sábado, 20 de agosto de 2011

Às vezes. Só às vezes...

Quanta coisa desde a quinta-feira passada! Um emparte amargo contra o Figueirense e o fim da invencibilidade no jogo contra o Atlético Goianiense. O que os dois tiham em comum? Organização e obediência tática. Os dois times não tentaram inventar nenhuma fórmula mágica e simplesmente adiantando a marcação, conseguiram anular a robustez do meio campo rubro-negro. Com a pouquíssima objetividade devido à falta de um centroavante e a insegurança irregularidade da zaga, a posse de bola tem sido o grande lance do Flamengo nesse Brasileirão. Ao adiantar a marcação, as duas equipes nos tiraram o controle da posse de bola e nos deixaram entregues aos nossos próprios erros. Contra o Figueira, o oportunismo ainda fez alguma diferença, mas o Atlético Goianiense não deu chance ao oportunismo e conseguiu ainda expor toda as deficiências rubro-negras em uma única apresentação.

Até então, um setor cobria o outro, um jogador brilhava e compensava um outro apagado e tudo ia muito bem, com a confortável regularidade que se exige de um time que objetive ser campeão após 38 rodadas. Figueira apenas rascunhou mas os goianos conseguiram simplesmente não tomar conhecimento do Mengão. Mérito deles. Problemas nossos.

O Luxa tinha dois desfalques, insistiu numa estreia e optou por um 3-6-1 que ainda me dá arrepios. Eram três zagueiros e dois volantes para brincar de “deixa que eu deixo”, dois laterais inoperantes (JC fez sua pior partida desde que chegou) e um atacante isolado. Nada funcionou. Ninguém compensou, ninguém para citar como excessão. Nem preciso remoer isso. Quem viu o jogo sabe o que foi e as análises estão por toda parte. A única coisa que devo acrescentar é que, diferente da grande maioria, senti mais falta do Renato Abreu do que do Gaúcho. Com os volantes na armação, nem Zico daria jeito naquele Flamengo.

Agora se fala em dependência. Não nego que o desempenho do Ronaldinho inspire a equipe. Mas acho que, se existe essa dependência, ela é mais psicológica. Na prática mesmo precisamos, ou melhor, somos dependentes de quatro titulares: Ronaldinho, Thiago Neves, Renato Abreu e Willians. Sem um deles ainda somos fortes, sem dois deles (dependendo da combinação) a situação é preocupante. Com os quatro em campo, a tendência é que a zaga fique mais protegida, os laterais possam jogar mais livres, e se estiverem bem – o que normalmente acontece mais pela esquerda do que pela direita – estaremos super no lucro, e o ataque acaba aparecendo.

Não estou preocupada. Nem um pouquinho preocupada. Para mim essa derrota não foi nenhuma tragédia, nenhum divisor de águas e tampouco seja sintoma de problemas maiores ou prenúncio de derrocada. O time estava uma bosta mas não é uma bosta. Longe disso. É como diz a música: “às vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais”. A bronca já passou, meu Mengão. Volta lá e mostra quem manda.

Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

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