quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mais um final...

Eu bem que estava já me preparando para encher este espaço (e a paciência de vocês) depois do período turbulento que passei nos últimos 2 meses, mas não vai rolar. Como o Jefferson já colocou, este espaço será desativado em breve e, assim, teremos que destilar nossa flamenguice por outras bandas.

Nesse período de férias e pré-temporada é quando mais gosto de falar do Flamengo. É o exercício do rubronegrismo em sua forma mais pura, compartilhando casos, fatos, contos de arquibancada, memórias, histórias e estórias. Tratar apenas da paixão que nos enche o peito. Assim, como só o que posso fazer pelo nosso Mengão (pelo menos agora) é me esforçar com as letras, seguirei fazendo isso no Bola Pra Quem Sabe e no twitter, respondendo pela alcunha de @claudiasimas. Será um enorme prazer revê-los por lá

Por ora, me resta agradecer a acolhida e a companhia de todos e principalmente ao Jefferson, que segurou a onda do Blog no momento mais difícil da minha vida. Desejo a todos um Natal maravilhoso e um 2012 fantástico.

Como um pequeno presente de despedida, deixo vocês com um trecho de uma de minhas crônicas preferidas de José Lins do Rego.

"O Flamengo, como todos os clubes desta cidade, é um elemento de preparação do espírito nacional. E mais do que qualquer um vive, por todos os recantos do Brasil, nos entusiasmos de seus adeptos que são uma verdadeira legião.

Se há um clube nacional, este será o Flamengo, criação do mais legítimo espírito de brasilidade. Flamengos são brasileiros de todas as cores, de todas as classes, de todas as posições. Flamengo é o senhor Eurico Gaspar Dutra, é o senhor Nereu Ramos, é o senhor Juraci Magalhães, é o meu rapaz do jornal, é o meu apanhador de bolas de tênis, é o Grande Otelo, é o pintor Portinari, é o Brasil de todos os partidos."


Foi uma grande honra e um enorme privilégio compartilhar este espaço com vocês.

Um grande abraço e até breve!
 
Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Fim de temporada



Há uma semana o céu ficou mais rubro-negro. Depois de um mês de intensa luta contra uma pneumonia e suas subsequentes complicações, quis o bom Deus que minha mãe deixasse esse mundo e o fizesse companhia. A bandeira vermelha e preta, com o símbolo do Remo, emoldurada da sala de estar em Duque de Caxias, objeto de desejo de tantos visitantes, agora é oficial e um tanto dolorosamente minha. O coração está triste, a saudade já toma conta e sigo fazendo uma força hercúlea para tocar a vida. E é justamente esse processo de retomada, que me traz hoje aqui. 

Comecei o ano de 2011 assinando todo texto meu com a frase "2011 é tudo nosso". Esqueci de combinar isso com o pofexô que, humilde, só queria a vaga na Liberta. Se uma palavra resume esse ano é irregularidade. Todo o potencial de um time de milhões foi vergonhosamente subutilizado dentro e fora dos campos. Transformou-se num time que no decorrer do ano retribuiu a minha confiança e a da Nação com uma junção infeliz de fatores: falta de compromisso dos jogadores, arrogância do treinador e comissão técnica e omissão da diretoria. Vimos apresentações desastrosas em vários níveis, com raríssimas demonstrações de razoável futebol. Correria desorganizada de uns, apatia de outros, equívocos no posicionamento e um excesso inexplicável e inaceitável de passes errados. E assim, o elenco que no papel tirou o sono de muito adversário Brasil afora, acabou por ambicionar apenas a vaga para o torneio continental. 

Na véspera da última rodada, ainda sem a certeza da vaga na Libertadores, somos coadjuvantes na disputa do título. Dependendo do jogo dos paulistas, podemos até ser promovidos a antagonistas nessa novela, mas isso é tudo o que podemos ser: um mero antagonista. O que espero para amanhã? Que façamos nossa parte como Flamengo que somos. Porque os elencos, comissões e diretorias passam mas o Flamengo fica. Amanhã, alguém entra para a história como novo pentacampeão. Queria ver amanhã em campo o Flamengo rolo-compressor, alheio a pontos, a tabela, a possibilidades e interessado apenas em mostrar que, coadjuvante ou antagonista, quem manda no Engenhão é o rubro-negro e o Campeonato Brasileiro e 2011 não vai se concluir sem a participação do nosso Mengão. 

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Abrindo o coração

Do pouco que vi do barulho por conta desta entrevista do Zico, parece até que só agora tomamos conhecimento das mágoas do Galinho com o Flamengo. Convicções, clichês e frases feitas internet afora que tanto condenam quanto absolvem o ídolo. Ele abriu o coração (novamente) e aproveito o espaço para também abrir (pela primeira vez sobre esse assunto) o meu. Se por algum acaso do destino alguém não sabe do que estou falando, é só dar uma olhada aqui.


É claro que fiquei injuriada com a saída do Zico do Flamengo. Na verdade, segundo minhas próprias palavras na época, fiquei triste, frustrada e envergonhada. Não sei bem em que momento meus sentimentos em relação a este episódio acabaram ficando um pouco diferentes. A gente sempre sabe o que esperar (e o que não esperar) dos dirigentes de um clube. Por isso, de acordo com as ações e decisões de cada um, ficamos felizes ou revoltados, mas nunca decepcionados. Mas confesso que rolou uma ponta de decepção com meu ídolo, sim. E tenho os meus motivos (enfatizando: meus motivos, minha opinião, nenhuma verdade absoluta nisso, ok?).

O Flamengo é dirigido por pessoas. Não foi o Flamengo, toda a sua história, o seu futuro e sua torcida, que o “injuriou” e, sim, algumas pessoas dentro do Flamengo. Mas o tempo passou e nada de ações judiciais de nenhuma das partes (hoje, pelo que sei, nada se tem além de um inquérito interno). Acredito nele e na sua palavra, mas não concordo com esse abafa. Por que o Galo nunca entrou de fato com o processo que prometeu entrar contra aqueles que provocaram a situação? Por que ele não foi o primeiro a querer acabar de vez com a credibilidade daqueles que provocaram toda uma situação até hoje indigesta para todos os que amam o Clube? Por que ele preferiu ficar no “disse-não-disse” e desde então, toda vez que perguntado sobre o assunto, volta (como hoje) com o papo do “desconfiaram da minha idoneidade”? Aqui de fora, tudo o que posso fazer é torcer pelo fim da palhaçada e, principalmente pela transparência: que alguém lá dentro esbraveje “quem falou? cadê provas? mentiu, tá fora!” e tal. Ele poderia ter feito a diferença que nós aqui de fora só podemos, repito, torcer para acontecer. No fim muitos perderam : Zico, os de bom coração dentro da Gávea (sim, eles existem!) e nós, torcedores.

Que droga! Sempre que essa celeuma volta à tona, fico eu aqui me remoendo em culpas porque entendo a mágoa do Galo mas esperava mais dele em sua reação. Vivo repetindo o que ele próprio sempre repetiu: o Flamengo deve estar acima de tudo. É claro que, para mim é muito fácil falar: sou apenas uma torcedora e ninguém nunca me enfiou o dedo na cara fazendo acusações estapafúrdias que envolviam família e projetos de vida. Mas poxa, se ele, o principal interessado, optou por deixar o assunto assim, mal contado, então acabou. E se a sua mágoa (sigo usando essa expressão pois acredito mesmo que seu amor pelo Flamengo não acabou ali) com “o Clube” é tamanha para que ele não queria mais sequer pisar lá, não ver os jogos, beleza. Só tenho minhas dúvidas do quanto essa postura é definitiva principalmente porque, diferente dele, muita gente hoje dentro do clube não vai durar 40 anos por lá e por isso fico pensando no quanto declarações como as de hoje são desnecessárias uma vez que nada de novo acrescentaram à situação.

Concluindo, guardo uma pontinha de decepção porque descobri meu ídolo mais humano do que eu gostaria de admitir e isso é, obviamente, problema meu, não dele. E por isso sigo na torcida: para que passe a mágoa do Galo, com o passar das pessoas ou, na pior das hipóteses, com o passar do tempo. Um amor lindo assim merece outro final. Não esse.

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

sábado, 10 de setembro de 2011

A arte de torcer na adversidade

Antes de mais nada, tenho que me desculpar com todos vocês, e com o Jefferson também, pelo sumiço. Às vezes a vida não colabora com nossos planos e fica complicado cumprir alguns compromissos. Na verdade, poucas coisas justificam o não cumprimento de um compromisso, mas só o que posso fazer agora é tentar retomar a regularidade e seguir com a vida.

Nessas quase duas semanas de ausência, apenas vi os jogos. Não acompanhei matérias, bastidores, entrevistas, mesas-redondas, nada além dos jogos. E o que vi obviamente não foi nada animador. Foi doloroso, revoltante até. E não sei se há explicação para esse aproveitamento pífio de 3 pontos em 21 disputados. Mas faz me rir o adversário que dorme aliviado com esse prognóstico: com toda essa “tragédia” o rubro-negro está em quinto lugar, a sete pontos do líder em plena 22a. rodada. Nossa, que tragédia! Pensam eles que desistimos do título? Nem um pouco.

A situação não está fácil, nunca neguei. Mas quem achou que seria fácil? O tal Mar da Tranquilidade até existe, mas só os astronautas têm permissão para conhecê-lo. Enquanto isso por aqui, só dureza. Só pauleira. Para retomar o caminho do acerto, primeiro o time tem que retormar o brilho, o encantamento, a alegria de jogar. E é só nesse fundamento que nós aqui de fora podemos ajudar, ao não permitir o arrefecer da nossa vontade, da nossa torcida. Torcer com o time ganhando, invicto e tal, é mole. Torcer agora, na adversidade é que faz a diferença. Arte essa dominada com maestria pela Nação Rubro Negra, sem campanhas, sem promoções, sem a apelação títpica dos menores incapazes de mobilizar tal paixão.
Estava com saudades daqui... =D

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Entreturnos

Mesmo após a conquista invicta e antecipada do Campeonato Carioca poucos - além obviamente da Nação Rubro-Negra - levavam fé de que o Mengão faria uma boa campanha no Brasileirão. Frente aos demais clubes, nossos reforços pareciam duvidosos e muita gente apostou que seríamos o cavalo paraguaio da temporada. Chegamos ao fim do primeiro turno e, para a decepção ou desespero de muitos, estamos na disputa ponto a ponto pela liderança do Brasileirão. Na fotografia desta virada para o returno, como apenas uma derrota em 19 jogos, é nosso o melhor ataque (somos o único clube a ter 2 nomes na artilharia a marcarem mais de 8 gols) e o melhor saldo de gols.

