quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ele vibra, ele é fibra, muita libra já pesou. Flamengo até morrer eu sou!

Trabalho a três pontos de ônibus de casa (da casa do namorado, a bem da verdade, mas tá valendo) e nesse percurso de menos de dez minutos foram seis camisas rubro-negras avistadas pela rua. Imagino o resto da cidade, linda em orgulho vermelho-e-preto e, mais do que nunca, digna da alcunha de Cidade Maravilhosa!


Se o rubro-negro normalmente não precisa de dia de jogo ou de vitória para exibir-se em seu Manto Sangrado, hoje nem se fala. Ontem vimos o Flamengo que é Flamengo em campo. Puro futebol. Pura arte! Vislumbramos no campo o tal “raça, amor e paixão” que insistimos em cantar nas arquibancadas de todo jogo do Mengão.


Confesso que aos 25 minutos – com o placar mais do que desfavorável na conta de 3 a 0 – eu já tentava me preparar psicologicamente para o iminente revés. Seria não apenas o fim da invencibilidade, mas tudo levava a crer que veríamos a goleada anual que ofertamos para o deleite da segunda maior torcida do mundo. Menos mal que seria para o Santos, campeão da Libertadores e daqueles meninos que o Brasil insiste em adorar, e não para um dos egressos da segundona, como foi na campanha do Hexa. Não seria nenhum fim do mundo e o discurso já estava até pronto: “era disso que precisávamos para acordar”.


Mas algo não batia nessa linha de pensamento. Não havia apatia. Eu não via desespero ou desconcentração ou pânico ou desorganização por conta dos gols sofridos. Via falta de sorte, ou mesmo de objetividade, uma vez que nestes mesmos 25 minutos o placar bem que poderia ser ainda desfavorável porém mais confortável com um 3 a 2 pelo menos. O coração torcedor resistia aos argumentos da razão e insistia em acreditar que daríamos trabalho e que sairia caro aos anfitriões ousar exibir-se às nossas custas. E foi muito rápido que o Mengão correspondeu a toda essa (des)confiança e mostrou que subestimar O Mais Querido seria fatal. E mais, em uma vitória pessoal, Ronaldinho Gaúcho mostrou que subestimá-lo tampouco é sábio.


Não vou me ater aos erros ou aos problemas ou às tecnicidades do clássico. Não quero falar de nada disso hoje. O que quero enaltecer é o espírito superior da equipe que mostrou a grandeza de toda a sua história, a força de todos os seus ídolos e a imponência de um elenco comprometido em uma única apresentação. Um time que subjugou o adversário ao anular seu pseudo-algoz (menino talentoso, mas birrento e mimado) com inteligência (e um tanto de força, né, Willians?) e que em nenhum momento desistiu de atacar. Um time que honrou a camisa e fez com que a derrota que todos os especialistas previam se transformasse em uma virada histórica. Um brinde aos especialistas!


É só isso que o rubro-negro deseja: ver o Flamengo inspirado e comprometido sempre, independente do adversário. Ser o dono da situação. Se errar faz parte do jogo, o Flamengo deve superar e superar-se a cada jogada. Agora ta aí para quem quiser ver: não somos apenas mais um “timaço no papel”. E é ali, nas quatro linhas, onde tudo realmente importa, que mostramos a que viemos.


"Ele vibra, ele é fibra, muita libra já pesou. Flamengo até morrer eu sou!"


Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

sábado, 23 de julho de 2011

Deixou de Ganhar. De novo...

Depois da folga desnecessária que arrendamos para ver a desclassificação do que deveria a seleção canarinho, voltamos os olhos cheios de expectativas em direção à  telinha para ver como o Mengão se sai contra um dos adversários diretos do alto da tabela. Mas o final da partida, eu era pura irritação. E não era só com o mercenário do Kleber.


