores da América. O vencedor da Sulamericana disputa a Recopa (contra o campeão da LA do ano anterior) e ganha passagem direta para a Libertadores do ano seguinte.


Eu sou dessas que pensa que, se o título está em disputa, o destino dele é a nossa sala de troféus. Se estamos na Sulamericana, porque não jogar sério e trazer o caneco para casa? O calendário sulamericano em geral é uma fanfarronice só, obrigando os clubes a cobrir a cabeça descobrindo os pés. Reza a lenda que nenhum clube brasileiro participou da primeira edição da moderna Sulamericana, por exemplo, justamente por incompatibilidade de calendários. Não conheço bem os outros calendários latino-americanos, mas aparentemente, los demás chicos América afora lidam muito bem com isso e todos bem que gostam de esnobar os brasileiros com a nossa não tão farta quantidade de títulos internacionais.


No que nos interessa, amanhã temos nossa estreia na edição 2011 desta “renegada” competição. Será nossa segunda chance de chegar à Libertadores 2012, claro objetivo da comissão técnica rubro-negra. Eu, como já disse no início do post, bem que gostaria desse título. É possível conciliar as duas jornadas paralelas? Já vínhamos jogando duas vezes por semana, então, teoricamente, é só manter o preparo físico, certo? Estou delirando tanto assim?


É sério, gente. Quero muito saber a opinião de vocês.


Nada me tira da cabeça que 2011 é o nosso ano. Sei que, acertando a nossa zaga, temos time para ganhar esses dois titulos e partir para um 2012 ainda mais vitorioso. Mas ó, guardem os galhinhos de arruda: vários seca-pimenteiras declarados resolveram render-se à grandeza do Mengão na temporada. Valha-nos São Judas e haja colírio light pra espantar tanto olho-gordo. Mas o Flamengo tem um amuleto só dele e, assim, não tem olho-gordo que faça frente: a Nação Rubro-Negra em ação. Para essa árdua missão dupla, só com a camisa 12 em campo.


E já que falei de 1999, vamos recordar?







[ATUALIZAÇÃO 15h35] Divulgada a lista com os 25 jogadores da Sulamericana no Site Oficial.

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

sábado, 6 de agosto de 2011

No Caminho Certo

Seja escrevendo por aí ou falando de Flamengo, tenho batido muito na tecla de que, já há algum tempo, tínhamos um time fechado e, assim, precisávamos parar de choramingar por novas contratações “de peso”. Pela minha teoria, algumas lacunas precisavam e foram preenchidas e faltava um ajuste aqui ou ali, na maioria das vezes de posicionamento, mas estávamos prontos para encarar o Brasileirão sem medo. Vou até mais longe: frente ao Flamengo 2011, em nenhum momento as contratações de outros clubes me tirou o sono. Confesso que meu discurso não condizia com meu soberbo subconsciente rubro-negro que pedia, sim, a vinda de um atacante pronto, renomado e espetacular, além de um zagueiro “xerifão” de respeito. O zagueiro (ao meu ver, a necessidade mais urgente) até veio a contento, mas quanto ao atacante, ficamos apenas com paliativos.


Uma vez feitos esses ajustes, e para não deixar nenhuma ponta solta, faltava ganhar confiança no banco de reservas. Me lembro o quanto se repetia exaustivamente durante a campanha do Hexa que o banco do Mengão impunha, no mínimo, muito respeito. Acho que, finda a janela de transferências, depois de sofrer com Fernando, vendo o fim da era Jean e reconhecendo a evolução do conjunto, parece que agora estamos chegando lá. Sem contar que ainda podemos lançar mão dos meninos da base que, vira e mexe, vêm integrando nossas delegações. E é claro que não posso deixar de destacar o fantástico desempenho do Luiz Antonio, que joga que nem gente grande e tem deixado a Nação bastante feliz.