Estamos felizes? Pela lógica, deveríamos estar mais felizes do que os torcedores de, no mínimo, 18 outros clubes brasileiros, mas de fato, exigentes como somos, a sensação geral é de insatisfação. E dá para condenar os insatisfeitos? Primeiro, porque queremos vitórias, queremos show, queremos evolução, a cada treino e a cada jogo e, segundo, porque se fizemos tudo isso com uma zaga capenga e um ataque de oficio desacreditado, o que poderíamos estar fazendo com um time (no todo) mais arrumado? Certamente estaríamos confeccionando faixas de “Hepta Invicto”.

No início do campeonato a comissão técnica estabeleceu a meta de 7 pontos a cada 3 jogos. Hoje estamos com mais de 10 pontos de defasagem e aparentemente a própria comissão técnica ainda não ligou sequer o sinal amarelo. Tivemos um pico de produtividade, entre a 12a. e a 15a. rodada para logo em seguida encarar a atual e pior sequência da campanha, com 3 pontos em 4 jogos. Em algum momento nestes últimos 4 jogos, nossa maior força se desfez: o toque de bola no meio de campo. Acho que seria simplificar demais assumir que esses últimos 4 adversários apenas adiantaram a marcação. Sim, é claro que houve mérito dos adversários, mas houve também muito demérito nosso.

Além dos 4 pontos cedidos para o Bahia e Atlético PR no início do turno, fazem falta agora os 2 pontos do empate infantil contra o Figueira. Também não dá para encerrar o turno e não falar das lambanças do Wellington, dos gols não feitos pelo Deivid, do redimento abaixo do esperado do Léo Moura e do excesso de cartões infantis que levamos e que nos desfalca com frequência. Como eu disse assim que cheguei neste espaço, acredito sim que o time está fechado, muito provavelmente até o fim do ano e eu estou fechada com eles. Sigo achando que temos que continuar a fazer a diferença aqui do lado de fora e confiar que o Luxemburgo vai colocar os interesses do Mengão acima de tudo, como tem que ser.

Em compensação também não posso deixar de falar da grata surpresa de ter um garoto como o Luiz Antonio encarando a responsabilidade sem titubear, da serenidade de Renato Abreu que muitos acreditavam que frequentaria mais o banco do que a titularidade mas que tornou-se indispensável para os esquemas do Luxa, do gigantismo de Junior Cesar, e – e óbvio - do retorno Jedi de Ronaldinho Gaúcho entortando marcadores por esse Brasil afora e decepcionando toda uma gama de experts em futebol que achavam que o dentuço chegaria apenas para vender camisa, cumprir tabela e encerrar a carreira.

O que espero do segundo turno? A mesma coisa que esperava do primeiro:
Seriedade – a gente tenta ser humilde mas não consegue, já flamengava Bussunda. Mas em nenhum momento teve salto alto neste primeiro turno, nem dos jogadores, nem da comissão técnica. Deixaram a fanfarronice para a Nação e nossa parte estamos voltando a fazer.
Raça – quero ver em campo o tempo todo o Flamengo que jogou contra o Santos, que não perdeu a cabeça com um placar adverso e manteve seu esquema de jogo. Raça para, se necessário, jogar com 10 contra um dos times “sensação” e não deixá-los marcar apesar da chuva de escanteios e bolas aéreas – teoricamente, nossa maior fraqueza.
Compromentimento – ou alguém viu assuntos do Mengão fora das páginas de esportes nessa temporada?
Não abusar da sorte – É a única "postura" (não achei palavra melhor) que precisa ser mudada. Não dá pra cumprir os três requisitos aqui de cima e não aproveitar as molezinhas que a sorte nos dá. Cada derrapada do atual lider tem sido acompanhada por uma derrapada nossa. Bora mudar isso?

Tenho plena ciência dos problemas que temos ainda a resolver e total confiança de que somos capazes de virar essa curva para a ascendente novamente. Há muito trabalho a ser feito e sabemos perfeitamente como fazê-lo. O resultado aparecerá muito em breve, podem apostar. E que a força esteja conosco.

Em tempo: Engrosso a corrente e a torcida pela pronta recuperação do Ricardo Gomes! Força aí, moço! 
Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

domingo, 28 de agosto de 2011

Sou mais o Mengão!


Parece que chega o Natal, mas não chega a hora do jogo. Aparentemente, este vai ser um dos domingos mais longos já registrados. Eu estou pilhadaça com esse jogo de hoje. Acho que todos estamos. Eu poderia aqui citar momentos históricos, gols antológicos, apresentar retrospectos que serão sempre questionados com o previsível argumento da suposta onipresente Fla-Press, mas acho que seria encher muito a bola da caravela remendada. Passo.
Aí vocês me perguntam: "ué, Cláudia, mas então qual é dessa pilha toda?" Bom, eu lhes respondo: eu estaria nessa pilha independente do adversário. Porque estou sentindo o grupo fortalecido e motivado. À despeito dos conhecidos problemas que sempre debatemos aqui, ali e acolá, o mandante deste clássico se mostra dono da situação. Não existe essa de campeão de primeiro turno e não existe campeonato particular. Ou seja, não existe fanfarronice. Nos reinos da Gávea impera a serenidade e seriedade: o objetivo é embolsar mais estes três pontinhos e seguir a vida rumo ao Hepta.
Num puro exercício de futurologia: digo que os caras vão pirar na marcação do Ronaldinho. Por isso, se Luxemburgo eu fosse, em vez do Botti, eu colocaria o Negueba ao lado do dentuço para aproveitar o espaço deixado pelos 2 marcadores que certamente estarão grudados no moço. Assim vai rolar uma molezinha pro Deivid também, que vai ter tudo para ganhar uma moral com a Nação. O restante do exercício de futurologia não é nenhuma novidade: a nossa zaga vai dar uns sustos mas o adversário, no fim das contas, não vai aguentar a pressão, afinal eles só pensam nisso: para eles existe o tal "campeonato particular" desde sempre.
A imprensa está tratando esse jogo como uma espécie de tira-teima do tal equilíbrio entre as duas equipes. Se há tal equilíbrio, eu sinceramente não vejo, mas nós já saímos na frente esgotando os ingressos no segundo dia de vendas. Assim como o saudoso Henfil já sabia há anos, nós sabemos fazer a diferença:

Em tempo: 
1. Mil perdões pela demora na postagem. Este últimos dias foram um tanto corridos e acabei não dando conta de antecipar a postagem para o jogo do fim de semana.
2. Parabéns aos rubro-negros do Flamanolos pelo primeiro aniversário do Blog! Sou fã. ;o) 
Hoje, ainda mais, sou mais o Mengão!
Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sai Uruca (mais uma)!


Lá vamos nós de volta à Sulamericana! Mais noventa minutos de experimentos do pofexô. Thiago e Airton estão fora e Léo Moura e Junior Cesar ganham folga, ou melhor, serão poupados. Junior Cesar sentiu a coxa ainda em campo contra o Inter mas o Léo Moura eu não faço ideia se é folga, castigo, exame de próstata ou batizado da vó do cunhado da prima da mãe dele. Não sou de polemizar, mas estou com muito menos paciência com o moicano tremendo vacilão do que com o Deivid. Mas volto nesse assunto no próximo post. Foco no furacão, Cláudia. Então, como no primeiro jogo, Ronaldinho fica no banco devendo entrar no segundo tempo, Gustavo, Alex Silva e Jael entram como titulares num provável 4-4-2 basicão.
De qualquer forma, seja por questões estratégicas ou circunstanciais, o fato é que não teremos "força total" hoje em Curitiba. Não que eu não confie no time misto, mas é o grupo titular que entrosado, embalado, vem - no mínimo - impondo respeito. Mas uma hora o povo tem que jogar pra ganhar ritmo e confiança, certo? Por isso estou muito inclinada a acreditar nessa galera que está aí querendo muito mostrar serviço. E mais: acho que a tal vantagem de jogar pelo empate cai por terra quando se joga na Arena da Baixada. Esse estádio tem escudo de proteção que faz inveja ao departamento de Estado norte-americano. Ô lugarzinho mais urucubacado esse! Ok, antes que vocês me cornetem, eu mesma me respondo: dizer que é urucubaca é simplificar demais a coisa, é dar desculpa pra incompetência. Sim, eu sei. Não deixa de ser. Mas lembro também que estamos em plena temporada de extermínio aos tabus e similares. Logo, se é assim que tem que ser, vai ser na Arena que carimbaremos a classificação.
Como venho dizendo sempre: sou mais o Mengão!

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido

sábado, 20 de agosto de 2011

Às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais!

Todo mundo já remoeu a derrota. Não vou aqui ficar batendo no assunto como especialista porque se o fosse estaria ganhando algum com minha tal sabedoria. Na verdade, essa derrota não me deixou preocupada. Nem um pouquinho preocupada. Para mim não foi nenhuma tragédia, nenhum divisor de águas e nem tampouco sintoma de crise ou prenúncio de derroacada. O time esteve uma bosta mas ele não é uma bosta. É como diz a música: "às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais". A bronca já passou, meu Mengão. Volta lá e mostra quem manda!


Agora é foco no Inter (sem essa de time reserva). E hoje foram confirmadas as ausências do Airton, por algumas semanas, e do Thiago Neves, por tempo indeterminado. Isso sim me preocupa. Indenpendente do esquema de jogo adotado pelo Luxa, alguns pilares nunca mudaram: Ronaldinho, Thiago Neves, Willians e Renato Abreu. Quando um desses está fora, a coisa fica apenas incoveniente, mas quando dois ou mais se ausentam, a coisa fica preocupante. Essa é a base da equipe, o quarteto que inspira segurança.


Obviamente sentiremos a falta do Thiago. O problema é que já estamos sentindo a faltaa do Thiago há semanas porque o moço não vem rendendo. Ele fez a diferença desde a sua chegada justamente por seu preparo físico e habilidade. Ele "engrenou" muito mais rapidamente do que o Ronaldinho e conquistou a (ressabiada) Nação de primeira mas, de uns tempos pra cá, ele desacelerou. Não estou bem certa se ele cansou ou se ele se desmotivou com seu corte da seleção. Como há males que vem pra bem, que ele descanse e volte inteiro para o segundo turno e a Sulamericana.