Eu até estava gostando da peleja pois via o Mengão com volume de jogo, sufocando com inteligência na primeira metade do primeiro tempo. Faltou chance clara de gol, mas naquele momento eu achava que elas viriam. Mas logo começamos a ceder espaço para que o Palmeiras conseguisse equilibrar o jogo. Para mim ficou claro que o Flamengo não quis ganhar esse jogo. Cedeu o empate (“um bom resultado como visitante”) para a própria incompetência e falta de objetividade. Deixou de ganhar de um time que só ameaçou nas jogadas de bola parada Tem dias que as coisas simplesmente não encaixam. Não dão certo.


Faltam 28 rodadas. Parece que temos tempo para recuperar esses pontinhos perdidos de bobeira, mas só parece. Falta muito o que fazer. Falta o ajuste do Airton à posição, ou melhor, sua readaptação ao Flamengo, ou melhor ainda, sua adaptação ao Flamengo de 2011. Falta também recepcionar e encaixar Alex Silva e Jael. Deixar tudo organizadinho, com todas as opções, no campo de no banco para que façamos partidas mais produtivas do que essa.


Mas vamos combinar, meu senhor Vanderlei luxemburgo, que colocar Botti e Diego Maurício faltando 3 minutos e meio para acabar a partida é injustificável. Nem digo pelo Diego, mas El Pollo vem sabendo aproveitar suas oportunidades se mostrando util e versátil quando tem tempo para tanto. O time é esse e tenho plena confiança de que é um timaço. Aqui abro um parênteses: o torcedor de pura alma flamenga talvez já saiba mas é sempre bom lembrar já está na hora de parar de reclamar de quem veio ou quem não veio afinal, time de reclamão tem outro endereço. E não é na Gávea. Algumas expectativas de contratação não se cumpriram, ok, mas a vida segue. E pensando desde o início da temporada muita coisa positiva aconteceu. Vida que segue, certo? Fecha parênteses.


Voltando ao time, ele está fechado e sim, eu acho que tem tudo para emplacar no Brasileirão e na Sulamericana. Para mim só falta “posicionamento”. Voltamos a ficar com os dois laterais recuados (o Willians aparece mais na ponta direita do que o Léo Moura, minha gente!) e por isso não conseguimos sustentar o volume de jogo que impusemos no início da partida. Obviamente que sobrecarregamos os volantes e o meio e, assim, ficamos dependendo unicamente de Ronaldinho e Thiago Neves (a propósito, algumas jogadas do Gaúcho foram primorosas ontem). Para piorar, o Deivid não ajudou em nada, não soube se posicionar e assim desperdiçamos chances valiosíssimas nesse e em todos os jogos. Teimo nesse ponto: falta ao Flamengo um mero ajuste de posicionamento e substituições que agreguem algo e não sirvam apenas para “ganhar tempo” no fim da partida como se estivéssemos vencendo.


Agora estamos a incômodos oito pontos de um líder embalado. Mas ainda tem muita água para rolar nesse marzão que é o Campeonato Brasileiro com direito a todas as lendas e metáforas que falam das idas e vindas das marés. Sigo confiante, ou vocês se esquecem que nosso primeiro mascote é um marinheiro?


Em tempo: a internet, ou melhor as mídias sociais servem de megafone para qualquer maluco. Alguém acha mesmo que o Ronaldinho forçou o cartão amarelo e consequentemente a suspensão neste sábado? Fala sério! Se o Ronaldinho tivesse forçar cartão para folgar em algum jogo, não seria contra o Ceará. O jogo contra o grêmio tá logo ali, minha gente! Tudo bem que ainda dá tempo de tomar um cartão vermelho contra o Santos ou queimar o pé numa lâmpada misteriosa até lá, mas vamos confiar que o caráter do nosso 10 não seja suscetível a tais tentações.


Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

sábado, 9 de julho de 2011

Quem é Flamengo me acompanhe

É com as palavras do poeta rubro-negro recém falecido Billy Blanco que começo esse pré-jogo. Domingo é dia de invadir o Engenhão de todos os tipos de rubro-negros. Todos: aqueles que estão sempre lá, aqueles que vão de vez em quando, aqueles nunca foram porque é longe ou contramão e até mesmo aqueles que só vão para agradar o pai, a mãe, o marido ou a namorada. "Um rubro-negro ganhe ou não ganhe deve manter a devoção". Não que estejamos precisando de oração. Muito pelo contrário.


