quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Saldo da Festa

A festa foi linda no último domingo. Festa que, a despeito da desorganização e do Engenhão, só a Nação mais linda do mundo sabe fazer. Não foi a primeira vez que o Flamengo levou 40.000 torcedores ao estádio e nunca havia visto tamanha falta de respeito ao torcedor. Cheguei com uma hora de antecedência e só consegui chegar às arquibancadas segundos antes da entrada do time em campo, quase perdendo a chance de participar do mosaico que hemenageava Petkovic. Não consigo entender quem ganha com tais mandos e desmandos. O torcedor só perde.


Pet fez sua parte enquanto esteve em campo. Mostrou o melhor do atleta que conquistou a torcida em suas duas passagens pelo Mais Querido. Fez de tudo um pouco, incluindo dois lançamentos primorosos, para Ronaldo e Wanderley, deixando esse segundo na cara do gol. Mas digo e repito, Wanderley não funciona como titular. Parece que precisa do banco para lhe colocar sangue nos olhos de forma que faça alguma diferença quando acionado no decorrer do jogo. Um excelente reserva. Ele ainda não é mais do que isso. Mas o que fazer, com quem começar? Diego Maurício, excelente capacidade técnica e senso pífio de coletividade; Negueba, a personalização da inconstância e inexperiência; e o Deivid… bom é o Deivid.


A solução paleativa para esse ataque capenga tem sido o entrosamento entre Thiago Neves e Ronaldinho. E como sentimos a falta do Thiago neste domingo. Sem Thiago, Ronaldo parece não confiar no resto da equipe, querendo resolver sozinho e, com a marcação no seu pé, ele nada consegue além de parecer atabalhoado. Uma pena porque acho que Bottinelli evolui a cada jogo e precisa entrar nesse carrossel de entrosamento também. Resta ainda saber se, uma vez cortado da seleção, a motivação, disciplina e comprometimento de Thiago Neves continuarão em alta no Mengão.


Também parece que ganharemos – finalmente – efetividade na lateral esquerda. Junior Cesar mostrou vontade nos dez minutos que atuou e encheu de esperança o coração rubro-negro. No outro lado, Léo Moura parecia alheio ao jogo, fora de ritmo talvez, uma vez que ficou de fora das duas últimas partidas. Não posso deixar de falar o quanto me irrita essa aparente falta de comprometimento do lateral. Titular absoluto, não quer mais nada da vida e o Flamengo fica à mercê do seu humor.


Do meio para trás segue a zona morta. Willians continua previsível com suas roubadas de bola fantásticas e seus cartões amarelos desnecessários. Renato recuado compromete um pouco a marcação, mas – graças a Deus! – ele mantém seu pé na forma. E seguimos esperando a confirmação da vinda do Airton, mais um volante. Enquanto isso, na zaga, é aquilo. Sem palavras. Aqui o nome do time muda de noma para o Inexplicável F. C.: o que foi o vacilo do David Braz no gol do Willian? O que falta para testar o Gustavo? Até quando ficaremos nas mãos desses palhaços que se dizem jogadores de futebol?


Bom, vem Atlético PR por aí. E acho bom o velho Luxa abrir bem o olho. Sequência de empates não faz bem a ninguém e tá cheio de gente querendo publicar: “Crise! Flamengo no olho no Furacão!” Sai uruca!


Nota: Publicado originalmente no Bola Pra Quem Sabe.

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