Bom, não preciso lembrar que faltam só dois jogos para o fim do primeiro turno e depois disso, o bicho pega pra valer. E aqui faço coro com o leirtor Zicao-CRF: a Nação precisa comparecer! A gente sabe que o Engenhão é desconfortável, longe do gramado, contramão, que jogo no meio da semana é tarde, mas sem a Camisa 12, o Flamengo não é mesmo. Se com 7 mil no Engenhão já fizemos isso, imaginem com 50 mil (imagens do @leomagamon do Magia Rubro Negra):


[youtube http://www.youtube.com/watch?v=4A3Cg6YPi64] 


Em tempo: hoje acontece mais uma edição do Chopp da Nação, um encontro organizado pelas rubro-negríssimas Cida e Leninha lá no Bar dos Chico's, pertinho do Maracanã. Blogueiros, twitteiros e muita gente legal por lá, trocando ideias a partir das 14h e assistindo o jogo em FLAmília, como dizem com orgulho as anfitriãs. Tá de bobeira, aparece lá: Bar dos Chico's - Rua General Canabarro, 119 - Tijuca/Maracanã.


 


Em tempo: o título do post foi inspirado num tweet do Marcelo Espíndola, momentos após o fim do jogo de quinta, ou melhor, na quinta.


Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.


Às vezes. Só às vezes...

Quanta coisa desde a quinta-feira passada! Um emparte amargo contra o Figueirense e o fim da invencibilidade no jogo contra o Atlético Goianiense. O que os dois tiham em comum? Organização e obediência tática. Os dois times não tentaram inventar nenhuma fórmula mágica e simplesmente adiantando a marcação, conseguiram anular a robustez do meio campo rubro-negro. Com a pouquíssima objetividade devido à falta de um centroavante e a insegurança irregularidade da zaga, a posse de bola tem sido o grande lance do Flamengo nesse Brasileirão. Ao adiantar a marcação, as duas equipes nos tiraram o controle da posse de bola e nos deixaram entregues aos nossos próprios erros. Contra o Figueira, o oportunismo ainda fez alguma diferença, mas o Atlético Goianiense não deu chance ao oportunismo e conseguiu ainda expor toda as deficiências rubro-negras em uma única apresentação.

Até então, um setor cobria o outro, um jogador brilhava e compensava um outro apagado e tudo ia muito bem, com a confortável regularidade que se exige de um time que objetive ser campeão após 38 rodadas. Figueira apenas rascunhou mas os goianos conseguiram simplesmente não tomar conhecimento do Mengão. Mérito deles. Problemas nossos.

O Luxa tinha dois desfalques, insistiu numa estreia e optou por um 3-6-1 que ainda me dá arrepios. Eram três zagueiros e dois volantes para brincar de “deixa que eu deixo”, dois laterais inoperantes (JC fez sua pior partida desde que chegou) e um atacante isolado. Nada funcionou. Ninguém compensou, ninguém para citar como excessão. Nem preciso remoer isso. Quem viu o jogo sabe o que foi e as análises estão por toda parte. A única coisa que devo acrescentar é que, diferente da grande maioria, senti mais falta do Renato Abreu do que do Gaúcho. Com os volantes na armação, nem Zico daria jeito naquele Flamengo.

Agora se fala em dependência. Não nego que o desempenho do Ronaldinho inspire a equipe. Mas acho que, se existe essa dependência, ela é mais psicológica. Na prática mesmo precisamos, ou melhor, somos dependentes de quatro titulares: Ronaldinho, Thiago Neves, Renato Abreu e Willians. Sem um deles ainda somos fortes, sem dois deles (dependendo da combinação) a situação é preocupante. Com os quatro em campo, a tendência é que a zaga fique mais protegida, os laterais possam jogar mais livres, e se estiverem bem – o que normalmente acontece mais pela esquerda do que pela direita – estaremos super no lucro, e o ataque acaba aparecendo.

Não estou preocupada. Nem um pouquinho preocupada. Para mim essa derrota não foi nenhuma tragédia, nenhum divisor de águas e tampouco seja sintoma de problemas maiores ou prenúncio de derrocada. O time estava uma bosta mas não é uma bosta. Longe disso. É como diz a música: “às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais”. A bronca já passou, meu Mengão. Volta lá e mostra quem manda.

Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Só o Mengão importa!

Minha intenção inicial era aparecer por aqui ontem à noite. A conexão não ajudou muito e bateu aquela dor de cabeça de sono e cansaço. Em vez de arriscar falar besteira só pra dizer que postei, resolvi adiar para o horário de almoço de hoje. Já aviso logo que hoje estou menos paz-e-amor do que vocês têm me visto por aqui. Dando uma circulada internet afora agora pela manhã, percebi muito torcedor mexido ou insatisfeito com a rodada de ontem. Sinceramente não entendi muito bem essa reação. O que mais li/ouvi por aí foi um tal de “não foi uma boa rodada”. Cara, não entendi nada! Como assim, primeiro, se a rodada não acabou e, segundo, se o único time que importa ainda não entrou em campo?! Ah, já sei, só se foi pro cartolafc de cada um...


Na boa, alguém realmente contava com "a ajuda" de um timeco comandado pelo Cuca? Me poupem, gente! Mas contar que o resultado do garnizé, que só faz cacarejar há 39 anos, interferisse no resultado de quem esta no alto da tabela é pura perda de tempo e de energia. Ou melhor, ficar contando com o resultado alheio, minha gente, não é coisa nossa. Uma hora, todos tropeçam, e bola mesmo quem está jogando é o nosso Mengão! Podemos secar, torcer contra, beleza, é divertido. Mas não gastem energia com isso não: só o Mengão importa! Eles é que adoram perder o sono fazendo nossas contas, não o contrário.



E, mudando de assunto, agora há pouco se deu o inevitável: Ronaldinho Gaúcho está de volta à seleção, ou melhor, ao time da CBF. Foi-se o tempo em que a camisa canarinho arrebatava minha atenção e até (um pedaço do) meu coração. Tornou-se um ajuntado de jogadores que mal conheço, para não dizer uma creche de garotos superestimados. E o técnico gambá – que se alguma sabedoria ou competência tivesse não seria gambá – mais uma vez mostrou a que veio: o populismo e o bairrismo. Mas o que vocês esperavam dele? Desde o início o que o “povo” – ou a imprensa – pediam dele, ele atendeu. Não tem personalidade. Para fazer contraponto com seu antecessor, optou por ser o bom moço. Porque seria diferente agora? Ah, o clamor "popular"!...


Sinceramente, com a corda no pescoço do jeito que está, ele seria burro se não convocasse nossa estrela. Salvo a quantidade de cartões amarelos, os números do Gaúcho são excelentes. Todos de olho e, se ele não o convoca e paga outro mico, adeus salário no fim do mês. Trata-se de sobrevivência, nenhuma relação com o jogo do dia sete de setembro. Acho mesmo que a seleção não deveria ser prioridade sobre os clubes porque a paixão pelo futebol é, antes de mais nada, de origem clubística. Mas hoje não há nada a ser feito. Se o jogador é convocado, ele tem que ir. Paciência. Um outro lado da questão – e que é de conhecimento de todos – é que um fator determinante para a volta de Ronaldinho Gaúcho ao Brasil foi justamente sua vontade de voltar á seleção. E o Flamengo fez e faz parte da sua estratégia chegar lá. Não dá para negar (mesmo que não concordemos, afinal o Flamengo deve estar sempre acima de tudo) que essa é uma das principais motivações para o desempenho do dentuço na temporada. Ou vocês acham mesmo que é só puro amor?


Só sei que O Mais Querido sempre cedeu jogadores para a “antiga” Seleção Brasileira, atual time da CBF. Na verdade, somos o clube que mais cedeu jogadores à seleção em jogos oficiais e não oficiais. Tenho certeza de que vamos tirar esse “desfalque” de letra. Não vou entrar no mérito das teorias conspiratórias, cada um que eleja a sua preferida. Hoje temos é que pensar no genérico goianiense e despachar mais esse pro fundo da tabela. Vamos dar as boas vindas (finalmente!) ao Pirulito e partir com tudo (apesar da escalação com três zagueiros) pra cima desse rubro-negro de meia tigela.


Finalizando, cada capítulo que, a princípio, parece adverso, só me deixa mais certeza de que o Hepta virá. E com mérito todo nosso.


Sou mais o Mengão!


Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

domingo, 14 de agosto de 2011

Perdemos o foco

Antes de falar do jogo contra o Figueira, primeiro eu preciso agradecer a todos os leitores e leitoras do blog pela força e pelo carinho com que eu tenho sido tratada por aqui. Acho até que posso falar pelo Jefferson também. Este espaço é realmente especial, como tudo o que se refere aO Mais Querido, e cada comentário de vocês me tem servido de inspiração para escrever mais e melhor.


Falar do jogo de hoje está se mostrando mais complicado do que eu imaginava. Eu confesso que não estava muito intimidada pelo bom retrospecto recente do Figueirense e já contava com estes 3 pontos na nossa conta. E também acho que a equipe em si não entrou em campo com esse pensamento. Não ganhamos o jogo de hoje, não pelo pecado do “salto alto” ou porque não jogamos bem, mas porque nos deixamos envolver por adversário bem organizado que usava a mesma arma que temos usado nessa vitoriosa temporada: a posse de bola. Um artífício que o Figueira usou e abusou hoje foi a inversão de jogadas - recurso que eu acho subutilizado pelo Mengão - dificultando bastante a marcação e expondo o cansaço da nossa equipe.


Enquanto eles eram eficazes, nós éramos eficientes. Nosso primeiro gol foi lindo, começando e terminando com Deivid, passando por Thiago Neves, Ronaldinho e Léo Moura. Também foi o Deivid que, na dúvida se seria ou não gol olímpico do Gaúcho, entrou com bola e tudo para garantir um placar confortável com apenas 6 minutos do segundo tempo. Não retrancamos, não nos acomodamos, mas subestimanos o adversário até então ineficiente. Assim como habilidades individuais fazem a diferença para uma vitória, erros individuais também podem ser fatais. Hoje erraram Angelim e Felipe, respectivamente no primeiro e no segundo gol. E erraram muito os jogadores que perderam a cabeça reclamando do juiz em vez de jogar bola. O cara já começou errado ignorando dois lances seguidos no início da partida: a agressividade do Túlio na falta sobre o Thiago Neves e a falta assintosa recebida pelo Renato Abreu. Se era notória a predisposição do indivíduo para amarelar qualquer rubro-negro que chegasse perto dele, cada nova insistência de argumentação era, além de previsível e obviamente infrutífera, também improdutiva porque gerava uma inútil sensação de frustração ainda com a partida em curso o que certamente tirou o foco da equipe.


