segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A Nação não é uma torcida qualquer

Vamos dar um pulinho na sala de aula? O que é Nação para você? Por conceito, nação refere-se ao conjunto de pessoas que se sentem unidas pela origem, pelos interesses e por seus ideais e aspirações comuns. Podem até lhes falar que para ser uma nação deve haver uma só raça, língua e/ou religião, mas os grandes estudiosos são categóricos ao afirmar que esses não são fatores essenciais para determinar o caráter fundamental de um grupo qualificando-o como uma nação. Vale mais a identidade da história e da tradição (a nação não tem apenas o presente), o passado comum. Na verdade, o elemento primordial, aquele que se mostra como condição (mesmo que subjetiva) para a evidente existência de uma Nação é ovínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer viver coletivo. Ou seja, o querer essa coletividade; o ter a consciência de sua "nacionalidade".


Isso não sou eu, Cláudia, falando ou inventando para vocês. Qualquer antropólogo, sociólogo ou outro estudioso das ciências sociais pode lhes confirmar. Mas lendo essas definições anteriores, você não pensa imediatamente na Nação Rubro-Negra? Não há melhor exemplo de Nação! Não somos a Nação apenas por sermos 33 milhões de apaixonados. Somos uma Nação porque temos o Flamengo em comum e assim o desejamos: queremos "gritar ao mundo inteiro a alegria de ser Rubro-Negro". Podemos ter vários endereços, várias culturas, falarmos diferentes idiomas ou sotaques, mas temos uma só história e a mesma tradição em comum: o Flamengo.


E fazemos mais do que simplesmente torcer pelo Flamengo. Comparecemos. Podemos ser organizados (são "só" 25 Torcidas Organizadas espalhadas peço mundo) ou não, mas comparecemos. Temos o recorde mundial de público em uma partida de futebol. Temos 7 dos 10 maiores públicos do Campeonato Brasileiro. Temos os 10 maiores recordes de público do Campeonato Carioca. A torcida do Flamengo não tem apenas o recorde de público entre times no Maracanã, mas a Nação tem o recorde de público em outros 13 estádios com capacidade para mais de 20 mil pessoas espalhados pelo país. Estão entendendo onde eu quero chegar? Mesmo em 2001 que, salvo o Tri no Carioca, foi um ano pavoroso, tivemos a maior média de público do campeonato. Entre 2004 e 2006 ficamos entre o 15º e o 11º lugar. O que esperar de 2007? Nada. E tudo. A Nação se fez presente e o Mengão arrebentou estarrecendo a imprensa - que já o considerava praticamente rebaixado - ao terminar a temporada em 3º lugar. Esta atuação da verdadeira e única camisa 12 do mundo rendeu à Nação o título de Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro.


Percebem? Nós temos o poder de fazer acontecer! Há quem repita religiosamente que "torcida não ganha jogo" mas ninguém é louco de subestimar nosso poder. Somos visados, invejados, atacados por gentinha que adora focar em um jogo ou misturar competições, fabricando verdades convenientes simplesmente porque o nosso amor é maior do que o deles ou de qualquer outro. Não somos uma torcida qualquer. Somos A Nação. Aqui não tem lugar para quem só aparece quando o time está cima para tirar o cheiro de naftalina da camisa. Aqui só tem quem respeita a história e a tradição do MAIOR CLUBE DE TODOS OS TEMPOS. Percebe a diferença?



Cá estamos nós, mais uma vez com o coração na mão. Uma sequencia de resultados ruins em 7 partidas, quebrada apenas por uma magra vitória sobre o Ceará definitivamente não é nada animador. Mas precisamos nos comportar de acordo com a grandeza que representamos. Não somos como aqueles pobre coitados que não tem do que se orgulhar e invertem as faixas ou viram as costas para o time na primeira bola perdida. Somos maiores que isso. E se quisermos continuar a ser o principal Patrimônio do Flamengo, temos que agir com a nobreza que tal título nos impõe. Cantemos "Flamengo eu sempre hei de ser" como está no hino e, nesse caso, SEMPRE DEVE SER TODO DIA. Simples assim.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um Tijolinho pra chamar de meu