O momento é nosso. O adversário está ferido, desfalcado, assim como o último tricolor a cruzar nosso caminho. Se inteiros e saudáveis nenhum desses dois jamais estará à altura do Mengão, capengas como estão é que são mais perigosos, pois são nessas horas que o Flamengo enfrenta seu adversário mais perigoso: o próprio Flamengo.


O resto do Brasil finalmente abandonou o discurso de que o time do Flamengo só é bom no papel. Agora os entendidos da mídia esportiva já admitem o que a Nação Rubro-Negra já sabia há muito tempo: que este ano viemos para as cabeças do Brasileirão e para olhar o resto do Brasil de cima para baixo. Lá em cima é nosso lugar e é lá que devemos ficar. E para isso acontecer não tem mistério: seguir com seriedade dentro de campo e ter a Nação em todo o seu esplendor nas arquibancadas.


E essa é a razão da convocação. No Clássico das Multidões eles são apenas uma multidão. E nós? Nós somos A Nação. O 12º jogador. Na hora do "ai, Jesus" que está no nosso hino é ao lado do Mengão que devemos estar e tenho certeza de que vamos testemunhar e participar de mais uma vitória de encher os olhos e de fazer tremer todo e qualquer adversário daqui para frente.


Oração de um Rubro-Negro (Billy Blanco)

Quem é Flamengo me acompanhe,
Eu vou fazer minha oração.
Um rubro-negro
Ganhe ou não ganhe
Deve manter a devoção.

Deus proteja noite e dia
O Mengo
E o conserve campeão,
Feche o arco do Garcia,
Proteja o nosso Dequinha
E o delicado Pavão.
Me perdoe a exigência,
Porém
Eu sou Flamengo de fato.
Prenda o passe da moçada,
Para mim não quero nada,
Pro Mengo, tri-campeonato.

Ou: Pro Mengo, HEPTA-campeonato.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro-Negra.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Para o alto e avante!

É bonito demais ver o Mengão convincente e eficiente em campo. Pegamos um adversário fragilizado psicologicamente por duas derrotas seguidas e não demos chance pro azar: partimos para o ataque, com jogadas envolventes e roubadas de bola desconcertantes. Sinceramente, acho que foi um dos melhores jogos do ano e acho até que ficou barato para o São Paulo. Mas até isso foi bom, pois assim mantemos nossos pés no chão para o clássico deste domingo e para encarar sem deslumbramento a longa estrada que ainda temos pela frente nesta temporada.


Ronaldinho permanece uma incógnita, mas pelo menos agora ele está me encucando sem me tirar o sono. Vejo muita gente reclamando das firulas do moço mas são os primeiros a babar com o “esculacho” quando as tais firulas dão certo. Eu particularmente não consigo vê-lo jogando diferente, sem tentar sempre um drible extra ou desnecessário, afinal, sem isso, ele perderia sua personalidade. Mas ninguém pode negar que, com Ronaldo comprometido em participar, nós ganhamos demais com sua visão de jogo. Sem contar que o cara sempre arrasta dois ou três marcadores consigo. Thiago Neves e Bottinelli agradecem.


Aliás, esse trio – R10 + TN7 + Botti – aliado às primorosas exibições do Negueba, tem feito bastante diferença. A receita tem sido a mesma: lançar El Pollo e Negueba no segundo tempo e seguir mantendo a pressão. Esse bom “esquema ofensivo” tem sido um eficiente paliativo para a falta de um atacante. Finalmente estamos correspondendo às expectativas de criatividade e finalizações à altura destes nomes. Agora que estamos sem Wanderley, Deivid teoricamente vira titular absoluto, mas ele também ganha em efetividade quando não é titular e é lançado no decorrer do jogo. Como sair desse imbróglio?