Assim, de prima, o empate cedido desceu amargo pra mim porque poderíamos ter superado a organização do Figueira se não tívéssemos perdido o foco culpando as lambanças da arbritragem. Fica mais essa lição a ser aprendida. Mas seguimos no topo com uma vitória de desvantagem, único invicto, melhor ataque e o artilheiro e o vice-artilheiro do Campeonato. Ainda somos a referência, o time a ser batido. Sigo confiante de que estamos no caminho certo e que precisamos mais do que nunca trabalhar com inteligência porque os adversários estão de olho nas nossas deficiências e certamente vão atacá-las assim que dermos abertura para isso. Mas eu sou mais o Mengão! Sempre! E um dos motivos está na foto a seguir. Quem mais no mundo tem esse poder?




[caption id="attachment_353" align="aligncenter" width="300" caption="Foto: globo.com"][/caption]

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tá é bom demais!

Falar do jogo de ontem vai ser uma das tarefas mais simples desde que me meti a blogueira do mundo da bola: um primeiro tempo de dar pena dos braços do sofá de tanta pancada que o pobre levou e um segundo tempo redentor com a entrada da “Tropa de Elite Osso Duro de Roer” rubro-negra. O rubro-negro definitivamente não curte a Sulamericana e fez da partida de ontem o mais vazio dos jogos do Mengão na temporada. Além de não curtir o torneio em si, a incerteza de ver ou não o time completo que vem fazendo toda a diferença no Brasileirão em campo afastou o público da tentadora oportunidade de chegar em casa pra lá de 1 da madruga em pleno meio de semana. De qualquer forma, vimos de tudo um pouco ontem e podemos tentar arriscar algumas considerações não tão conclusivas assim.


O time titular está cada vez mais redondinho. Para brincar de time misto o Luxa vai ter que queimar bastante a mufa. Sem Ronaldo, Thiago Neves, Renato e Willians ao mesmo tempo, o Mengão simplesmente não funciona. Fato. O Furacão ontem estava mais para brisa e nem assim nossos reservas conseguiram evoluir com alguma eficiência. Luiz Antonio, sem jogar desde o jogo contra o Santos, voltou no mesmo pique, com bastante personalidade, sem medo de ousar, mostrando serviço (ou qualquer outro clichê que você queira encaixar aqui) e segue encantando cada vez mais a todos. Jael, em sua primeira partida inteira, mostrou disposição e versatilidade dando muito mais trabalho ao adversário do que o cascudo Kleber Santana à nossa zaga. E, falando em zaga, o zagueirão Gustavo, depois do nervosismo dos primeiros minutos, mostrou quando foi necessário que seu tamanho é sim documento e que temos sim – finalmente, felizmente, salve, salve, aleluia! – alternativa para o patético Wellington.


Com a indiscutível inoperância do nosso esburacado plantel, Luxemburgo – que tem na Libertadores um de seus objetivos pessoais – resolveu não arriscar mais, lançou mão da artilharia pesada e, aos dez minutos do segundo tempo, o jogo voltou ser de gente grande. Minha única ressalva foi para a saída do Luiz Antônio e a permanência do Bottinelli que ontem não estava em seus melhores dias. Com o Renato no banco, el Pollo era nossa opção para, entre outras funções, surpreender com chutes de fora da área. Ele bem que tentou, mas parecia estar com a cabeça “nos aires” e era constantemente desarmado. Aí você vai me dizer, “mas ele melhorou com a entrada dos três titulares!” e eu serei obrigada a concordar, mas terei que salientar que, a partir de então, a pressão lhe saiu dos ombros, os marcadores se preocupavam agora com R10 e TN7 e, assim, meu amigo, até eu!


Não posso deixar de falar da nossa lateral direita. Léo Moura piora a cada jogo. Ontem, tirando uma cobertura que deu para uma das raras falhas do estreiante Gustavo, ele não ajudou em nada. Pelo peso de sua experiência (que lhe rendeu a braçadeira de capitão por ocasião da aposentadoria do Pet e ontem, interinamente) não se esperava menos dele do que chamar para si a responsabilidade de fazer a diferença contra os reservas do adversário. Não só isso não aconteceu como ele cometeu muitos erros, alguns altamente bizonhos, durante toda a partida. Por mais que alguns torcedores lhe atribuam crédito e etc e tal, ele está cada vez mais longe de merecer se manter o “titular absoluto e incontestável” na direita.


Tenho que falar também que me chamou a atenção, e eu gostei bastante, da postura dos jogadores “estrelas” durante o tempo que ficaram no banco. Atentos, concentrados, comprometidos (essa é a palavra ideal) com o time inteiro: campo e banco. Postura de quem sabe que o objetivo maior é o sucesso da equipe na temporada e de quem tem confiança nas escolhas do treinador que, por sua vez, tem mostrado que seus “planos e estratégias” de médio e longo prazo (que eu mesma cheguei a desdenhar) não convenceram no Carioca “de resultados” mas estão dando frutos agora que o bicho tá pegando pra valer.


Concluindo, estou muito animada com as possibilidades que se apresentam para o Flamengo. Considerando que estamos falando apenas de futebol (técnica e opções táticas) e esquecendo a tendência manager do nosso “pofexô”, os acertos de elenco que faltavam estão aí, praticamente prontos e devem mostrar resultado muito em breve. Vislumbro uma zaga mais consistente com Angelim, Alex Silva e Gustavo (que merece ser testado mais vezes) e um ataque mais efetivo com a chegada do Jael quetem tudo para ser admitido à “Tropa de Elite Osso Duro de Roer”. Difícil não se empolgar com o conjunto que se forma e com as expectativas que se criam com ele. Fim da distância de oito pontos para o líder, único invicto, melhor ataque e o artilheiro do Brasileirão, há três jogos sem tomar gol e quebrando dois tabus em menos de uma semana, um no Brasileiro e um na Sulamericana. Tabu daqui, tabu dali, ta é bom demais!


Que venha o Figueira!

Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A tal “Segundona” das Américas

Sorrisão no rosto típico de quem não vê ninguém na sua frente. É muito bom curtir a liderança e de quebra assistir de camarote VIP os pega-pá-capá entre os torcedores menos afortunados que não se decidem entre culpar o juiz, o próprio técnico, o gramado, a tabela, o tempo ou o zodíaco por seu infortúnio. Não vou bancar a chata e cortar o barato repetindo o discurso da humildade ou que ainda estamos no primeiro turno e tal. Curte aí, que tá valendo!


Hoje eu quero dar um pouquinho de atenção à iminente Copa Sulamerica 2011. Herdeira de louros já celebrados por competições do naipe da antiga Copa Conmebol, a Supercopa, a Copa Mercosul/Merconorte, aquela que conhecemos hoje simplesmente como Copa Patrocinador da vez Sulamericana perde em prestígio apenas para a badalada Libertadores da América. O vencedor da Sulamericana disputa a Recopa (contra o campeão da LA do ano anterior) e ganha passagem direta para a Libertadores do ano seguinte.


Eu sou dessas que pensa que, se o título está em disputa, o destino dele é a nossa sala de troféus. Se estamos na Sulamericana, porque não jogar sério e trazer o caneco para casa? O calendário sulamericano em geral é uma fanfarronice só, obrigando os clubes a cobrir a cabeça descobrindo os pés. Reza a lenda que nenhum clube brasileiro participou da primeira edição da moderna Sulamericana, por exemplo, justamente por incompatibilidade de calendários. Não conheço bem os outros calendários latino-americanos, mas aparentemente, los demás chicos América afora lidam muito bem com isso e todos bem que gostam de esnobar os brasileiros com a nossa não tão farta quantidade de títulos internacionais.


No que nos interessa, amanhã temos nossa estreia na edição 2011 desta “renegada” competição. Será nossa segunda chance de chegar à Libertadores 2012, claro objetivo da comissão técnica rubro-negra. Eu, como já disse no início do post, bem que gostaria desse título. É possível conciliar as duas jornadas paralelas? Já vínhamos jogando duas vezes por semana, então, teoricamente, é só manter o preparo físico, certo? Estou delirando tanto assim?


É sério, gente. Quero muito saber a opinião de vocês.


Nada me tira da cabeça que 2011 é o nosso ano. Sei que, acertando a nossa zaga, temos time para ganhar esses dois titulos e partir para um 2012 ainda mais vitorioso. Mas ó, guardem os galhinhos de arruda: vários seca-pimenteiras declarados resolveram render-se à grandeza do Mengão na temporada. Valha-nos São Judas e haja colírio light pra espantar tanto olho-gordo. Mas o Flamengo tem um amuleto só dele e, assim, não tem olho-gordo que faça frente: a Nação Rubro-Negra em ação. Para essa árdua missão dupla, só com a camisa 12 em campo.


E já que falei de 1999, vamos recordar?







[ATUALIZAÇÃO 15h35] Divulgada a lista com os 25 jogadores da Sulamericana no Site Oficial.

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

sábado, 6 de agosto de 2011

No Caminho Certo

Seja escrevendo por aí ou falando de Flamengo, tenho batido muito na tecla de que, já há algum tempo, tínhamos um time fechado e, assim, precisávamos parar de choramingar por novas contratações “de peso”. Pela minha teoria, algumas lacunas precisavam e foram preenchidas e faltava um ajuste aqui ou ali, na maioria das vezes de posicionamento, mas estávamos prontos para encarar o Brasileirão sem medo. Vou até mais longe: frente ao Flamengo 2011, em nenhum momento as contratações de outros clubes me tirou o sono. Confesso que meu discurso não condizia com meu soberbo subconsciente rubro-negro que pedia, sim, a vinda de um atacante pronto, renomado e espetacular, além de um zagueiro “xerifão” de respeito. O zagueiro (ao meu ver, a necessidade mais urgente) até veio a contento, mas quanto ao atacante, ficamos apenas com paliativos.