Quando alguém me chama de “Flamenguista doente” costumo dizer que tal expressão não existe, que doente é quem não torce pelo Mengão e que, por isso, sou apenas mais uma rubro-negra APAIXONADA. E o fato de sermos apaixonados fanáticos pelo Flamengo, não nos impede de reconhecer que o grandiosidade da história do Flamengo se deve, na maioria das vezes, à entrega de elencos que suaram sangue pelo Clube, cujos gestores nunca fizeram muita questão de esconder seu amadorismo. A chegada da Olympikus no ano passado já trouxe um brisa de ar refrescante, com novas linhas de produtos, mais acessíveis, dando chance a todo torcedor de não mais optar pela pirataria para usar as cores do Mengão. Também tivemos o lançamento do programa Cidadão Rubro-Negro que, apesar de estar longe de ser perfeito, representa um enorme avanço do clube na tentativa de se aproximar da sua apaixonada torcida.


Otimista incorrigível que sou, é inevitável perceber a iminência de novos tempos, novos ares na gestão do clube e no relacionamento com a torcida, principalmente depois da Volta de Zico. Na última semana, tivemos mais um anúncio animador: para viabilizar a construção do nosso desejado e merecido Centro de Treinamento, será lançada a campanha Abrace o CT, nos moldes das “brick campaigns” americanas. Por lá, tais ações são extremamente comuns em escolas primárias ou secundárias e mesmo em grandes clubes, onde o benemérito tem seu nome gravado nas paredes do local construído em troca de uma colaboração em dinheiro. Não se iludam pois não costuma ser exatamente uma pechincha e os valores costumam variar (bastante até) de acordo com a localização onde colaborador deseja exibir sua alcunha. Mas essas campanhas costumam ser bastante efetivas se conduzidas com seriedade. E por isso confio no sucesso dessa empreitada rubro-negra: nosso Zico já demonstrou antes a sua contrariedade em recorrer à torcida para resolver os imbróglios financeiros do Mengão (ele falou nisso aqui no MRN, olha lá) pois acredita que a Nação já faz sua parte pagando pelos ingressos e comparecendo aos jogos, mas ele endossou essa iniciativa que será extremamente importante para a produção caseira de novos craques, 100% comprometidos com o manto sagrado.


Estou realmente animada com o lançamento da campanha do Tijolinho, aguardada para setembro. Imagine as possibilidades: pode ser presente do dia dos pais, das mães, a galera do trabalho fazendo vaquinha para dar um tijolinho pro Rubro-Negro que se aposenta e por aí vai… Já vou fazer meu pé de meia e já comecei até a imaginar o que escrever no meu Tijolinho:




O que você vai escrever no seu?

Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Vaza, Vozão!

Já escrevi aqui no Magia sobre o meu avô, sobre o Vovô Garoto e – para variar um pouco – hoje estou aqui para o pré-jogo do Mengão contra o Vozão. Coisas do destino não acham? Nem cabe falar de rivalidade. Mas não se enganem, porque também não cabe piedade. O “Vozão” pode até ser simpático, mas está simplesmente no lugar errado, na hora errada. Vamos para cima deles com tudo! São os terceiros da tabela mas estão há seis jogos sem ganhar. Hora da pressão total! Perderam PC Gusmão em junho, demitiram Estevam Soares na semana passada e acabaram de anunciar a contratação do instável Mário Sérgio, ele mesmo – que assumiu o Inter para ser nosso vice em 2009, lembram?


Quem está por lá também é Diego, que vem com aquele papo batido de profissionalismo e tal para encarar o Mengão. E, enquanto eles vão jogar sem Misael e Magno Alves, nós muito provavelmente veremos a estreia de Renato Abreu e Leandro Amaral, ambos com condicionamento duvidoso, mas tinindo de vontade de mostrar serviço. Também podemos ter Maldonado que foi liberado pelo departamento médico. Sigo confiante de que vai ser nesse sábado o início de mais uma escalada rumo às cabeças! O Vozão vai voltar pro Ceará desorientado, o coitado… E já vou avisando que não adianta nem apelar para o estatuto do idoso: a surra vai ser das boas! E eu vou estar lá para ver!


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Isso aqui é Flamengo, caramba!