No mais, meio campo reforçado, esquerda respeitável com Junior Cesar e Ronaldinho, direita capenga com Léo Moura e a zaga… Bom, vocês sabem bem como anda a zaga. Minha nova estratégia é parar de falar mal do Wellington. A partir de hoje ele é o melhor zagueiro do Brasileirão! Venham empresários do mundo e disputem a tapa este talento do nosso futebol! O mundo não pode se privar de tanta categoria!


Domingo é dia de lotar o Engenhão e torcer pela quarta vitória consecutiva. Precisamos de regularidade para emplacar no Brasileirão e o clássico local vem bem a calhar. Atenção para a seriedade porque o Flu estará desfalcado e não podemos calçar o salto alto por isso.


Outros Pitacos:


Gostei da postura de Ronaldo e Thiago Neves que conseguiram não tomar cartão e, assim, não desfalcarão o time contra o Flu.


A tal “Fla-Press” que, com o insucesso do Dique-Dentuço, sem fofocas extra-campo e sem crises insuperáveis nas terras rubro-negras, fica sem assunto apega-se ferrenhamente ao exercício da especulação. Alex Silva que vem, Kleber que ainda pode vir e Willians que deve ir. Setoristas em polvorosa. Qual vai ser a “bomba” de hoje?


Agora que afastamos a praga do encosto dos empates e o momento é de tranqüilidade na Gávea, quando é que a diretoria vai mostrar trabalho e fechar o patrocínio master do que resta da temporada? O que me lembra outro assunto que li por aí, que o Flamengo é incapaz de capitalizar com R10. Quem tem que fazer isso, minha gente, é a Traffic e não o Flamengo. Eles, a Traffic, que ficaram com a exploração da imagem do moço e, se eles não o estão fazendo, não é problema do Flamengo.


Para quem acompanha as finanças do clube, olho no arrendamento do “Morro da Viúva” pela EBX, cujo contrato está praticamente definido entre as partes. Lembro que esse dinheiro está destinado para a construção da ala profissional no novo CT de Vargem Grande. No entanto, esta negociação ainda deve dar muito pano pra manga. Acompanhemos.


Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Pelo fim do futebol burocrata

Quiseram os deuses do futebol (ou o montador da tabela do Brasileirão) que, em menos de uma semana, passemos o rodo nos tricoletes, de lá e de cá. Começando pelos de lá, os sem memória e sem palavra do futebol brasileiro. Não preciso lembrar a vocês porque falo assim da bambizada, né? Lideraram o movimento de criação do Clube dos 13 e colideraram a organização da Copa União para renegarem a legalidade do campeonato pela conveniência de se auto-entitularem os primeiros pentacampeões brasileiros. Fosse eu nascida em uma realidade paralela onde, por algum capricho da natureza me faltasse a sanidade e, por algum tosco acaso do destino, não houvesse o Mengão e eu, louca, torcesse de um time assim, morreria de vergonha, além de desgosto obviamente.


Como felizarda rubro-negra que sou, de vida plena e muito orgulho da história do meu clube, só posso ter pena dessas infelizes almas que acham que esse timeco salto alto tem algo a acrescentar ao futebol brasileiro. São burocratas da bola que vencem suas partidas e constroem sua história sem arrebatar sequer o coração de seu mais insano e apaixonado torcedor. Que sentido tem viver assim?


Não tenho muito a acresentar sobre nossos adversários de hoje à noite. Pelo bem do verdadeiro e apaixonante futebol brasileiro, veremos o Mengão sagrar-se o condutor do bonde da crise do Morumbi. Há algumas semanas celebramos os 10 anos do Tricampeonato Carioca com o gol antológico de Petkovic. Assim, deixo vocês hoje com mais uma divina lembrança daquele 2001 abençoado: a vitória sobre a bambizada (com mais um gol do Pet quase igual àquele contra o vice) nas finais da Copa dos Campeões. Diziam lá os entendidos, que eles tinham um timaço. Sei...
















Fonte dos vídeos: FlaMuseu

Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.