Uma vez feitos esses ajustes, e para não deixar nenhuma ponta solta, faltava ganhar confiança no banco de reservas. Me lembro o quanto se repetia exaustivamente durante a campanha do Hexa que o banco do Mengão impunha, no mínimo, muito respeito. Acho que, finda a janela de transferências, depois de sofrer com Fernando, vendo o fim da era Jean e reconhecendo a evolução do conjunto, parece que agora estamos chegando lá. Sem contar que ainda podemos lançar mão dos meninos da base que, vira e mexe, vêm integrando nossas delegações. E é claro que não posso deixar de destacar o fantástico desempenho do Luiz Antonio, que joga que nem gente grande e tem deixado a Nação bastante feliz.


Sim, mordi a língua várias vezes nessa temporada, principalmente no tocante ao “esquema tático estilo sopa de números” do Luxa. Mas ele provou ser robusto e eficiente. E a temporada segue agora com uma série de confrontos que me despertam bastante curiosidade por não saber que postura vamos assumir. Basta lembrar que ainda não engoli os quatro pontos perdidos contra o Bahia e contra o Atlético Paranaense. Para complicar um pouquinho mais, na quarta-feira já começa a Sulamericana o que vai obrigar a comissão técnica a tomar aquelas decisões de prioridades que nós, torcedores, nunca vamos consensuar. O fato é que precisamos manter o ritmo e o volume de jogo que conseguimos impor ao Santos e ao Grêmio. Acho que ganhamos do Cruzeiro “economizando futebol”, talvez até porque enfrentávamos um adversário sem combatividade. E, do fundo do coração, eu não gosto dessa tendência de variar o nível da ofensividade de acordo com o adversário. Assim, espero sinceramente que esse não seja um padrão de comportamento e sim um caso isolado já discutido e superado internamente. Não quero que facilitemos, só isso.


Pra terminar (porque se deixar fico aqui escrevendo por horas) acho que o time está bem focado e não tem se deixado contaminar pelo clima de oba-oba que assola a Nação. Torcida é assim mesmo. Pode torcer, tirar onda, cantar vitória ou especular o que bem entender (só peço encarecidamente que não saiam confeccionando faixas de “Hepta Invicto” porque eu sou muito supersticiosa). O time em si tem muito o que fazer, e deve manter a seriedade e a humildade para, no fim, fazer o que faz melhor: ser o Flamengo, o maior arrebatador de amor e ódio inveja do planeta.


E, invictos que somos, compartilho com vocês um poema da minha amiga Têtê, adaptado (ou inspirado) na tradução (livre) do poema Invictus, de William Ernest Henley.


 

Em tempo: Ouçam "Ronaldinho Carioca" na Rádio CBN.

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Invencibilidade que segue

Dia de revisão na sala de aula: na frase “eu sou Flamengo” como se qualifica o sujeito? Segundo a nova Nomenclatura Gramatical Futebolística Brasileira, o sujeito – antes qualificado apenas como “simples” – agora é “simplesmente o único invicto”! Ok, ok, sem brincadeiras agora: não dá para ignorar que somos o único time ainda invicto na temporada, que temos o melhor ataque, o melhor saldo de gols e o artilheiro isolado do Brasileirão e que emplacamos três vitórias seguidas contra times de considerável tradição (dos três últimos adversários, dois nunca deixaram de frequentar a Primeirona). Mas também não dá para ignorar que credenciais não entram em campo e muito menos garantem a vitória.


Ao contrário da grande maioria – torcida e imprensa – eu não gostei tanto assim do jogo de ontem. Até o momento do gol, podemos até dizer que tínhamos o controle do jogo, segurando bastante a bola, deixando histéricos os torcedores do Cruzeiro e anulando completamente o Montillo. No entanto não soubemos aproveitar o fato do Cruzeiro desfalcado ser monodependente do argentino. Ronaldinho e Thiago Neves erraram mais do que acertaram e Bottinelli desaprendeu como é entrar já como titular. Sobram Deivid, Léo Moura e Junior Cesar. Deivid pixotou como nunca e, mais uma vez, redimiu-se não perdendo o gol que Ronaldinho lhe deu com laço de fita e cartão de felicidades. Birrento, segue incorporando o papel de O Injustiçado. Léo Moura também errou demais, mas finalmente mostrou alguma mínima disposição, o que não acontecia há sei lá quanto tempo. E Junior César, esse sim, agigantou-se pelo lado esquerdo fez daquela zona a nossa melhor e mais efetiva opção de ataque.


Na zaga, ainda não há novidades. Com Montillo inoperante, as únicas chances de perigo que sofríamos era, obviamente, com as bolas aéreas. E, obviamente também, eu ficava bastante apreensiva a cada cruzamento sofrido. Mas parece que o time inteiro resolveu ajudar lá atrás. Todos voltavam para marcar e defender. Muito bom, mas ao meu ver, isso gerou dois outros problemas. Primeiro, o excesso de bolas rifadas no segundo tempo diminuindo fortemente a freqüência e a efetividade dos contra-ataques. E, segundo, o cansaço que essa prática impõe ao grupo da frente. Ou ver o comprometido Thiago Neves pedir arrego não deve ser tratado como um sinal de alerta?


Só voltamos a sufocar no final do jogo e mal dá para acreditar no gol perdido pelo Fierro, que substituiu o apagado Bottinelli na metade do segundo-tempo. Thiago Neves também perdeu o seu (bem parecido, a propósito, com um outro que perdeu contra o Santos). Com a zaga que temos, perder gols assim não é nada auspicioso. Não podemos insistir nos mesmos erros, afinal é assim que se ensina o caminho das pedras aos adversários. O que me consola é que, salvo os chutões para tirar a bola da nossa área, nenhum outro sinal de descontrole transpareceu. Seguimos impondo o nosso volume e o nosso ritmo de jogo. E, além disso, mesmo que não tão bem canalizado para a ponta dos pés, algo daquela vontade, daquele “sangue nos olhos” que vimos contra o Santos e contra o Grêmio ainda está ali. E espero que assim continue, independente da “grandeza” dos próximos adversários.


E que venha o Coxa!

Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Foram me chamar...

É com muita honra e com enorme prazer (além um indescritível frio na barriga) que me apresento para vocês. Meu nome é Cláudia Simas e, a partir de hoje, passo a fazer parte da nova dupla de titulares que vai dividir com vocês esse valioso espaço de puro rubro-negrismo. Adoro futebol e sou alucinadamente apaixonada pelo Flamengo desde que me entendo por gente. Na grande rede, vocês podem encontrar meus pitacos no Bola Pra Quem Sabe e nos arquivos Magia Rubro-Negra. Confesso que só de pensar em assumir este blog, por onde já figuraram ilustres rubro-negros como Clément Izard, Fábio Justtino e, mais recentemente, o próprio Luis Eduardo, me toma um calafrio que só perde em intensidade para aqueles que costumamos sentir às vésperas de final de campeonato.


Peço licença a vocês porque não posso iniciar mais essa empreitada em vermelho-e-preto sem falar do meu avô, o “Seu Beleza”, pai da minha mãe - que também é rubro-negra. E sempre que apresento meu avô eu pergunto: o que esperar de um sujeito com um apelido desses? Pedreiro, batalhador, patriarca apaixonado, avô carinhoso... Um figuraça, conhecido e respeitado por todos na vizinhança. Ele viu o primeiro Tri-Campeonato Carioca (42/43/44) com Mestre Ziza, Domingos da Guia e companhia. Também viu o segundo tri (53/54/55) com Zagallo e testemunhou a estréia do Galinho em 72. Com ele aprendi a amar esse clube, campeão na terra e no mar! Ele respirava Flamengo. Vivia o Flamengo. Sorria e chorava com o Flamengo num tempo em que o futebol era muito mais do que 11 marmanjos querendo ser exportados para a Europa ou para o Oriente. Com tanta flamenguice, não tinha como ser diferente: eu já era rubro-negra mesmo antes de nascer.


De lá pra cá, posso dizer sem medo de errar que cada episódio da história do Clube de Regatas do Flamengo acrescenta algo à minha própria história. Sei que é assim também para cada um de vocês. Afinal, temos o privilégio de torcer pelo Mais Querido e com isso, vivenciar todas as emoções e todo o orgulho que só ele nos oferece, dentro e fora dos gramados, quadras, piscinas e lagoas mundo afora. E se o rubro-negro normalmente já é sujeito orgulhoso, com esses últimos resultados quem é que segura esse povo a celebrar o futebol “raçudo” que tanto valorizamos? Difícil, hein.


Pois bem, já falei demais para esse primeiro encontro. O lance aqui não é falar de mim, e sim do Mengão! O clima é bom, o momento é excelente e tende a melhorar (com a chegada do Alex Silva à zaga), mas o pensamento agora está voltado para a tal raposa que, cá pra nós, já foi mais arisca. Se o elenco não entrar no oba-oba da torcida (que já esgotou sua fração de ingressos para o jogo de amanhã), o Mengão traça essa caça sem grandes dificuldades.



"Lutemos sempre com valor infindo
Ardentemente com denodo e fé
Que o teu futuro ainda será
Mais lindo,
Que o teu presente,
Que tão lindo é"
Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ele vibra, ele é fibra, muita libra já pesou. Flamengo até morrer eu sou!

Trabalho a três pontos de ônibus de casa (da casa do namorado, a bem da verdade, mas tá valendo) e nesse percurso de menos de dez minutos foram seis camisas rubro-negras avistadas pela rua. Imagino o resto da cidade, linda em orgulho vermelho-e-preto e, mais do que nunca, digna da alcunha de Cidade Maravilhosa!


Se o rubro-negro normalmente não precisa de dia de jogo ou de vitória para exibir-se em seu Manto Sangrado, hoje nem se fala. Ontem vimos o Flamengo que é Flamengo em campo. Puro futebol. Pura arte! Vislumbramos no campo o tal “raça, amor e paixão” que insistimos em cantar nas arquibancadas de todo jogo do Mengão.


Confesso que aos 25 minutos – com o placar mais do que desfavorável na conta de 3 a 0 – eu já tentava me preparar psicologicamente para o iminente revés. Seria não apenas o fim da invencibilidade, mas tudo levava a crer que veríamos a goleada anual que ofertamos para o deleite da segunda maior torcida do mundo. Menos mal que seria para o Santos, campeão da Libertadores e daqueles meninos que o Brasil insiste em adorar, e não para um dos egressos da segundona, como foi na campanha do Hexa. Não seria nenhum fim do mundo e o discurso já estava até pronto: “era disso que precisávamos para acordar”.