Semana passada dividi com vocês a minha angústia com o fato de que alguns “torcedores” rubro-negros estão adorando os tropeços do Mengão para alardiar a desgraça e minar o trabalho do Zico no clube. Me parece que, após a derrota para o Corinthians, o coração rubro-negro – triste com a sequência sem vitórias – está se tornando um terreno fértil para esses abutres jogarem suas sementes. Assim que o jogo acabou começaram a pipocar mensagens sobre “certeza de zona de rebaixamento”, “segunda divisão” e “assim não dá para torcer”. Isso me enfurece mais do que a falta de mira nas conclusões do Vinícius Pacheco. Vamos comentar, questionar, cobrar, o que quiserem. Mais ficar bancando os “arautos da tempestade iminente”, isso eu só tolero em histórias infantis.


Não é o primeiro perrengue que passamos e não será o último. São sempre dolorosos. Como dizia Nelson Rodrigues: “o adepto de qualquer outro clube recebe um gol, uma derrota, com uma tristeza maior ou menor, que não afeta as raízes do ser. O torcedor rubro-negro, não. Se entra um gol adversário, ele se crispa, ele arqueja, ele vidra os olhos, ele agoniza, ele sangra como um césar apunhalado.” Mas o fato de “sangrarmos” significa que somos mais apaixonados. Ponto. Não nos dá nenhum direito a choramingar pitangas e nos virar contrar o Flamengo.


Volto a insistir: paciência, Nação! Também quero um técnico de verdade em vez do “estagiário” mas tenho total consciência de que o Zico não deve substituí-lo no meio do campeonato (muito menos no meio do primeiro turno). Somos os campeões de erros de passe e isso para mim só se ajeita com treino. Muito treino. A zaga até tem funcionado de forma razoável mas só vai engrenar mesmo quando o ataque der trabalho aos adversários e, com isso, uma folga ao Lomba e cia. Os reforços até agora não convenceram ninguém e a chegada de Leandro Amaral e Renato Abreu não me parecem assim tão promissoras (falta de ritmo de um e pança do outro) mas eu espero queimar minha língua (como já aconteceu outras várias vezes). Acho que qualquer mudança na comissão tecnica só vai acontecer depois da estreia e da adaptação dos dois. Como disse o colega Fabrício na sua coluna de ontem: É hora de acordar! Sabemos que ainda dá tempo. Mas a Nação não pode nunca deixar de comparecer, apoiar e mostrar como se torce de verdade.


Isso aqui é Flamengo, caramba! Não tem lugar para chorões.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Tudo pode mudar

Todo mundo já falou e repetiu que esse fuzuê todo de “bacalhau favorito” é o maior embuste do futebol brasileiro. Não vou engrossar o coro. Eu estou aqui para falar só do Mengão! Só O Mais Querido me interessa. Não vou dizer que fiquei satisfeita com o empate, mas sinceramente acho que não foi de todo ruim. Foi pouco sim. Mas, pior do que o resultado, mais me entristece é saber que arautos da desgraceira torcem por tropeços do time para minar, ou melhor sabotar, o trabalho do Galinho nos bastidores. Ao contrário do nosso ataque, esses caras são super competentes. Espalham boatos, vazam informações maldosamente precipitadas para a imprensa e para a torcida e não vão sossegar enquanto não estamparem “CRISE NA GÁVEA” em todos os jornais.


Sempre digo aqui: nada no Flamengo é simples e com o trabalho do Zico não seria diferente. Seriedade incomoda demais, dentro e fora da Gávea e volto a conclamar a confiança da Nação na reestruturação do Flamengo. O grupo se esforça, tanto que a torcida não grita por raça. A Nação reconhece que quem está ali respeita o manto e está dando o sangue pelo Mengão. Falta a liderança mas não tenho a menor dúvida de que muito em breve teremos um técnico de verdade que vai organizar o elenco e transformar esse grupo de jogadores na maravilhosa equipe à altura do nosso Mengão. E isso é só o começo porque, deixando o Galinho atuar, sabemos que em breve teremos nosso merecido CT em funcionamento entre muitos outros projetos que vão sair do papel.


Liderança e organização. Muito em breve. E como diz a música: no balanço das horas, tudo pode mudar. Eu confio.


Nota: Publicado originalmente no Magia Rubro Negra.