Sim, mordi a língua várias vezes nessa temporada, principalmente no tocante ao “esquema tático estilo sopa de números” do Luxa. Mas ele provou ser robusto e eficiente. E a temporada segue agora com uma série de confrontos que me despertam bastante curiosidade por não saber que postura vamos assumir. Basta lembrar que ainda não engoli os quatro pontos perdidos contra o Bahia e contra o Atlético Paranaense. Para complicar um pouquinho mais, na quarta-feira já começa a Sulamericana o que vai obrigar a comissão técnica a tomar aquelas decisões de prioridades que nós, torcedores, nunca vamos consensuar. O fato é que precisamos manter o ritmo e o volume de jogo que conseguimos impor ao Santos e ao Grêmio. Acho que ganhamos do Cruzeiro “economizando futebol”, talvez até porque enfrentávamos um adversário sem combatividade. E, do fundo do coração, eu não gosto dessa tendência de variar o nível da ofensividade de acordo com o adversário. Assim, espero sinceramente que esse não seja um padrão de comportamento e sim um caso isolado já discutido e superado internamente. Não quero que facilitemos, só isso.


Pra terminar (porque se deixar fico aqui escrevendo por horas) acho que o time está bem focado e não tem se deixado contaminar pelo clima de oba-oba que assola a Nação. Torcida é assim mesmo. Pode torcer, tirar onda, cantar vitória ou especular o que bem entender (só peço encarecidamente que não saiam confeccionando faixas de “Hepta Invicto” porque eu sou muito supersticiosa). O time em si tem muito o que fazer, e deve manter a seriedade e a humildade para, no fim, fazer o que faz melhor: ser o Flamengo, o maior arrebatador de amor e ódio inveja do planeta.


E, invictos que somos, compartilho com vocês um poema da minha amiga Têtê, adaptado (ou inspirado) na tradução (livre) do poema Invictus, de William Ernest Henley.


 

Em tempo: Ouçam "Ronaldinho Carioca" na Rádio CBN.

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Invencibilidade que segue

Dia de revisão na sala de aula: na frase “eu sou Flamengo” como se qualifica o sujeito? Segundo a nova Nomenclatura Gramatical Futebolística Brasileira, o sujeito – antes qualificado apenas como “simples” – agora é “simplesmente o único invicto”! Ok, ok, sem brincadeiras agora: não dá para ignorar que somos o único time ainda invicto na temporada, que temos o melhor ataque, o melhor saldo de gols e o artilheiro isolado do Brasileirão e que emplacamos três vitórias seguidas contra times de considerável tradição (dos três últimos adversários, dois nunca deixaram de frequentar a Primeirona). Mas também não dá para ignorar que credenciais não entram em campo e muito menos garantem a vitória.


Ao contrário da grande maioria – torcida e imprensa – eu não gostei tanto assim do jogo de ontem. Até o momento do gol, podemos até dizer que tínhamos o controle do jogo, segurando bastante a bola, deixando histéricos os torcedores do Cruzeiro e anulando completamente o Montillo. No entanto não soubemos aproveitar o fato do Cruzeiro desfalcado ser monodependente do argentino. Ronaldinho e Thiago Neves erraram mais do que acertaram e Bottinelli desaprendeu como é entrar já como titular. Sobram Deivid, Léo Moura e Junior Cesar. Deivid pixotou como nunca e, mais uma vez, redimiu-se não perdendo o gol que Ronaldinho lhe deu com laço de fita e cartão de felicidades. Birrento, segue incorporando o papel de O Injustiçado. Léo Moura também errou demais, mas finalmente mostrou alguma mínima disposição, o que não acontecia há sei lá quanto tempo. E Junior César, esse sim, agigantou-se pelo lado esquerdo fez daquela zona a nossa melhor e mais efetiva opção de ataque.


Na zaga, ainda não há novidades. Com Montillo inoperante, as únicas chances de perigo que sofríamos era, obviamente, com as bolas aéreas. E, obviamente também, eu ficava bastante apreensiva a cada cruzamento sofrido. Mas parece que o time inteiro resolveu ajudar lá atrás. Todos voltavam para marcar e defender. Muito bom, mas ao meu ver, isso gerou dois outros problemas. Primeiro, o excesso de bolas rifadas no segundo tempo diminuindo fortemente a freqüência e a efetividade dos contra-ataques. E, segundo, o cansaço que essa prática impõe ao grupo da frente. Ou ver o comprometido Thiago Neves pedir arrego não deve ser tratado como um sinal de alerta?