Mas algo não batia nessa linha de pensamento. Não havia apatia. Eu não via desespero ou desconcentração ou pânico ou desorganização por conta dos gols sofridos. Via falta de sorte, ou mesmo de objetividade, uma vez que nestes mesmos 25 minutos o placar bem que poderia ser ainda desfavorável porém mais confortável com um 3 a 2 pelo menos. O coração torcedor resistia aos argumentos da razão e insistia em acreditar que daríamos trabalho e que sairia caro aos anfitriões ousar exibir-se às nossas custas. E foi muito rápido que o Mengão correspondeu a toda essa (des)confiança e mostrou que subestimar O Mais Querido seria fatal. E mais, em uma vitória pessoal, Ronaldinho Gaúcho mostrou que subestimá-lo tampouco é sábio.


Não vou me ater aos erros ou aos problemas ou às tecnicidades do clássico. Não quero falar de nada disso hoje. O que quero enaltecer é o espírito superior da equipe que mostrou a grandeza de toda a sua história, a força de todos os seus ídolos e a imponência de um elenco comprometido em uma única apresentação. Um time que subjugou o adversário ao anular seu pseudo-algoz (menino talentoso, mas birrento e mimado) com inteligência (e um tanto de força, né, Willians?) e que em nenhum momento desistiu de atacar. Um time que honrou a camisa e fez com que a derrota que todos os especialistas previam se transformasse em uma virada histórica. Um brinde aos especialistas!


É só isso que o rubro-negro deseja: ver o Flamengo inspirado e comprometido sempre, independente do adversário. Ser o dono da situação. Se errar faz parte do jogo, o Flamengo deve superar e superar-se a cada jogada. Agora ta aí para quem quiser ver: não somos apenas mais um “timaço no papel”. E é ali, nas quatro linhas, onde tudo realmente importa, que mostramos a que viemos.


"Ele vibra, ele é fibra, muita libra já pesou. Flamengo até morrer eu sou!"


Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

sábado, 23 de julho de 2011

Deixou de Ganhar. De novo...

Depois da folga desnecessária que arrendamos para ver a desclassificação do que deveria a seleção canarinho, voltamos os olhos cheios de expectativas em direção à  telinha para ver como o Mengão se sai contra um dos adversários diretos do alto da tabela. Mas o final da partida, eu era pura irritação. E não era só com o mercenário do Kleber.


Eu até estava gostando da peleja pois via o Mengão com volume de jogo, sufocando com inteligência na primeira metade do primeiro tempo. Faltou chance clara de gol, mas naquele momento eu achava que elas viriam. Mas logo começamos a ceder espaço para que o Palmeiras conseguisse equilibrar o jogo. Para mim ficou claro que o Flamengo não quis ganhar esse jogo. Cedeu o empate (“um bom resultado como visitante”) para a própria incompetência e falta de objetividade. Deixou de ganhar de um time que só ameaçou nas jogadas de bola parada Tem dias que as coisas simplesmente não encaixam. Não dão certo.


Faltam 28 rodadas. Parece que temos tempo para recuperar esses pontinhos perdidos de bobeira, mas só parece. Falta muito o que fazer. Falta o ajuste do Airton à posição, ou melhor, sua readaptação ao Flamengo, ou melhor ainda, sua adaptação ao Flamengo de 2011. Falta também recepcionar e encaixar Alex Silva e Jael. Deixar tudo organizadinho, com todas as opções, no campo de no banco para que façamos partidas mais produtivas do que essa.


Mas vamos combinar, meu senhor Vanderlei luxemburgo, que colocar Botti e Diego Maurício faltando 3 minutos e meio para acabar a partida é injustificável. Nem digo pelo Diego, mas El Pollo vem sabendo aproveitar suas oportunidades se mostrando util e versátil quando tem tempo para tanto. O time é esse e tenho plena confiança de que é um timaço. Aqui abro um parênteses: o torcedor de pura alma flamenga talvez já saiba mas é sempre bom lembrar já está na hora de parar de reclamar de quem veio ou quem não veio afinal, time de reclamão tem outro endereço. E não é na Gávea. Algumas expectativas de contratação não se cumpriram, ok, mas a vida segue. E pensando desde o início da temporada muita coisa positiva aconteceu. Vida que segue, certo? Fecha parênteses.


Voltando ao time, ele está fechado e sim, eu acho que tem tudo para emplacar no Brasileirão e na Sulamericana. Para mim só falta “posicionamento”. Voltamos a ficar com os dois laterais recuados (o Willians aparece mais na ponta direita do que o Léo Moura, minha gente!) e por isso não conseguimos sustentar o volume de jogo que impusemos no início da partida. Obviamente que sobrecarregamos os volantes e o meio e, assim, ficamos dependendo unicamente de Ronaldinho e Thiago Neves (a propósito, algumas jogadas do Gaúcho foram primorosas ontem). Para piorar, o Deivid não ajudou em nada, não soube se posicionar e assim desperdiçamos chances valiosíssimas nesse e em todos os jogos. Teimo nesse ponto: falta ao Flamengo um mero ajuste de posicionamento e substituições que agreguem algo e não sirvam apenas para “ganhar tempo” no fim da partida como se estivéssemos vencendo.


Agora estamos a incômodos oito pontos de um líder embalado. Mas ainda tem muita água para rolar nesse marzão que é o Campeonato Brasileiro com direito a todas as lendas e metáforas que falam das idas e vindas das marés. Sigo confiante, ou vocês se esquecem que nosso primeiro mascote é um marinheiro?


Em tempo: a internet, ou melhor as mídias sociais servem de megafone para qualquer maluco. Alguém acha mesmo que o Ronaldinho forçou o cartão amarelo e consequentemente a suspensão neste sábado? Fala sério! Se o Ronaldinho tivesse forçar cartão para folgar em algum jogo, não seria contra o Ceará. O jogo contra o grêmio tá logo ali, minha gente! Tudo bem que ainda dá tempo de tomar um cartão vermelho contra o Santos ou queimar o pé numa lâmpada misteriosa até lá, mas vamos confiar que o caráter do nosso 10 não seja suscetível a tais tentações.


Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

sábado, 9 de julho de 2011

Quem é Flamengo me acompanhe

É com as palavras do poeta rubro-negro recém falecido Billy Blanco que começo esse pré-jogo. Domingo é dia de invadir o Engenhão de todos os tipos de rubro-negros. Todos: aqueles que estão sempre lá, aqueles que vão de vez em quando, aqueles nunca foram porque é longe ou contramão e até mesmo aqueles que só vão para agradar o pai, a mãe, o marido ou a namorada. "Um rubro-negro ganhe ou não ganhe deve manter a devoção". Não que estejamos precisando de oração. Muito pelo contrário.


O momento é nosso. O adversário está ferido, desfalcado, assim como o último tricolor a cruzar nosso caminho. Se inteiros e saudáveis nenhum desses dois jamais estará à altura do Mengão, capengas como estão é que são mais perigosos, pois são nessas horas que o Flamengo enfrenta seu adversário mais perigoso: o próprio Flamengo.


O resto do Brasil finalmente abandonou o discurso de que o time do Flamengo só é bom no papel. Agora os entendidos da mídia esportiva já admitem o que a Nação Rubro-Negra já sabia há muito tempo: que este ano viemos para as cabeças do Brasileirão e para olhar o resto do Brasil de cima para baixo. Lá em cima é nosso lugar e é lá que devemos ficar. E para isso acontecer não tem mistério: seguir com seriedade dentro de campo e ter a Nação em todo o seu esplendor nas arquibancadas.


E essa é a razão da convocação. No Clássico das Multidões eles são apenas uma multidão. E nós? Nós somos A Nação. O 12º jogador. Na hora do "ai, Jesus" que está no nosso hino é ao lado do Mengão que devemos estar e tenho certeza de que vamos testemunhar e participar de mais uma vitória de encher os olhos e de fazer tremer todo e qualquer adversário daqui para frente.


Oração de um Rubro-Negro (Billy Blanco)

Quem é Flamengo me acompanhe,
Eu vou fazer minha oração.
Um rubro-negro
Ganhe ou não ganhe
Deve manter a devoção.

Deus proteja noite e dia
O Mengo
E o conserve campeão,
Feche o arco do Garcia,
Proteja o nosso Dequinha
E o delicado Pavão.
Me perdoe a exigência,
Porém
Eu sou Flamengo de fato.
Prenda o passe da moçada,
Para mim não quero nada,
Pro Mengo, tri-campeonato.

Ou: Pro Mengo, HEPTA-campeonato.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro-Negra.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Para o alto e avante!

É bonito demais ver o Mengão convincente e eficiente em campo. Pegamos um adversário fragilizado psicologicamente por duas derrotas seguidas e não demos chance pro azar: partimos para o ataque, com jogadas envolventes e roubadas de bola desconcertantes. Sinceramente, acho que foi um dos melhores jogos do ano e acho até que ficou barato para o São Paulo. Mas até isso foi bom, pois assim mantemos nossos pés no chão para o clássico deste domingo e para encarar sem deslumbramento a longa estrada que ainda temos pela frente nesta temporada.


Ronaldinho permanece uma incógnita, mas pelo menos agora ele está me encucando sem me tirar o sono. Vejo muita gente reclamando das firulas do moço mas são os primeiros a babar com o “esculacho” quando as tais firulas dão certo. Eu particularmente não consigo vê-lo jogando diferente, sem tentar sempre um drible extra ou desnecessário, afinal, sem isso, ele perderia sua personalidade. Mas ninguém pode negar que, com Ronaldo comprometido em participar, nós ganhamos demais com sua visão de jogo. Sem contar que o cara sempre arrasta dois ou três marcadores consigo. Thiago Neves e Bottinelli agradecem.


Aliás, esse trio – R10 + TN7 + Botti – aliado às primorosas exibições do Negueba, tem feito bastante diferença. A receita tem sido a mesma: lançar El Pollo e Negueba no segundo tempo e seguir mantendo a pressão. Esse bom “esquema ofensivo” tem sido um eficiente paliativo para a falta de um atacante. Finalmente estamos correspondendo às expectativas de criatividade e finalizações à altura destes nomes. Agora que estamos sem Wanderley, Deivid teoricamente vira titular absoluto, mas ele também ganha em efetividade quando não é titular e é lançado no decorrer do jogo. Como sair desse imbróglio?


