quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Patrícia Amorim: 1 ano

Há exatamente um ano atrás eu me emocionava com a posse da ex-nadadora. “Que o meu coração rubro-negro pulse muito forte e possamos levar o Flamengo à grandeza que ele merece ter. O Flamengo parou de crescer durante um tempo, mas isso acabou. O Flamengo será maior do que ele é hoje” – dizia ela. Naquele instante acreditei no início de uma nova década de ouro, como foi 80. O Flamengo superior aos grandes. Zeus entre os deuses. Muito acima de qualquer mortal.




Posse de Patrícia Amorim em 22/12/09




Não foi bem assim. Ao fim do primeiro ano de Patrícia Amorim à frente dO Mais Querido, o que deu certo e o que deu errado? Longe de bancar a sabichona, só posso lhes dar minha humilde opinião baseada em coisas que leio, escuto e questiono por aí. Algumas coisas não foram surpresa. Priorizou os esportes olímpicos e deixou o futebol “caminhar sozinho”. O que eu esperava? Equilíbrio. Outras gestões faziam o extremo oposto. E eu também achava desnecessário. Mas Patrícia pecou por achar que o futebol Hexa-Campeão poderia se autogerir. Incompetência ou ingenuidade, eu não saberia dizer.


Andrade e Marcos Braz pagaram a conta da indisciplina de um elenco com o ego inflado pelo título recém adquirido. Seguiu-se um período de incertezas até que veio a grande cartada da moça: sem alarde, de uma hora para outra, anuncia a volta de Zico ao Flamengo. Discurso de autonomia e confiança mútua. Mas o Galo não foi blindado pela presidente e saiu em meio à mais uma de tantas histórias (ou estórias) mal contadas no Flamengo. Mesmo errando nas suas contratações, saiu apoiado pela torcida e ela seguiu achando que poderia não se envolver tanto com o futebol.


O futebol concluiu 2010 com uma performance pífia, para muitos vergonhosa. Não fosse a sorte e a proteção do atento padroeiro, estaríamos no desvio obrigatório da estrada secundária, aquela da qual não se volta sem lama até a alma. O fracasso no Carioca, na Libertadores e no Brasileirão ofuscaram o brilho do sucesso de praticamente todas as demais categorias esportivas onde o clube se fez representar, justamente as mais queridas da senhora presidente. Se ela acertou ao apostar em tais categorias, ela errou – e muito – ao não capitalizar com essas vitórias. Fotos de Cielo com as cores do Mengão são cada vez mais raras. Diego Hypólito então, nem se fala. Nem os rapazes do Basquete, com exceção de Marcelinho, talvez, têm suas imagens espalhadas mídia afora com o Flamengo em destaque.


O Marketing evoluiu? Sim. A parceria com a Olympikus segue de vento em popa - nunca vendemos tantas camisas originais – e o Museu Flamengo está finalmente saindo do papel. O Marketing do Flamengo, assim como Patrícia, precisa aprender que não existe auto-gestão. Não adianta sentar na cadeira executiva à frente de uma bela mesa lustrosa e achar que, por ser O Mais Querido, não há muito mais o que fazer. Errado! Além da gestão da imagem dos atletas, existe o combate à pirataria e um programa de fidelização para tocar. O modelo Cidadão Rubro Negro não funcionou e precisa ser remodelado com urgência.




Patrícia, uma semana após a saída de Zico




Chego agora ao porém mais desastroso deste primeiro ano de Patrícia. Sabia-se desde 2009 que não teríamos o Maracanã a partir do segundo semestre de 2010. Assim como as renovações de contratos que todos sabíamos quando venceriam, deixou-se para cuidar do assunto às vésperas da tragédia. E nada me irrita mais do que tragédia anunciada, porque evidencia-se assim a falta de vontade. Semanas após o burburinho causado pelas negociações de estádios e terrenos Rio afora, já se abafou o caso e seguimos achando que nada será feito. Uma torturante inércia.


Está tudo errado? No futebol, sim. No clube, nem tanto. Salários em dia é um ponto positivo. Excesso de vazamento de infomações durante as negociações é um exemplo do que temos de mais negativo. E isso a presidente deveria saber como resolver. O que quero de 2010? O equilíbrio que citei lá no início. Quero perceber que há a vontade de acertar. Quero perceber que Patrícia Amorim está de corpo e alma dentro do Flamengo (hoje não vejo isso em seus olhos). Quero a gestão profissional e apaixonada que acreditei ser possível em 22 de dezembro de 2009. E assim, quero ver o nosso Flamengo vencedor novamente!


Encerro desejando aos meus amigos do Magia Rubro Negra e a cada um de vocês, um Natal repleto de alegria e felicidade! Que vocês tenham, na companhia de seus amados, momentos fantásticos de paz e harmonia e, assim, forças renovadas para o 2011 emocionante que temos pela frente!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

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