Só voltamos a sufocar no final do jogo e mal dá para acreditar no gol perdido pelo Fierro, que substituiu o apagado Bottinelli na metade do segundo-tempo. Thiago Neves também perdeu o seu (bem parecido, a propósito, com um outro que perdeu contra o Santos). Com a zaga que temos, perder gols assim não é nada auspicioso. Não podemos insistir nos mesmos erros, afinal é assim que se ensina o caminho das pedras aos adversários. O que me consola é que, salvo os chutões para tirar a bola da nossa área, nenhum outro sinal de descontrole transpareceu. Seguimos impondo o nosso volume e o nosso ritmo de jogo. E, além disso, mesmo que não tão bem canalizado para a ponta dos pés, algo daquela vontade, daquele “sangue nos olhos” que vimos contra o Santos e contra o Grêmio ainda está ali. E espero que assim continue, independente da “grandeza” dos próximos adversários.


E que venha o Coxa!

Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Foram me chamar...

É com muita honra e com enorme prazer (além um indescritível frio na barriga) que me apresento para vocês. Meu nome é Cláudia Simas e, a partir de hoje, passo a fazer parte da nova dupla de titulares que vai dividir com vocês esse valioso espaço de puro rubro-negrismo. Adoro futebol e sou alucinadamente apaixonada pelo Flamengo desde que me entendo por gente. Na grande rede, vocês podem encontrar meus pitacos no Bola Pra Quem Sabe e nos arquivos Magia Rubro-Negra. Confesso que só de pensar em assumir este blog, por onde já figuraram ilustres rubro-negros como Clément Izard, Fábio Justtino e, mais recentemente, o próprio Luis Eduardo, me toma um calafrio que só perde em intensidade para aqueles que costumamos sentir às vésperas de final de campeonato.


Peço licença a vocês porque não posso iniciar mais essa empreitada em vermelho-e-preto sem falar do meu avô, o “Seu Beleza”, pai da minha mãe - que também é rubro-negra. E sempre que apresento meu avô eu pergunto: o que esperar de um sujeito com um apelido desses? Pedreiro, batalhador, patriarca apaixonado, avô carinhoso... Um figuraça, conhecido e respeitado por todos na vizinhança. Ele viu o primeiro Tri-Campeonato Carioca (42/43/44) com Mestre Ziza, Domingos da Guia e companhia. Também viu o segundo tri (53/54/55) com Zagallo e testemunhou a estréia do Galinho em 72. Com ele aprendi a amar esse clube, campeão na terra e no mar! Ele respirava Flamengo. Vivia o Flamengo. Sorria e chorava com o Flamengo num tempo em que o futebol era muito mais do que 11 marmanjos querendo ser exportados para a Europa ou para o Oriente. Com tanta flamenguice, não tinha como ser diferente: eu já era rubro-negra mesmo antes de nascer.


De lá pra cá, posso dizer sem medo de errar que cada episódio da história do Clube de Regatas do Flamengo acrescenta algo à minha própria história. Sei que é assim também para cada um de vocês. Afinal, temos o privilégio de torcer pelo Mais Querido e com isso, vivenciar todas as emoções e todo o orgulho que só ele nos oferece, dentro e fora dos gramados, quadras, piscinas e lagoas mundo afora. E se o rubro-negro normalmente já é sujeito orgulhoso, com esses últimos resultados quem é que segura esse povo a celebrar o futebol “raçudo” que tanto valorizamos? Difícil, hein.


Pois bem, já falei demais para esse primeiro encontro. O lance aqui não é falar de mim, e sim do Mengão! O clima é bom, o momento é excelente e tende a melhorar (com a chegada do Alex Silva à zaga), mas o pensamento agora está voltado para a tal raposa que, cá pra nós, já foi mais arisca. Se o elenco não entrar no oba-oba da torcida (que já esgotou sua fração de ingressos para o jogo de amanhã), o Mengão traça essa caça sem grandes dificuldades.



"Lutemos sempre com valor infindo
Ardentemente com denodo e fé
Que o teu futuro ainda será
Mais lindo,
Que o teu presente,
Que tão lindo é"
Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.