No mais, meio campo reforçado, esquerda respeitável com Junior Cesar e Ronaldinho, direita capenga com Léo Moura e a zaga… Bom, vocês sabem bem como anda a zaga. Minha nova estratégia é parar de falar mal do Wellington. A partir de hoje ele é o melhor zagueiro do Brasileirão! Venham empresários do mundo e disputem a tapa este talento do nosso futebol! O mundo não pode se privar de tanta categoria!


Domingo é dia de lotar o Engenhão e torcer pela quarta vitória consecutiva. Precisamos de regularidade para emplacar no Brasileirão e o clássico local vem bem a calhar. Atenção para a seriedade porque o Flu estará desfalcado e não podemos calçar o salto alto por isso.


Outros Pitacos:


Gostei da postura de Ronaldo e Thiago Neves que conseguiram não tomar cartão e, assim, não desfalcarão o time contra o Flu.


A tal “Fla-Press” que, com o insucesso do Dique-Dentuço, sem fofocas extra-campo e sem crises insuperáveis nas terras rubro-negras, fica sem assunto apega-se ferrenhamente ao exercício da especulação. Alex Silva que vem, Kleber que ainda pode vir e Willians que deve ir. Setoristas em polvorosa. Qual vai ser a “bomba” de hoje?


Agora que afastamos a praga do encosto dos empates e o momento é de tranqüilidade na Gávea, quando é que a diretoria vai mostrar trabalho e fechar o patrocínio master do que resta da temporada? O que me lembra outro assunto que li por aí, que o Flamengo é incapaz de capitalizar com R10. Quem tem que fazer isso, minha gente, é a Traffic e não o Flamengo. Eles, a Traffic, que ficaram com a exploração da imagem do moço e, se eles não o estão fazendo, não é problema do Flamengo.


Para quem acompanha as finanças do clube, olho no arrendamento do “Morro da Viúva” pela EBX, cujo contrato está praticamente definido entre as partes. Lembro que esse dinheiro está destinado para a construção da ala profissional no novo CT de Vargem Grande. No entanto, esta negociação ainda deve dar muito pano pra manga. Acompanhemos.


Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Pelo fim do futebol burocrata

Quiseram os deuses do futebol (ou o montador da tabela do Brasileirão) que, em menos de uma semana, passemos o rodo nos tricoletes, de lá e de cá. Começando pelos de lá, os sem memória e sem palavra do futebol brasileiro. Não preciso lembrar a vocês porque falo assim da bambizada, né? Lideraram o movimento de criação do Clube dos 13 e colideraram a organização da Copa União para renegarem a legalidade do campeonato pela conveniência de se auto-entitularem os primeiros pentacampeões brasileiros. Fosse eu nascida em uma realidade paralela onde, por algum capricho da natureza me faltasse a sanidade e, por algum tosco acaso do destino, não houvesse o Mengão e eu, louca, torcesse de um time assim, morreria de vergonha, além de desgosto obviamente.


Como felizarda rubro-negra que sou, de vida plena e muito orgulho da história do meu clube, só posso ter pena dessas infelizes almas que acham que esse timeco salto alto tem algo a acrescentar ao futebol brasileiro. São burocratas da bola que vencem suas partidas e constroem sua história sem arrebatar sequer o coração de seu mais insano e apaixonado torcedor. Que sentido tem viver assim?


Não tenho muito a acresentar sobre nossos adversários de hoje à noite. Pelo bem do verdadeiro e apaixonante futebol brasileiro, veremos o Mengão sagrar-se o condutor do bonde da crise do Morumbi. Há algumas semanas celebramos os 10 anos do Tricampeonato Carioca com o gol antológico de Petkovic. Assim, deixo vocês hoje com mais uma divina lembrança daquele 2001 abençoado: a vitória sobre a bambizada (com mais um gol do Pet quase igual àquele contra o vice) nas finais da Copa dos Campeões. Diziam lá os entendidos, que eles tinham um timaço. Sei...
















Fonte dos vídeos: FlaMuseu

Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Xô Uruca!

Invencibilidade a parte, parece que finalmente superamos a uruca de empates no Mengão. Tá bom, não era bem uruca, tratava-se mais da própria incompetência, mas junto com o 4-2-3-1, aparentemente enterramos a incômoda e indesejável fase de empates do início do Brasileirão. Lançando mão do bom e velho 4-4-2 que no decorrer das duas últimas partidas vira um efetivo 4-3-3, Vanderlei Luxemburgo aparentemente vai acertando a equipe.


Pontos positivos:


- Junior Cesar se firmando no time e dando tranqüilidade na esquerda;


- A posição de primeiro volante devidamente firmada pelo jovem Luiz Antônio enquanto esperamos a estreia do Airton;


- “Deivid, o Injustiçado” vem melhorando seu posicionamento e, consequentemente, seu desempenho. A propósito, não adianta xingar a torcida, meu caro. Faça a sua parte e siga a vida. Não quer pressão? Fica no PlayStation, ok?


- A entrada de Bottinelli no lugar do amarelado Willians foi fundamental para a virada. Acho que ouvi a torcida gritando “burro” das arquibancadas para a substituição. Eu, no entanto, achei a mudança realmente uma jogada inteligente do Luxa. Além da participação do armador ter sido primorosa com dois chutes e um passe sensacionais em pouco mais de 15 minutos, estávamos com um a mais e a saída do Willians nos economizou uma expulsão (que fatalmente aconteceria se considerarmos os critérios de compensação adotados pela arbitragem) e garantiu a participação do volante no jogo contra o São Paulo.


Pontos Negativos:


- Léo Moura não acompanha a evolução do entrosamento da equipe. Não mostra a mesma motivação do resto do grupo, se enfia demais pelo meio abandonando a lateral e, para piorar só se apresenta quando o time mostra alguma tranquilidade no placar, ou seja, quase não apareceu no Brasileirão. Parece que não quer despentear o moicano. Até quando, meu senhor?
- Também não dá para falar de ponto negativo e não chover no molhado. A zaga rubro-negra é uma piada, para não dizer uma “comédia pastelão” ou um “drama shakespeareano” daqueles em cujo final a morte é certa. Wellington tentou com empenho, mas falhou em fazer seu gol contra. Angelim é infinitamente melhor do que David Braz, mas é lento e não pode jogar sozinho para compensar a deficiência técnica do Wellington. Sigo confiante, mas não posso negar que tenho sérias dúvidas se a chegada de Airton vai atenuar essa situação.


Mas como eu disse no início, o conjunto evoluiu. Ronaldinho passou misteriosamente a funcionar. Tanto ele quanto Thiago Neves podem resolver uma partida. A diferença entre os dois é que, aparentemente, Ronaldinho é a referência para a equipe. Se Thiago está bem ou mal o grupo praticamente não sente, mas o mesmo não se aplica ao Dentuço. Essa dependência me assusta um pouco, mas por hora, vou deixar quieto.


Nota: Publicado Originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

Mengão Ecologicamente Incorreto

Na ressaca da goleada do último sábado sobre o patético galeto mineiro, acabei anotando erroneamente na minha agenda a data do atropelamento da coelhada. No aquecimento para o jogo que me caberia escrever aqui no Magia, eu pensei em falar que um time que é xará do Mequinha, simpatia carioca, e que ainda assume um codinome de tamanha fofura, não assusta bicho algum que não seja aqueles dos currais da terra do pão de queijo. Ou seja, o coelho só serve mesmo pra mordiscar o orgulho de galos e raposas mutualmente domesticados e não seria o Urubu, reconhecida potência dos gramados tanto cariocas quanto brasileiros, latino-americanos e mundiais, que se intimidaria com a "fofice" do anfitrião desta sétima rodada.


Dormi demais e perdi a chance de destilar meu veneno veterinário ontem. Mas venho aqui hoje registrar minha óbvia satisfação com os massacres ecologicamente incorretos destes últimos dias. O único inconveniente deste sucesso rubro-negro é a praga de focas rubro-negras que se espalhou pelas arquibas deste Brasil varonil. Aliás, o atual grande desafio da Nação em 2011 é achar o equilíbrio entre o exercício da cornetagem radical e a síndrome da foca deslumbrada.


Já ouvi e já li de tudo. Sigo impressionada com o imediatismo de uma parcela considerável da Nação. Já posso prever ondas de ira contra os xingamentos de "Deivid, O Injustiçado" e o surgimento de odes de amor eterno para "Ronaldinho, O Fanfarrão". Tudo faz parte do fascinante mundo do bom e velho futebol moderno. Amor e ódio sempre de mãos dadas. E tudo isso com a intensidade apaixonada digna de qualquer cenário que envolva O Mais Querido. O que não podemos esquecer nunca é que tudo muda sempre. O que não muda e não pode mudar, é que o Flamengo deve estar sempre acima de tudo.



Se o que estamos vendo estiver realmente acontecendo, estamos finalmente evoluindo. No meio ganhamos alguma robustez. Na frente segue a roleta russa dos atacantes. De qualquer forma, é visível que estamos finalmente encontrando a formação ideal do time, mas também é risível a fragilidade da nossa zaga. Aguardemos Airton, que tem sua vaga de primeiro volante bem aquecida pelo jovem Luiz Antonio, mas que tampouco resolverá a patetice de Wellington, que segue tentando marcar seu golzinho contra a todo e cada jogo do Mengão. Até quando, minha gente? Até quando? Encerro deixando uma pergunta, quem sabe uma reflexão: Léo Moura é o novo Juan? Diz aê. ;o)


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Patético Galeto de Minas

E lá vamos nós para mais um exercício de positividade rumo à próxima peleja. Entretanto, por mais difícil que se mostre acreditar que vamos sair dessa pindaíba moral que, tal qual areia movediça, tenta inibir nossa reação, os adversários estão sempre assinando um recibinho de freguesia. Assim é muito fácil, minha gente! Além do nosso próprio jeito superior de ser, ainda teremos sempre um pseudo-rival corroborando nossa supremacia.


