quinta-feira, 19 de maio de 2011

Reunião Solene. Paixão Imponente.

No convite dizia: Reunião Solene promovida pelo Conselho de Administração do C.R.Flamengo em homenagem à diretoria, aos atletas e à comissão técnica do futebol pela conquista invicta do Campeonato Estadual de Futebol de 2011. Corre pra Gávea, Cláudia, vai uma noite de emoções rubro-negras. E lá fomos nós (eu, Bruno Cazonatti Bruno Nin)! É óbvio que eu esperava encontrar os jogadores, atuais ídolos defensores do Manto Sagrado, mas eles não estavam lá. Estavam sim, todo o Departamento de Futebol, a Comissão Técnica campeã invicta e alguns sócios do clube de tanto tempo que exalam flamenguice só com a sua presença.



Dos "famosos", além da Presidente Patrícia Amorim, lá estava também Vanderlei Luxemburgo. Muito mais simpático e relaxado do que usualmente o vemos, o técnico rubro-negro estava mais rubro-negro que nunca. E quando achávamos que vinha mais um discurso característico das coletivas pós treino ou pós jogo, o moço abriu seu coração. Falou da pressão pessoal que é treinar o Flamengo além da insaciável fome de resultados e de títulos da maior torcida do mundo. Acrescentou que voltou ao Mengão com essa mesma fome de títulos e que, apesar da enorme felicidade da conquista invicta do carioca, ao aceitar o desafio de voltar, seu real objetivo era conduzir o Flamengo a um título de expressão. Acredito que, por estar em casa, ele não teve medo de revelar que quer sim o único título que ainda falta em seu currículo: a Libertadores da América. E ele quer esse título com o Flamengo.



Luxemburgo é controverso. Currículo invejável, presente a desejar, torcida sempre marcando junto e analistas esportivos que se sentem os maiorais ao condenar as opções do treinador. Talvez seja um gênio incompreendido, esso só a história irá esclarecer. Mas que ninguém duvide de seu amor pelo Flamengo e da firmeza com que diz: "eu não nasci para perder, nasci para ganhar e vou me empenhar o máximo". Ali, no meio de sócios, diretores e beneméritos, eu me arrepiei. Recontadas assim, tais palavras podem até parecer apenas falácia de celebridade esportiva. Mas escutá-las foi incontestavelmente inspirador.


Ainda bem que eu sou Flamengo. Sou apaixonada pelo Clube que se deixa amar com tal intensidade que, independente do que acontece em nossas vidas, dele sempre podemos contar com bons momentos - direta ou indiretamente. Não importa o que acontece com o resto do mundo, tem sempre coisas boas vindas do Flamengo. Gratas surpresas, sejam palavras inspiradoras quando menos se espera, seja uma nova amizade. O Flamengo é diferente a tal ponto. Tudo é intenso. Tudo é superlativo. Uma derrota vira crise da mesma forma que se comemora a convocação de um jogador para a seleção canarinho como se fosse gol em final. Mas acho que o grande segredo é que quem se envolve no Flamengo não pode ser "só" mais um profissional. Ok, me cobrem coerência porque sempre falo que se deve estimular o profissionalismo no clube, sim reconheço. Mas o que eu quero dizer é que só brilham e, por consequência, só trazem resultados brilhantes aqueles que, além de respeitar seus contratos com O Mais Querido, se deixam envolver, se permitem arrepiar-se.


Foi com o coração que conquistamos o mundo na década de oitenta, o Penta em 92, a brilhante campanha de 2007 e o Hexa em 2009. Se Luxemburgo conseguir colocar na prancheta e levar para os gramados o coração que nos abriu ontem, não duvido que o Brasileirão será nosso!





Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.


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