terça-feira, 30 de agosto de 2011

Entreturnos

Mesmo após a conquista invicta e antecipada do Campeonato Carioca poucos - além obviamente da Nação Rubro-Negra - levavam fé de que o Mengão faria uma boa campanha no Brasileirão. Frente aos demais clubes, nossos reforços pareciam duvidosos e muita gente apostou que seríamos o cavalo paraguaio da temporada. Chegamos ao fim do primeiro turno e, para a decepção ou desespero de muitos, estamos na disputa ponto a ponto pela liderança do Brasileirão. Na fotografia desta virada para o returno, como apenas uma derrota em 19 jogos, é nosso o melhor ataque (somos o único clube a ter 2 nomes na artilharia a marcarem mais de 8 gols) e o melhor saldo de gols.

Estamos felizes? Pela lógica, deveríamos estar mais felizes do que os torcedores de, no mínimo, 18 outros clubes brasileiros, mas de fato, exigentes como somos, a sensação geral é de insatisfação. E dá para condenar os insatisfeitos? Primeiro, porque queremos vitórias, queremos show, queremos evolução, a cada treino e a cada jogo e, segundo, porque se fizemos tudo isso com uma zaga capenga e um ataque de oficio desacreditado, o que poderíamos estar fazendo com um time (no todo) mais arrumado? Certamente estaríamos confeccionando faixas de “Hepta Invicto”.

No início do campeonato a comissão técnica estabeleceu a meta de 7 pontos a cada 3 jogos. Hoje estamos com mais de 10 pontos de defasagem e aparentemente a própria comissão técnica ainda não ligou sequer o sinal amarelo. Tivemos um pico de produtividade, entre a 12a. e a 15a. rodada para logo em seguida encarar a atual e pior sequência da campanha, com 3 pontos em 4 jogos. Em algum momento nestes últimos 4 jogos, nossa maior força se desfez: o toque de bola no meio de campo. Acho que seria simplificar demais assumir que esses últimos 4 adversários apenas adiantaram a marcação. Sim, é claro que houve mérito dos adversários, mas houve também muito demérito nosso.

Além dos 4 pontos cedidos para o Bahia e Atlético PR no início do turno, fazem falta agora os 2 pontos do empate infantil contra o Figueira. Também não dá para encerrar o turno e não falar das lambanças do Wellington, dos gols não feitos pelo Deivid, do redimento abaixo do esperado do Léo Moura e do excesso de cartões infantis que levamos e que nos desfalca com frequência. Como eu disse assim que cheguei neste espaço, acredito sim que o time está fechado, muito provavelmente até o fim do ano e eu estou fechada com eles. Sigo achando que temos que continuar a fazer a diferença aqui do lado de fora e confiar que o Luxemburgo vai colocar os interesses do Mengão acima de tudo, como tem que ser.

Em compensação também não posso deixar de falar da grata surpresa de ter um garoto como o Luiz Antonio encarando a responsabilidade sem titubear, da serenidade de Renato Abreu que muitos acreditavam que frequentaria mais o banco do que a titularidade mas que tornou-se indispensável para os esquemas do Luxa, do gigantismo de Junior Cesar, e – e óbvio - do retorno Jedi de Ronaldinho Gaúcho entortando marcadores por esse Brasil afora e decepcionando toda uma gama de experts em futebol que achavam que o dentuço chegaria apenas para vender camisa, cumprir tabela e encerrar a carreira.

O que espero do segundo turno? A mesma coisa que esperava do primeiro:
Seriedade – a gente tenta ser humilde mas não consegue, já flamengava Bussunda. Mas em nenhum momento teve salto alto neste primeiro turno, nem dos jogadores, nem da comissão técnica. Deixaram a fanfarronice para a Nação e nossa parte estamos voltando a fazer.
Raça – quero ver em campo o tempo todo o Flamengo que jogou contra o Santos, que não perdeu a cabeça com um placar adverso e manteve seu esquema de jogo. Raça para, se necessário, jogar com 10 contra um dos times “sensação” e não deixá-los marcar apesar da chuva de escanteios e bolas aéreas – teoricamente, nossa maior fraqueza.
Compromentimento – ou alguém viu assuntos do Mengão fora das páginas de esportes nessa temporada?
Não abusar da sorte – É a única "postura" (não achei palavra melhor) que precisa ser mudada. Não dá pra cumprir os três requisitos aqui de cima e não aproveitar as molezinhas que a sorte nos dá. Cada derrapada do atual lider tem sido acompanhada por uma derrapada nossa. Bora mudar isso?

Tenho plena ciência dos problemas que temos ainda a resolver e total confiança de que somos capazes de virar essa curva para a ascendente novamente. Há muito trabalho a ser feito e sabemos perfeitamente como fazê-lo. O resultado aparecerá muito em breve, podem apostar. E que a força esteja conosco.

Em tempo: Engrosso a corrente e a torcida pela pronta recuperação do Ricardo Gomes! Força aí, moço! 
Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

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