Nem dá para considerar o tal galeto mineiro um rival do Flamengo. Para isso, os caras teriam que sumir, realizar uma nova fundação e, a partir de então, manter-se na primeira divisão. Não sei por que escrevi isso uma vez que aqui acabaria a discussão e o propósito de um texto de aquecimento para a rodada desde sábado. Mas como estou de bom humor, vou dedicar mais algumas linhas a esses recalcados jogadores de par ou ímpar da terra do pão de queijo. Só se esquecem que a parada aqui futebol de alta qualidade e aí o galeto vira pintinho de vez. Para sair dessa pífia rotina de clássicos locais e um ou outro vislumbre do resto do mundo, os torcedores desse galeto insosso adoram lembrar-se do passado distante, de um craque único e de um também único título consolar-se. Convenientemente adoram esquecer-se que galeto que se aventura em "terreiro" de gente grande, como o Brasileirão, acaba desossado.


Não preciso nem voltar a 1980 para gargalhar dessa patética ousadia de nivelar-se aO Mais Querido. Dia desses, em 2009, Petkovic & Cia fizeram o tal galo virar galinha no caminho de mais um título no Campeonato Brasileiro, título que o esse galeto de segunda não vê desde 71. Só me faz rir o desespero dos galetinhos em agarrar-se a uma ou outra vitória sobre o Mengão para alegarem que podem fazer frente a um Hexa-Campeão.


Mas comigo essa não cola e digo mais: com mando de campo rubro-negro, quem canta de galo é o Flamengo. Alguém duvida?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sacundindo a Poeira

A coisa tá complicada, minha gente. De desanimar até a mais otimista das Polyannas e transformar qualquer torcedor “malinha” em corneta, da categoria vuvuzela. Entretanto, além do rubronegrismo que nos enche o espírito, o que me inspira a sacudir a poeira, limpar os olhos e caçar a tal luz no fim do túnel é o circo pegando fogando que o resto do mundo quer ver no Mengão. “Não vai ser na minha gestão”, como costuma dizer uma amiga também rubro-negra.


Torcedores já pedem a cabeça do Luxa e especulam substitutos, disponíveis ou não. O estrategista realmente não consegue arrumar o time. Não está claro se ele quer ou não a vinda de reforços (e que reforços) ou mesmo se ele quer ou não resultados mais imediatos. Em evento na Gávea em maio, eu mesma o ouvi dizer que queria levar o Flamengo à Libertadores. Melhor, que era um objetivo pessoal seu conquistar a Libertadores com o seu time do coração. Para isso acontecer, meu senhor, é melhor definir a estratégia e partir para a execução. Algumas coisas não podem mesmo entrar na conta do Luxa (como a contusão do Maldonado, por exemplo) mas a lista do que entra na lista de responsabilidades do “pofexô” é bem maior.


Pra começar, a postura. Um técnico não pode tirar o seu da reta. Se ele não puxa a responsablidade para si, perde a confiança do torcedor (e de omisso para se “burro” das arquibancadas é um suspiro). Se ele está insatisfeito com Ronaldinho, resolva com ele em treinos e reuniões, mas nunca mandando recado em coletivas. Outra coisa é acertar a porcaria da zaga. É impossível confiar em Wellington e David Braz dessa forma. E isso compromete todo o esquema tático preferido do próprio Luxa. O time é obrigado a recuar Renato e Willians e trazer ainda Junior Cesar e Léo Moura para a marcação. Os laterais não rendem. Quando conseguem avançar, em vez de abrirem para as pontas, caem para o meio. Para quê? Para serem mais dois na confusa meiuca central ou apenas mais dois a ficar de costas pro ataque porque as bolas não estão vindo das laterais? Resultado do esquema: um monte de gente ocupada na marcação e um monte de gente embolada no meio, facilitando a marcação adversária e sem criatividade no ataque. Agora me diz, como um time com Ronaldinho e Thiago Neves pode não ser criativo no ataque?


Não sei se é finalmente vontade de mudar ou se é apenas por conta das ausências obrigatórias de Willians e Bottinelli mas hoje o time já treinou com três zagueiros. Angelim voltou para a zaga (fim da era dos improvisos do Magro de Aço na esquerda, graças à Deus!), ao lado dos dois cones titulares e o jovem Luiz Antonio volta ao time, teoricamente, como primeiro volante – papel que deve ser assumido pelo Airton, confirmando-se sua volta. Se a inexperência ou o nervosismo não prejudicarem o jovem volante, teremos mais tranquilidade na defesa e, consequentemente, teremos os laterais liberados para avançarem como se espera deles. Só assim veremos se eles não estão funcionando porque o esquema atual não lhes favorece ou se são eles mesmos que estão fora de sintonia com o universo, seja por falta de entrosamento do recém chegado, ou falta de motivação do veterano.


Na frente, a ausência de Botti, substituído oportuna e taticamente por um primeiro volante, deve descongestionar o meio e deixar Ronaldo mais solto. Thiago Neves só precisa recuperar o foco. Diego Maurício perde a vez novamente para Wanderley. E essa roleta russa me incomoda demais porque não vejo critério nessa sequência interminável de tentativa-e-erro que o indeciso Luxa insiste em lançar mão no ataque. Mas se é o xará que ele quer, que ele o prepare decentemente e que possamos ver as explosões do moço acontecendo novamente em vez do atabalhoado que tem entrado em campo. Repetindo, enquanto não tivermos os laterais de volta como laterais (ou alas, como preferem alguns), o ataque ficará seriamente comprometido.


Em tempo: não vou ao estádio para vaiar, principalmente durante a partida. Mas Ronaldinho bem que merece um puxão de orelha. Se não for do Luxa, que seja do Veloso, da Patrícia ou do Papa. Numa avaliação profissional (como a que a maioria de nós pobres mortais sofremos anualmente) ele teria 10 em frequência, 10 em pontualidade e 5 em todo o resto. Suas farras não comprometem seus horários mas trabalho é trabalho, amigo. E Ronaldinho, infelizmente para o Flamengo, não está fazendo o dele.


Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Os Grandes do Barça

Da grandeza do Flamengo nunca duvidamos. E rubro-negro de corpo e alma Flamenga não tá nem aí se reconhecem isso ou não: nós sabemos que fazemos parte da história dO Maior e Mais Querido do Mundo, quer o resto do mundo saiba disso ou não!


Mas rola um papo por aí que um time catalão está praticamente à altura da Seleção Rubro-Negra de 1981: o Barcelona. Segundo boa parte dos admiradores do velho esporte bretão, seria este Barcelona o atual melhor time do mundo. Que seja. Somos o Maior e Mais Querido, mas - por mais que gostaríamos que assim fosse - não dá para ser o melhor o tempo todo.



Acontece que os catalães enfrentarão o Internacional de Porto Alegre pelas semifinais da Copa Audi 2011 e, ao referir-se ao adversário em seu site oficial, declarou haver no Brasil apenas "seis grandes times que dominam ou dominaram historicamente os campeonatos nacionais e internacionais" (em tradução livre) por aqui: São Paulo, Santos, Flamengo, Palmeiras e Grêmio, além do próprio Inter.


Uma vez difundida a publicação, perto do meio-dia de ontem (pelo horário europeu) começou uma gritaria generalizada internet afora. Gente que, à época da final da UEFA, babava os espanhóis e dizia que futebol bonito tinha que ser admirado e aplaudido, agora brada que os campeões europeus nada sabem de futebol ou do Brasil ou de física quântica.


Aqui no Rio, com exceção dos já soberbos rubro-negros, obviamente, estão todos ofendidíssimos com o tal descaso catalão. Dizem que se trata de um deslize, uma gafe sem precedentes. Sugiro que preparem um manifesto conjunto, único, a ser enviado aos responsáveis pelo site. Nele, apresentem as séries B e C do Brasileirão e os respectivos feitos de cada um deles na competição e exijam, assim, o reconhecimento de suas grandezas considerando o impacto para a economia brasileira no que se refere, principalmente, ao mercado de pó-de-arroz purpurinado, de faixas de vice-de-novo e de caixas de lenço de papel. Depois disso, meus pequenos, podem fazer o dever de casa e, só então, voltar para o PlayStation. Titia deixa.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

sábado, 18 de junho de 2011

Meu Sparring Preferido

O momento não é dos melhores, não nego. Os mesmos erros se repetindo já há algum tempo - dentro e fora de campo, por jogadores e dirigentes - e pontos perdidos de bobeira. Mas se tem coisa nessa vida que é perfeita para fases onde estamos mais chateados ou mais desaminados ou mais qualquer coisa desfavorável, éssa coisa é sparring. Saca saco de areia? Bater em saco de areia melhora o astral de qualquer um. Confiem em mim, é uma sensação libertadora!


Dito isso, nada mais conveniente do que um adversário sparring neste domingo. Detonar a cachorrada. Eles só não são um saco de areia perfeito porque não perdem a mania de não apanharem calados e reclamam e choram e resmungam horrores e cada vez mais. Nem é preciso entrar no mérito dos números, do histórico dos confrontos, aliás, esse jogo deixou de ser confronto há pelo menos 11 anos (ok, falei, não resisti...) e, cá para nós, bem que perder a alcunha de clássico também.


A coisa tá tão complicada que já viramos um tabu pra cachorrada. Jogadores (os novos, os velhos e também os requentados), dirigentes e demais chorões, digo, torcedores não pensam em outra coisa: estão todos obcecados em acabar com essa fama de freguês. Como gosta de passar recibo, esse povo! Para melhorar, estão se achando demais: mais arrumadinhos, mais unidozinhos, mais praparadinhos, mais prontinhos. Que venham! Vai ser muito mais divertido assim!


Em tempo: 


1. Thiago neves afirma que está focado, sem seleção nem problemas pessoais. Diego Maurício deve começar (finalmente) titular. Só espero que ele não queria levar a bola pra casa. Hora de Junior Cesar começar a mostrar ritmo e serviço e de Léo Moura parar de jogar na sombra.


2. Só não vê quem não quer. Mas o Flamengo não é time para climão. Se o caldo tá desandando, que se resolva rápida e eficientemente dentro do clube. De corpo mole e busca de bodes espiatórios, o futebol brasileiro está cheio. No Flamengo isso é inadmissível!


3. Pra quem gosta de números: Em 2008 ficamos 13 rodadas entre os 3 primeiros e acabamos o campeonato fora da Libertadores. Em 2009, estávamos com os mesmos 6 pontos na quarta rodada e sabemos como terminou. Números são frios e cada um que interprete as estatísticas como bem quiser. Eu prefiro ser Flamengo sempre!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.