sábado, 3 de dezembro de 2011

Fim de temporada



Há uma semana o céu ficou mais rubro-negro. Depois de um mês de intensa luta contra uma pneumonia e suas subsequentes complicações, quis o bom Deus que minha mãe deixasse esse mundo e o fizesse companhia. A bandeira vermelha e preta, com o símbolo do Remo, emoldurada da sala de estar em Duque de Caxias, objeto de desejo de tantos visitantes, agora é oficial e um tanto dolorosamente minha. O coração está triste, a saudade já toma conta e sigo fazendo uma força hercúlea para tocar a vida. E é justamente esse processo de retomada, que me traz hoje aqui. 

Comecei o ano de 2011 assinando todo texto meu com a frase "2011 é tudo nosso". Esqueci de combinar isso com o pofexô que, humilde, só queria a vaga na Liberta. Se uma palavra resume esse ano é irregularidade. Todo o potencial de um time de milhões foi vergonhosamente subutilizado dentro e fora dos campos. Transformou-se num time que no decorrer do ano retribuiu a minha confiança e a da Nação com uma junção infeliz de fatores: falta de compromisso dos jogadores, arrogância do treinador e comissão técnica e omissão da diretoria. Vimos apresentações desastrosas em vários níveis, com raríssimas demonstrações de razoável futebol. Correria desorganizada de uns, apatia de outros, equívocos no posicionamento e um excesso inexplicável e inaceitável de passes errados. E assim, o elenco que no papel tirou o sono de muito adversário Brasil afora, acabou por ambicionar apenas a vaga para o torneio continental. 

Na véspera da última rodada, ainda sem a certeza da vaga na Libertadores, somos coadjuvantes na disputa do título. Dependendo do jogo dos paulistas, podemos até ser promovidos a antagonistas nessa novela, mas isso é tudo o que podemos ser: um mero antagonista. O que espero para amanhã? Que façamos nossa parte como Flamengo que somos. Porque os elencos, comissões e diretorias passam mas o Flamengo fica. Amanhã, alguém entra para a história como novo pentacampeão. Queria ver amanhã em campo o Flamengo rolo-compressor, alheio a pontos, a tabela, a possibilidades e interessado apenas em mostrar que, coadjuvante ou antagonista, quem manda no Engenhão é o rubro-negro e o Campeonato Brasileiro e 2011 não vai se concluir sem a participação do nosso Mengão. 

Nota: Publicado originalmente no O Mais Querido.

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